SAÚDE EM RISCO – Fiscais do CREMEGO, baseado em denúncia, e esquecimento de envio de documentos, interdita hospital de São João d’Aliança.

Aparentemente, denúncia com intenções eleitoreira ao MP, e perda de prazo de um diretor técnico do hospital no envio de documentos mostrando pendências solucionadas, provocou a visita de fiscais do CREMEGO, que, segundo fontes do Jornal O VETOR, já chegaram com a intenção de interditar a unidade hospitalar. Prefeita Débora Domingues diz que não vai cometer crime de omissão de socorro e que o Hospital continuará atendendo a população.

ATENÇÃO: Reportagem atualizada as 16:22 horas com o posicionamento do CREMEGO.

Roberto Naborfazan

O Artigo 196 da Constituição brasileira aponta que: A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

O Jornal O VETOR vem acompanhando nos últimos sete anos a evolução técnica e material realizada pela prefeita de São João d’Aliança, Débora Domingues Carvalhêdo Barros, junto ao Hospital Santa Madalena.

Desde uma ampla reforma realizada em 2021, com diversos serviços realizados, entre eles a revitalização da fachada, a troca do piso revestido com cerâmica por granitina, a instalação de novas janelas e portas, todo o prédio com nova pintura, além da aquisição de novos e modernos equipamentos hospitalares e a contratação de médicos especialistas em diversas patologias.

No entanto, tanto os gestores do município, quanto a população do município e da região, foram surpreendidos pela visita de fiscais do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás – CREMEGO, que, aparentemente, já chegaram com a missão de interditar o hospital.

O Hospital Municipal Santa Madalena é referência no atendimento da População São – Joanense e região, e também dos acidentados na GO – 118.

Segundo apuração feita pelo Jornal O VETOR, alguém, provavelmente com interesse político eleitoreiro, visto que haverá eleições municipais no próximo ano, denunciou ao Ministério Público de Goiás que o Hospital Santa Madalena está em condições precárias para o atendimento da saúde da população.

O Ministério Público oficiou então o CREMEGO, para que vistoriasse – no local – essas denúncias.

De acordo com posicionamento da secretaria de saúde de São João d’Aliança ao Jornal O VETOR, a pasta tinha consciência da necessidade de enviar ao CREMEGO respostas sobre algumas pendências, já regularizadas e sanadas.

No entanto, com a grande carga de demandas de atendimentos a população na unidade hospitalar, o diretor técnico do hospital acabou perdendo o prazo para enviar nove respostas ao CREMEGO.

Ou seja, o que houve foi uma falha na comunicação entre o diretor técnico e o CREMEGO, visto que as pendências já estavam sanadas, não havendo, no entender da população e dos gestores, a necessidade da interdição.

“Já estamos tomando todas as devidas providências contra decisão arbitrárias. Infelizmente esses órgãos de fiscalização não conhecem a nossa luta e a realidade dos municípios pequenos. Nossa luta incansável para manter aberto um hospital. Nossa luta incansável para não deixar faltar, médicos, equipe médica, medicamentos, suporte para os nossos pacientes. Só Deus sabe o que fazemos para manter um hospital funcionando dia e noite. Com todo respeito, se nós temos que fechar as portas, todos os hospitais das outras cidades da região terão também que fechar, porque temos o melhor hospital da região. Tem política no meio disso, infelizmente. Só que, quem fez isso, não tem noção de que está   prejudicando nosso povo. Não vou imitir socorro, isso é crime!!! O nosso hospital está em funcionamento, e vai continuar. Não tem hospital particular na cidade. Quem vai ser responsável pelas consequências e omissão de socorro? Quem fez a denúncia ou quem denunciou?” questiona a prefeita Débora Domingues, frisando sua total indignação.

Interdição realizada no Hospital Santa Madalena por fiscais do CREMEGO é considerada arbritrária pela população e pelos gestores de São João d’Aliança.

