AÇÕES DE GOVERNO – Promessa de campanha, instalação de empresas geradoras de empregos e rendas no nordeste goiano ainda não aconteceu.

Uma única esperança surgiu no início do governo, em 2019, quando, com algum estardalhaço, foi anunciado o projeto para a construção de uma fábrica de placas fotovoltaicas e a instalação de uma usina fotovoltaica em São João d’Aliança. Empacou, e nada mais se falou sobre o assunto.

Roberto Naborfazan

O Governo de Goiás abriu inscrições para quase 17.602 vagas em cursos de qualificação, capacitação e técnicos em todo Estado. Segundo informações da assessoria de comunicação do governo estadual, o objetivo é oferecer profissionalização e facilitar o ingresso, principalmente dos jovens, no mercado de trabalho. As formações oferecidas ocorrem em diversas áreas como robótica, informática, saúde, atendimento ao público e atividades comerciais.

O que se lamenta, no entanto, é que a região mais carente de tudo no estado, o nordeste goiano, ainda não recebeu nada específico para suas comunidades, no sentido de gerar empregos e rendas.

Nenhuma empresa de porte elevado foi instalada na região através de intermédio do governo. Os cursos oferecidos, como esses que acabam de serem lançados, não alcança a grande maioria dos que verdadeiramente deles precisam, pelo fato de serem administrados de forma híbrida, com aulas on-line e presencial, em uma região com internet, quando tem, ser oferecida com péssima qualidade, e em que as pessoas têm dificuldades até para obterem os equipamentos eletrônicos necessários.

Nesses mais de três anos de gestão, a equipe que trabalha para o governo de Goiás não conseguiu implantar oportunidades reais e objetivas de geração de empregos e rendas em pelo um, dos vinte e um municípios que compõem o nordeste goiano.

Uma única esperança surgiu no início do governo, em 2019, quando, com algum estardalhaço, foi anunciado o projeto para a construção de uma fábrica de placas fotovoltaicas e a instalação de uma usina fotovoltaica em São João d’Aliança.

Com investimentos previstos de US$ 2 bilhões (aproximadamente R$ 8 bilhões), a instalação da indústria DEVERIA gerar mais de 1 mil empregos diretos, levando desenvolvimento e oportunidades ao nordeste goiano.

Em janeiro daquele ano, o governador Ronaldo Caiado e representantes do fundo de investimentos Enspire Group, dos Emirados Árabes, e da empresa sul-coreana Korea Sustém Business – KSB Energy, que atua no segmento de energia fotovoltaica, assinaram um protocolo de intenções para instalação da usina.

Em seguida, no mês de fevereiro, Ronaldo Caiado, ao lado do então secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Adriano da Rocha Lima, se reuniu com os mesmos empresários, e avaliou, sob o ponto de vista técnico, todo o projeto para a construção da fábrica e a instalação da usina em São João d’Aliança.

Logo, em março do mesmo ano de 2019, o governo anunciou que o projeto teria entrado na fase de apresentação dos documentos solicitados pelo Banco Central e pelo governo Federal, e que, na sequência, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente iria realizar o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), fundamental para um projeto de tamanha extensão.

Segundo anunciado na época, a usina já teria uma área definida e seria capaz de gerar 600 megawatts de energia solar, se tornando uma das maiores do mundo no gênero. A área concedida pelo estado, num acordo bilateral, exigiria contrapartidas da empresa multinacional.

O então secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Adriano da Rocha Lima, acompanhado do CEO mundial da KSB Energy, Park Jong-Bok, e o CEO da companhia no Brasil, José Vieira, até fizeram uma visita técnica a área no município de São João d’Aliança.

“A tecnologia coreana será um marco no desenvolvimento do Estado de Goiás. Há todo um trabalho feito de planimetria, mostrando que o relevo é ideal e a luminosidade é perfeita, e a avaliação da proximidade com as redes de alta tensão, com as quais o Estado nutre o país todo, além de mostrar toda a beleza da região, isso permitirá aos turistas apreciar o que eles vão mostrar em termos de tecnologia e de melhoria das condições de desenvolvimento da região.” Avaliou, naquele período, o governador Ronaldo Caiado, que havia recebido um estudo técnico que determinava o local escolhido para a instalação da usina e da fábrica.

