LAGO SERRA DA MESA – Pesquisadores enfrentam água até o pescoço para salvar animais ilhados.
Segundo equipe, cerca de 220 animais, das mais variadas espécies, já foram resgatados. Lago abrange as cidades de Niquelândia, Uruaçu, Campinorte, Colinas do Sul e Minaçu.
Por Vanessa Chaves e Honório Jacometto**
Pesquisadores enfrentaram a água até o pescoço para salvar animais ilhados no Lago Serra da Mesa, em Minaçu, região norte de Goiás. Segundo a equipe, cerca de 220 animais, das mais variadas espécies, já foram resgatados.
De comboio nos barcos, os pesquisadores chegam até as ilhas, que ficam no meio do lago, para salvar os animais. O Lago Serra da Mesa abrange as cidades de Niquelândia, Uruaçu, Campinorte, Colinas do Sul e Minaçu.
Em uma das ilhas, em meio a imensidão das águas, haviam macacos no topo dos galhos secos de uma árvore. De acordo com os pesquisadores, o trabalho é difícil. Com a água quase no pescoço, o resgate dos macacos durou dois dias.
O biólogo Leonardo Gabriel Silva conta que se não houvessem os resgates os animais iriam enfrentar escassez de alimento e habitat.
“Com o enchimento, com a previsão da cota máxima da usina, essa área com certeza ficaria cada vez menor, até chegar o momento que não teria mais a disponibilidade de alimentação e nem a disponibilidade de habitat”, conta.
Por conta da grande quantidade de chuva que caiu na região, o volume de água do reservatório aumentou. A situação ajuda na produção de energia elétrica, mas ao mesmo tempo é uma ameaça para a fauna.
As ilhas onde os animais vivem estão ficando submersas e pelo menos 250 devem desaparecer. A equipe de pesquisadores busca vestígios em cada nova ilha visitada.
“A primeira coisa que a gente procura são os rastros que esses animais deixaram na ilha, então eles têm algumas características como carreiros que esses animais fazem volta das árvores, algumas folhas e galhos mexidos!”, diz o veterinário Uilton Góes.
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O reservatório da usina hidrelétrica nunca esteve tão cheio quanto agora e chegou a quase 85% da capacidade. É a segunda vez na história da usina que o resgate é feito. a primeira foi em 1995, quando o reservatório começou a receber água para funcionar.
Além dos macacos, os pesquisadores já salvaram tatus, lagartixas, escorpiões, cobras e até pequenos insetos. O biólogo de furnas Fernando Vieira Machado ressalta que o objetivo é dar continuidade na vida do animal.
“Do menor do ser vivo que esteja disponível pra gente fazer esse resgate, a gente vai resgatar! A gente não vai deixar ninguém para trás, então desde o pequeno escorpião, da pequena lagartixa, do sapo ou grande mamífero a gente vai retirar”, conta Fernando.
*** FONTE: g1 Goiás e TV Anhanguera