Em relação ao nordeste goiano, mirem-se no exemplo de Mauro Borges Teixeira

Roberto Naborfazan

São muitos os que se arvoram e/ou se auto-intitulam geradores de desenvolvimento para o nordeste goiano..Políticos, religiosos, gente do povo; alguns até que fizeram algumas coisas, mas nenhum outro proporcionou oportunidades maiores para a região, quanto o recentemente falecido ex-governador Mauro Borges Teixeira. Em seu governo, o “Corredor da Miséria” começava no distrito de São Gabriel e seguia triste até Porto Nacional, hoje estado do Tocantins. A ligação com o distrito Federal não existia e as comunidades existentes no trecho até Dianópolis, sobrevivia da coragem dos tropeiros, que bravamente enfrentavam os Gerais da Bahia transportando os secos e molhados para o comércio local.
Mauro Borges, com a visão de um grande estadista, mandou fazer a ponte sobre o Rio Paranã, na GO 118, marco de desenvolvimento para aquela sofrida região.
Assim relata o casal de escritores Samuel Aureliano da Silva e Odiva Silva Xavier, na obra Campos Belos – sua história, sua gente (Ed. Ser – 2004 – página 236) – O Senhor Lídio (Lidinho Baiano), que conheceu bem as dificuldades enfrentadas pelos viajantes, tropeiros, caminhoneiros e funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos naquela região, no passado, fez o seguinte comentário sobre os feitos que impulsionaram o desenvolvimento de Campos Belos: “Primeiramente o que influenciou e valorizou muito nossa região foi a ponte do Paranã, porque antes disso a nossa região era totalmente isolada. Tinha que ir a São Domingos, nesse mundaréu aí. Era um mês para ir e voltar de uma viagem naquele tempo. Depois da ponte, a nossa região começou a desenvolver. O Combinado trouxe grande desenvolvimento para cá e Arraias”.
Essa ponte, relatam Samuel e Odiva em sua obra, propiciou a integração de Campos Belos com Brasília, Anápolis, Goiânia e de toda a região nordeste com outras cidades do centro-sul do estado e do Brasil, de modo geral, facilitando a entrada e saída de produtos e dinamizando o comércio local.
Segue o texto e assim narram os autores – Tanto a usina hidrelétrica do Rio Mosquito como a Ponte do Rio Paranã, foram obras significativas para o desenvolvimento de Campos Belos e toda a região… Essa usina do Rio Mosquito, localizada em Campos Belos, na confluência do Rio Palma com o Rio Mosquito, foi projetada para abastecer de energia elétrica o Combinado Agro-urbano de Arraias e todos os municípios do nordeste goiano, propiciando-lhes oportunidade de desenvolvimento…
Na página 237, segue a narrativa dos autores – O Combinado Agro-urbano de Arrais, conhecido na região simplesmente como Combinado, foi a obra mais vultosa empreendida no nordeste goiano, no setor da política de desenvolvimento agrário pelo governo de Goiás, na gestão de Mauro Borges Teixeira, entre 1961 a 1964.
Há muito ainda dos feitos de Mauro Borges, citados na completa obra comemorativa aos 50 anos de Campos Belos, que valorizaram e desenvolveram o nordeste goiano como um todo, mas reputo esses episódios, para mostrar que depois disso, exceto alguns quilômetros de asfalto, feito por Iris Rezende, nada de efetivamente gerador de progresso e desenvolvimento foi feito para aquela parte do estado. Um amplo projeto de recuperação de rodovias (são poucas as asfaltadas na região) está em andamento e duas novas rodovias estão prometidas de serem asfaltadas (GO 239 e GO 447), um sem tanto de “benefícios sociais”, que mais escravizam e acomodam que auxiliam no progresso das pessoas e da região, também tem chegado nas últimas décadas. Muito pouco, se colocarmos na balança os feitos do grande benfeitor do nordeste goiano, Mauro Borges Teixeira.
Se formos apontar as carências e necessidades das comunidades da região com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado, cairemos no abismo das lamentações repetidas e seremos confrontados, com toda certeza, pelos números criados em gabinetes por assessores sempre prontos a bajular chefes mantenedores de altos salários. Há ainda a carência de lideranças municipais comprometidas com suas comunidades no nordeste goiano. Uma minoria inexpressiva chega a chefia de executivo ou as Câmaras legislativas, verdadeiramente comprometidos com os interesses da população. A grande maioria, passa o tempo cuidando de afazeres outros, enquanto não chega o fim do mês para pegarem o dinheiro do povo, em forma de salários. O grande sacrifício que fazem para receber vultosas quantias salariais é freqüentar duas ou três vezes ao mês, reuniões enfadonhas e improdutivas.
Voltaremos ao assunto em breve, visto que se aproxima o período eleitoral e aves de rapinas mais graúdas voltaram a sobrevoar o céu do nordeste goiano, prometendo o já prometido e não cumprido, ou inovando no enredo de enganações. Senhores, antes que seja tarde, em relação a região nordeste de Goiás, mirem-se no exemplo de Mauro Borges Teixeira.

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