Conforme anunciado pelo governo do estado, o projeto previa ainda a construção de um parque temático, e dizia que a ideia seria construir um complexo turístico de referência nacional, que abrigaria atividades de lazer  e teria  condições de receber turistas de todo o país. A própria usina se transformaria em uma atração aos visitantes do nordeste goiano. Com investimentos previstos de US$ 2 bilhões (aproximadamente R$ 8 bilhões), a instalação da indústria DEVERIA gerar mais de 1 mil empregos diretos, levando desenvolvimento e oportunidades ao nordeste goiano.

Adriano da Rocha estimou que seriam gerados uma quantidade significativa também de empregos indiretos, que iriam transformar a região do Nordeste goiano. “Há toda uma cadeia produtiva envolvida, com os mais diversos fornecedores, que vão gerar empregos também. A instalação não é só da usina, mas da fábrica das placas fotovoltaicas, parques temáticos e de outras empresas de tecnologias que vão compor este parque tecnológico”, afirmou o então secretário da SEDI.

Adriano da Rocha Lima disse, em março de 2019, que estimava que seriam necessários mais seis meses para finalizar a fase jurídica. “É o prazo para o recurso chegar ao Brasil, a empresa estar aberta e todos os trâmites concluídos. A parte ambiental leva um pouco mais tempo. Acreditamos que até o final deste ano (2019, grifo nosso), todo o processo ambiental esteja concluído, para que no início do ano que vem (2020, grifo nosso), comece efetivamente a instalação da usina e da fábrica”.

Prefeita de São João d’Aliança, Débora Domingues Carvalhêdo Barros, foi até São Paulo, no dia 19 de fevereiro de 2019, onde assinou um memorando de intenção com as empresas Korea Sustém Business- KSB e Enspire KSB Energy, visando dar inicio a instalação do projeto.

Por sua capacidade de gestão, e pela maneira ativa em que dá atenção para tudo que possa gerar desenvolvimento socioeconômico para sua comunidade, a prefeita de São João d’Aliança, Débora Domingues Carvalhêdo Barros, foi até São Paulo, no dia 19 de fevereiro de 2019, onde assinou um memorando de intenção com as empresas Korea Sustém Business- KSB e Enspire KSB Energy, visando dar inicio a instalação do projeto. Débora Domingues realizou todas as ações que cabiam ao município, se empenhou, e vem se empenhando, desde então, para que o projeto se concretize, ciente que a ação será um divisor de águas em termos social e econômico não só para São João d’Aliança, mas também para o nordeste goiano como um todo.

Como nada mais foi dito pelo governo de Goiás sobre essa única iniciativa com capacidade real de geração de empregos e rendas para o nordeste goiano, o Jornal O VETOR foi buscar informações de como andam as ações e planejamentos sobre o Projeto.

Em primeiro momento, nos foi informado que o projeto não mais está sob o comando da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação – SEDI, e sim da Secretaria-Geral da Governadoria – SGG, que, não por coincidência, é comandada por Adriano da Rocha Lima.

A reportagem do Jornal O VETOR fez, então, contato com a assessoria de imprensa desse órgão, e apresentou a demanda sobre o assunto.

Em áudio resumido, a assessoria de imprensa da SGG informou à O VETOR que a usina fotovoltaica será sim construída no mesmo local (Vale do Paranã), mas não mais pela empresa Sul Koreana em parceria com os Árabes, mas sim pela empresa italiana ENEL, que é a maior companhia de energia elétrica da Itália e a quinta maior companhia de energia do mundo, e que, desde 2017, assumiu o serviço de fornecimento da energia elétrica em Goiás, sempre enfrentando dificuldades no relacionamento com os consumidores e também com alguns setores da classe política.

Ainda segundo o áudio enviado pela assessoria de imprensa da SGG, estão sendo tratados os trâmites burocráticos entre ENEL e os órgãos envolvidos, para que o projeto seja retomado.

Foi dito a nossa reportagem que o secretário Adriano da Rocha Lima estava a nossa disposição para uma entrevista por telefone, no entanto, fizemos vários contatos e deixamos mensagem no telefone celular número 021 99121xx18, mas não nos foi dado retorno.

Como o secretário Adriano da Rocha Lima é uma das pessoas do governo mais inteiradas sobre esse assunto, continuamos a disposição para o entrevistar tanto aqui, em O VETOR, quanto pelos microfones da Rádio Paraíso FM (www.radioparaisofm.com.br).

Estamos abertos também para falarmos sobre ações do Estado que promoveram, ou promoverão, geração de empregos e rendas para as famílias moradoras no nordeste goiano, região que ainda permanece com o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no Estado de Goiás.

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