Vila de São Jorge: Distrito de Alto Paraíso pede Socorro
Considerado o melhor ponto de encontro para turistas de várias partes do Brasil e do mundo, pelo aconchego e facilidades de acesso ao Parque da Chapada dos Veadeiros, A Vila de São Jorge sofre com a falta de investimento, principalmente, do governo estadual.
Roberto Naborfazan
Quando o sonho da pavimentação asfáltica, ligando Alto Paraíso ao Distrito de São Jorge, se concretizou no final do ano passado, a comunidade moradora da Vila festejou. O acesso à sede do município se faz agora em 10 minutos de carro, a ciclovia em todo o trecho deu tranquilidade e segurança, agilizando a mobilidade.
No entanto, a melhoria do acesso aumenta o volume de visitantes, que sempre foi grande, principalmente na alta temporada, fins de semana e feriados prolongados. Com o aumento da demanda, falta energia constantemente, gerando desconforto aos moradores e visitantes e prejuízo aos comerciantes que perdem alimentos e tudo que precisa ser conservado em geladeiras.
O posto policial da Vila está, com frequência, fechado. Dois Policiais Militares são designados para patrulhamento nos dias de maior movimento, mas apenas para “marcar presença”. Os chamados visitantes estradeiros (alternativos que se dizem artesões) invadem a Vila, não respeitam as regras sociais, tomam conta das belas praças e ruas do povoado usando drogas e afrontando as pessoas que circulam pelo distrito. Pedem alimentos nos comércios, e se não ganham, roubam e assaltam. Se repreendidos, são agressivos, porque estão em grande número e sabem que apenas dois Policias nada podem fazer.
Mas quem mais prejudica a Vila de São Jorge neste momento é o governo do estado. Caravanasde políticos do alto escalão governamental, fizeram, no mínimo, três visitas ao distrito para assinatura de ordem de serviço no período pré-eleitoral do ano passado. Grandes placas tipo outdoors foram colocadas na entrada da Vila e no trevo de acesso, em Alto Paraíso, ali, inclusive, uma dessas placas ofusca o belo monumento as fases da Lua. Elas alardeiam o calçamento com bloquetes das vias urbanas e instalação de galerias pluviais na Vila, ao custo de R$2.932.972,46. A realidade, no entanto, é outra. Enormes buracos que seriam para as galerias se tornaram entraves para movimentação da comunidade. A enxurrada, provocada pela chuva, está levando lama com muita areia para a nascente do Rio Preguiça, provocando dano ambiental. A fábrica de bloquetes está abandonada e o pouco que foi fabricado está sendo coberto por matagal, se tornando criadouro de mosquitos da dengue e animais peçonhentos.
O prefeito de Alto Paraíso, Álan Barbosa, tem se reunido frequentemente com lideranças comunitárias e comerciantes da Vila, visando atender as demandas que são de responsabilidade do município e levando até o governo do estado as que são de sua responsabilidade.
Em parceria com empresário da região, a prefeitura está fazendo a coleta seletiva do lixo, o que, segundo os próprios moradores, deu nova dinâmica para esse que era um velho problema. Intensa pauta de reivindicações dos moradores está sendo debatida e soluções sendo buscadas pela prefeitura para atende-la.
Empresários, capitaneados por diretores da Associação Comunitária da Vila de São Jorge – ASJOR, conseguiram que a Celg e a Saneago tomassem medidas para minimizar os atuais problemas com energia elétrica e agua potável, mas serão preciso muito mais ações das autarquias para atender plenamente as necessidades dos moradores e visitantes.
A reportagem de O VETOR buscou contato com a AGDR a SEGPLAN para esclarecimentos sobre o calçamento de ruas e galeria pluvial, mas até o fechamento da edição não houve resposta. O espaço continua a disposição de representantes desses órgãos.