DEGRAU ACIMA – Através da SEMAD, Governo de Goiás notifica produtor a retirar búfalos do território Kalunga.

Fazendeiro entrou em conflito com Associação Quilombola Kalunga ao tentar retomar criação de Búfalos em terras desapropriadas dentro do Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga (SHPCK). Notificado pela Prefeitura de Cavalcante, o produtor rural disse que iria desconsiderar a ordem. Caso notificação estadual seja descumprida, proprietário pode ser multado em até R$ 100 mil.

Roberto Naborfazan **

Búfalos são colocados em pasto cedido por um fazendeiro da região.
Foto: Elder Miranda Jr/AQK

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), notificou o produtor rural Marcos Rodrigues da Cunha, conhecido na região como Marcos Búfalo, para que faça a retirada imediata de 51 búfalos que colocam em risco o Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga (SHPCK). Os animais estavam soltos nas imediações da Comunidade Kalunga do Engenho II, situada no município de Cavalcante, na região Nordeste do Estado.

De acordo com documento assinado pelo superintendente de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável da Semad, Robson Disarz, e publicado no dia 15 de abril, o dono dos animais tem um prazo de 48 horas para a retirada total dos mesmos. Caso a notificação seja descumprida, o produtor deverá ser autuado e multado. Os valores variam entre R$ 2 mil e R$ 100 mil.

O documento ressalta que a região abriga uma área de especial preservação da vegetação nativa do Cerrado e que a espécie apresenta alto potencial de degradação ambiental. De acordo com o regimento interno da Associação Quilombola Kalunga, que estabelece regras de uso das terras do quilombo, é proibida a criação de búfalos nesse território.

Segundo a associação, os moradores impediram a entrada dos búfalos que estavam soltos na estrada que dá acesso às casas de cerca de 100 habitantes do sítio histórico. Os animais podem destruir nascentes e beiras de córregos, derrubar cercas que protegem as roças e comer plantações e telhados de palha das casas típicas da população Kalunga.

ENTENDA O CASO: BÚFALOS EM CAVALCANTE – Fazendeiro diz que não cumprirá determinação da prefeitura.

**Com ASCOM SEMAD

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