NEGACIONISMO E MORTE – Homem morre de Covid após participar de festa para se infectar propositalmente.

Austríaco queria obter passaporte sanitário tentando escapar da imunização contra a Covid-19. A prática, verificada também na Alemanha e na Áustria, chega a envolver crianças, cujos pais antivacinas querem juntar os filhos a pessoas infetadas para que estes se contagiem e imunizem.

DA REDAÇÃO

Um austríaco de 55 anos morreu de Covid-19 na Itália após ir a uma festa na tentativa se infectar propositalmente para obter passaporte sanitário, já que, em alguns lugares, as autoridades italianas aceitam a comprovação de infecção prévia em vez do certificado de vacinação contra a doença.

Um coordenador da unidade anti-Covid de Bolzano, cidade italiana que faz fronteira com a Áustria, disse, em entrevista a uma rádio local, que muitas pessoas têm participado de “festas do coronavírus” justamente com esse intuito: de se infectar propositalmente e tentar escapar da imunização.

“Aqui, temos um menino que se recupera na unidade pediátrica e um morto de 55 anos que se infectou em uma ‘festa do corona'”, afirmou.

A vacinação tem mostrado resultados cada vez melhores ao redor do mundo conforme a população adere aos imunizantes. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, mais de 360 milhões de doses já foram aplicadas .

Agora, principalmente, o método de proteção contra a doença se mostra ainda mais importante com a descoberta da nova variante ômicron, detectada na África do Sul — onde há baixa porcentagem de vacinados —, e que já está se espalhando para outros países.

As chamadas “festas covid”, eventos cada vez mais populares entre jovens italianos que, em vez de se vacinarem, preferem contagiar-se com covid-19 para obterem o certificado digital, obrigatório no país, tanto para atividades de lazer como para ir trabalhar. FOTO: Getty images

Contágios propositados em “festas covid” preocupam Itália

As autoridades de Bolzano, província no norte de Itália, estão a investigar as chamadas “festas covid”, eventos cada vez mais populares entre jovens que, em vez de se vacinarem, preferem contagiar-se com covid-19 para obterem o certificado digital, obrigatório no país, tanto para atividades de lazer como para ir trabalhar.

Na prática, são festas privadas e ilegais que juntam participantes infetados (pelo menos um) e participantes que querem ser infetados. Popularizaram-se na região de Alto Adige, que tem os números mais altos de contágios no país inteiro, e onde a vacinação conta com uma oposição forte, sobretudo entre a comunidade de língua alemã, assinala a imprensa do país.

No seio dos vários grupos antivacinas, proliferam pedidos de infecção propositada. Sim, leu bem, os anúncios insólitos não deixam margem para dúvidas. “Procura-se infetado com covid-19”, escrevem centenas de cidadãos, majoritariamente jovens. Há mesmo quem esteja disposto a pagar o serviço, justificando-se com a necessidade de trabalhar.

Essas “festas covid” já causaram a hospitalização de pelo menos três pessoas, duas das quais estão atualmente em unidades de cuidados intensivos, o que motivou a Procuradoria de Bolzano a abrir formalmente uma investigação, segundo informou a estação televisiva “skytg24”. E o poder local está estudando a implementação de novas medidas restritivas, no sentido de tentar conter o aumento dos casos de coronavírus, o aumento das hospitalizações e a ainda baixa percentagem de imunizações.

“Num local fechado e com uma pessoa positiva com a variante Delta, podem infetar-se facilmente entre cinco e dez pessoas numa noite”, alertou o vice-coordenador da unidade que coordena a gestão da pandemia em Bolzano.

“Estamos falando sobretudo de jovens que, preocupados pelas possíveis restrições para quem não tem o certificado digital, tentam assim conseguir a imunização”, acrescentou Patrick Franzoni, em declarações à imprensa da região, lamentando que esteja a circular a ideia de que a imunização forçada não comporta riscos e que muitas pessoas estejam convencidas “de que é só uma gripe”, não receando as “consequências a longo prazo” que podem enfrentar.

De acordo com o responsável, a prática, verificada também na Alemanha e na Áustria, chega a envolver crianças, cujos pais antivacinas querem juntar os filhos a pessoas infetadas para que estes se contagiem e imunizem.

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