A secretária de saúde do município, Andréia Abbes, disse ao Jornal O VETOR que ontem mesmo (quarta-feira, 27) já enviou ao departamento jurídico todas as comprovações, que tiveram que ser juntadas novamente, devido ao esquecimento de envio por parte do diretor técnico do hospital, que atende a grande demanda de São João d’Aliança, municípios vizinhos e acidentados na GO 118.

Andréia Abbes já esteve no departamento de fiscalização do CREMEGO, onde entregou solicitação escrita de próprio punho, propondo firmar Termo de Ajustamento de Conduta – TAC, visando a desinterdição do Hospital Santa Madalena com a maior brevidade possível, evitando maiores danos a população; e na sexta-feira, 29, estará em uma reunião com a diretoria da entidade.

Nota de Esclarecimento

A Secretaria de Saúde de São João d’Aliança, em conjunto com a diretoria do Hospital Municipal Santa Madalena, vem por meio deste comunicado, esclarecer à população sobre a interdição ética total do exercício profissional médico no hospital devido a algumas inconsistências apontadas no relatório de fiscalização do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (CREMEGO).

Primeiramente, queremos assegurar à comunidade que estamos plenamente cientes das preocupações levantadas pelo CREMEGO e que estamos tratando essa situação com a máxima seriedade e compromisso. A saúde e o bem-estar dos nossos pacientes são a nossa principal prioridade.

Entendemos ainda que, o CREMEGO agiu de forma arbitraria. Considerando que não podemos omitir socorro aos pacientes, informamos que o Hospital Municipal não fechou e não fechará as portas. Continuaremos prestando todo o atendimento aos nossos pacientes.

É importante destacar que a secretária de saúde, juntamente com o corpo jurídico, está adotando todas as providências necessárias para a assinatura, junto a diretoria do CREMEGO, de um Termo de Ajustamento de Conduta – TAC para a desinterdição do Hospital Municipal em regime de extrema urgência.

Por fim, reafirmamos nosso compromisso com a transparência, a qualidade e a segurança dos serviços de saúde prestados à nossa comunidade. Agradecemos a compreensão de todos e informamos que manteremos a população atualizada sobre o progresso das ações corretivas.

Continuamos à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas e preocupações que possam surgir. Contem conosco para zelar pela saúde e pelo bem-estar de todos os cidadãos do nosso município.

Prefeitura Municipal de São João d’Aliança – GO

A reportagem do Jornal O VETOR questionou, por meio da assessoria de imprensa do CREMEGO, o que motivou a interdição, se foi levado em conta o fato de o hospital Santa Madalena ser vital para o atendimento da população de São João d’Aliança e  das comunidades da região, e também para o atendimento de acidentados na GO 118. Se o CREMEGO tem consciência da quantidade de pessoas desassistidas com a interdição do Hospital, e se há em andamento acordo para a desinterdição.

Leia abaixo o posicionamento do CREMEGO.

Após anos de tentativa de acordos para sanar problemas, Cremego interdita Hospital Santa Madalena, em São João d’Aliança

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) esclarece que a interdição ética total do Hospital Municipal Santa Madalena, de São João d’Aliança, foi aprovada ontem, 27, após um longo processo de fiscalização iniciado em 2012 e que detectou a precariedade da unidade e a falta de condições de trabalho médico e de uma assistência segura à população.

Ao longo destes anos, o Cremego realizou oito vistorias e encaminhou três Termos de Notificação de Interdição dando prazos aos gestores para a solução dos problemas detectados. Mas, recente vistoria, 11 anos depois, constatou que a precariedade das condições de funcionamento do hospital persiste, comprometendo a segurança e a qualidade do trabalho dos médicos.

Diante dessa situação verificada em julho deste ano e dos riscos ao atendimento à população, o Cremego aprovou a interdição ética total, o que veda o trabalho médico na unidade.

Nesta sexta-feira, 29, o presidente do Conselho, Fernando Pacéli Neves de Siqueira, aguarda a presença da secretária de Saúde do Município, Andreia Abbes, no Conselho, para a elaboração e assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a definição de prazos emergenciais para sanar as deficiências da unidade e garantir a sua desinterdição.

Até lá, o hospital permanece interditado eticamente pelo Cremego.

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