OPERAÇÃO “POSSESSIO” – Policiais Civis e Militares cumprem mandados de prisão contra grupo que invadiu fazenda a mando de empresária, em Alto Paraíso de Goiás.
Empresária Carla Costa de Vasconcelos, mandante do crime, e mais duas pessoas, estão foragidas. Outros quatro participantes foram presos durante a operação de hoje. A propriedade, que tem valor estimado em 10 milhões de reais, é alvo de disputa para ver quem é o real proprietário.
Roberto Naborfazan
As Policias Civil e Militar do Estado de Goiás deflagraram na manhã desta segunda-feira, 11, a operação integrada denominada de “possessio” (Posse) na qual cumpriu sete mandados de prisão preventiva e oito mandados de busca e apreensão em várias localidades do Estado de Goiás e do Distrito Federal.
A operação, coordenada pelo Delegado Regional da Polícia Civil (11ª DRPC – Formosa) Doutor José Antônio Senna e pelo Comandante Regional da Polícia Militar (11º CRPM – Formosa) Tenente Coronel Geyson Alves Barbosa, e contou com efetivo de Policiais Civis e Militares de todos os municípios que integram as Regionais, foi deflagrada como desdobramento da prisão de um grupo formado por sete elementos, que invadiu uma propriedade rural na região do Vale da Lua, em Alto Paraíso de Goiás, por volta das seis horas da manhã do domingo, dia 20 de Agosto deste ano. Assista abaixo ao vídeo dos preparativos para a Operação Possessio.
Dois caseiros que cuidavam da propriedade invadida acionaram a Polícia Militar, que rapidamente chegou ao local, onde lhes foi informado que os bandidos chegaram em dois carros, se dizendo policiais, e que ali estavam para cumprir um mandado de reintegração de posse, e que estavam sob as ordens da verdadeira proprietária (a atual proprietária desconhece qualquer ação nesse sentido).
Os caseiros disseram ainda que a quadrilha entrou na sede da propriedade com violência, ameaçando e intimidando-os sob a mira de armas de fogo.
O grupo teria sido contratado pela empresária Carla Vasconcelos, que é considerada foragida.
No dia da tentativa da invasão, após rápida atuação das equipes da Polícia Militar da 14ª CIPM (Alto Paraíso de Goiás/ São João d’Aliança), foi encontrado em poder do grupo vários coletes balísticos, drone, duas pistolas .40 S&W, um revólver .357, um revólver RT 605 Taurus, um Revólver 374 Rossi .38, além de centenas de munições.
De acordo com os membros do grupo, eles foram contratados para tomar posse de uma fazenda na região do Vale da Lua e receberiam aproximadamente 50 mil reais por mês para custodiar o local, que é avaliado em mais de 10 milhões de reais.
Dos envolvidos 04 foram presos, sendo que 03 encontram-se foragidos. Várias armas e munições foram encontradas em poder dos envolvidos, as quais foram devidamente catalogadas pelas equipes policiais.
Os presos encontram-se a disposição do Poder Judiciário e podem responder pelos crimes de esbulho possessório, porte ilegal de arma de fogo, corrupção passiva, corrupção ativa e associação criminosa.
Quem são os integrantes do grupo
Durante a Operação deste segunda-feira, 11, a Polícia Militar e a Polícia Civil de Goiás cumpriram sete mandados de prisão preventiva e oito mandados de busca e apreensão em diversas localidades de Goiás e do Distrito Federal.
Foram presos:
– Erick de Paula Rodrigues Oliveira (instrutor de tiro em Planaltina-GO);
– Carlos Antero da Silva (Major da reserva da Polícia Militar);
– Patrícia Ferreira Viana (Guarda Municipal de Planaltina-GO);
– Geandro Oliveira das Neves.
Estão foragidos:
– Carla Costa de Vasconcelos (mandante);
– Elias Lima Lucena
– Plácido Brito Xavier Junior
Sobre o envolvimento do Major da reserva, a Polícia Militar do Distrito Federal informou “que tomou conhecimento do fato e deu início às providências para abertura de procedimento de apuração das responsabilidades do policial. O fato foi registrado na Delegacia de Polícia de Alto Paraíso de Goiás”.
Disputa pela terra
Com valor estimado em 10milhões de reais, a fazenda é alvo de disputa para ver quem é o real proprietário. Segundo informações obtidas pelo Jornal O VETOR, a invasão realizada com violência e ameaças no dia 20 de agosto tinha por finalidade dar a empresária Carla Costa de Vasconcelos a oportunidade de assumir a propriedade e desfrutar do local, usufruindo da exploração turística.
Segundo o delgado José Antônio Senna, os suspeitos detidos pela invasão contaram em depoimento que foram contratados pela empresária para permanecer nessa posse. Segundo eles, esse contrato teria sido estipulado em um valor mensal, no valor de 50 mil reais. Os integrantes do grupo contaram à polícia que fazem parte de uma empresa de segurança do Distrito Federal e que estavam “somente prestando um serviço”.
