INCÊNDIOS NA CHAPADA – Quatro pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil por crimes culposos e dolosos previstos na Lei Ambiental.

Uso dos avanços tecnológicos auxiliou a Polícia Civil a chegar até os autores e os identificar no ato dos crimes ambientais cometidos na região da Chapada dos Veadeiros. A ação contou com o apoio do Corpo de Bombeiros Militar e do ICMBio e resultou na instauração de cinco inquéritos, três deles já concluídos.

Roberto Naborfazan**

Com avanços tecnológicos, persistência e disposição para o enfrentamento ao crime, seja ele de qual for a natureza, a Polícia Civil do Estado de Goiás, através da Delegacia de Polícia de Alto Paraíso de Goiás, respaldada e apoiada pela chefia da 11ª Delegacia Regional de Polícia Civil (Formosa), realizou no mês de setembro um inédito trabalho de investigação sobre os graves incêndios que acontecem todos os anos na região da Chapada dos Veadeiros (nordeste do estado), e que se repetiu mais uma vez neste ano, muitos deles em ações criminosas, com os autores, em geral, ficando impunes.

Uso de equipamentos de tecnologia avançada levou a Polícia Civil a identificar o crime ambiental em tempo real, permitindo o indiciamento dos responsáveis após a conclusão do inquérito. FOTOS: Divulgação Polícia Civil.

Na ação, a delegada Bárbara Butini, titular da delegacia de Polícia de Alto Paraíso de Goiás/São João d’Aliança, colocou sua equipe em campo para investigar e indiciar os incendiários. O trabalho teve o apoio do Corpo de Bombeiros Militar, do ICMBio e de agentes de delegacias especializadas sob o comando do Delegado Regional, doutor José Antônio Machado Sena.

A Operação resultou na instauração de cinco inquéritos, três deles concluídos no dia seis de outubro, levando ao indiciamento de quatro pessoas pelos crimes previstos nos artigos 41 e 39 da Lei dos Crimes Ambientais, além do crime de incêndio qualificado, previsto no artigo 250, § 1º do Código Penal.

Em Coletiva para a imprensa nesta quinta-feira, 14, tanto a doutora Bárbara Butini, quanto o doutor José Antônio Machado Sena, deram detalhes sobre o trabalho e o resultado obtido.

Em vídeo a doutora Bárbara Butini resumiu o que disse na coletiva de imprensa sobre o trabalho realizado. Assista:

Já o delegado titular da 11ª Regional de Polícia Civil, doutor José Antônio Machado Sena frisou que “As dificuldades no enfrentamento a esse tipo de crime sempre foram muito grandes, apesar da persistência da Polícia Civil de Goiás em realizar as investigações. Neste ano, graças aos avanços tecnológicos, a integração com o ICMBio e o Corpo de Bombeiros Militar, demos um importante e decisivo passo para, doravante, identificar e indiciar os infratores que cometem crimes contra a natureza. Consideramos que, com esses cinco inquéritos instaurados, três deles já concluídos, e os outros dois em fase de conclusão, a Polícia Civil cumpre com sua missão, encaminhando agora ao Poder Judiciário para possíveis responsabilizações penais dos autores”.

A operação da Polícia Civil  resultou no indiciamento de quatro pessoas pelos crimes previstos nos artigos 41 e 39 da Lei dos Crimes Ambientais, além do crime de incêndio qualificado, previsto no artigo 250, § 1º do Código Penal.

Segundo as investigações, um dos focos do incêndio ocorreu de maneira culposa (quando não há intenção de cometer o crime), pela conduta imprudente de dois autores no manuseio de materiais de construção, ocasionando a queima do condomínio Vale Azul, na cidade de Alto Paraíso de Goiás. Uma das testemunhas relatou que o fogo lhe causou prejuízo em cerca de R$ 150 mil.

As outras duas investigações concluíram pela ocorrência de crime doloso (quando há a intenção ou se assume a responsabilidade de cometer o crime). Um deles ocorreu em uma estrada vicinal para o Distrito de São Jorge e o outro, mais grave, ocorreu na Fazenda Cascata, responsável pela queima de 14.183 hectares. As queimas, no total, consumiram uma área de cerca de 28 mil hectares.

O jornal O VETOR não conseguiu contato com a defesa  dos indiciados.

***Com informações da Polícia Civil do Estado de Goiás

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