ALTA TRANSMISSÃO – Com aumentos de casos no Brasil, agentes de endemias intensificam ações contra a Dengue em São João d’Aliança.

Enquanto o governo de Goiás alerta para que população faça vistorias semanais em suas casas para eliminar focos do Aedes aegypti, e o governo Federal anuncia estratégia de vacinação contra a dengue no estado, a prefeitura de São João d’Aliança monta força tarefa contra o mosquito transmissor.

Roberto Naborfazan

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), tem alertado a população de que vistorias em casa para identificar e eliminar focos do Aedes aegypti devem ser feitas no período de sete a dez dias, tempo necessário para que ovos depositados pela fêmea do mosquito se tornem insetos adultos. O alerta é necessário diante do cenário de aumento de casos das doenças transmitidas pelo mosquito, em todo o país. Em Goiás, em 2024, verifica-se aumento de 10% do número de casos de dengue em relação ao mesmo período do ano passado, com 6.891 confirmações, até o momento.

“Entre a fêmea depositar o ovo e esse ovo se transformar em mosquito adulto, leva-se em média de sete a dez dias. Então, se eliminarmos esse ovo uma vez por semana, impediremos o nascimento de novos mosquitos”, explica a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim. A destruição dos criadouros é a principal forma de controle da dengue e de outras arboviroses, como zika e chikungunya.

Em São João d’Aliança, município situado na Chapada dos Veadeiros, no nordeste goiano, a 180 km de Brasília, a prefeita Débora Domingues Carvalhêdo Barros determinou ações intensivas contra o Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.

Por meio da Secretaria Municipal de Saúde, a equipe de combate a endemias firmou parceria com a secretaria Municipal de Infraestrutura, realizando o manejo ambiental continuo e retirando lixo que oferece risco de foco do mosquito, e buscou apoio dos agentes municipais de Fiscalização Tributária e de Posturas no trabalho de prevenção, mas também notificando e multando os proprietários de todos os terrenos baldios com mato alto e acúmulo de lixo.

Gerente de endemias, Valci Antônio, e a agente de fiscalização tributária e posturas realizam o trabalho de prevenção, mas também notificando e multando os proprietários de todos os terrenos baldios com mato alto e acúmulo de lixo.

De acordo com o Gerente de Endemias da Secretaria Municipal de Saúde de São João d’Aliança, Valci Antônio da Silva, sua equipe concluiu nesta última semana de janeiro o Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti —LIRAa , uma metodologia que permite o conhecimento de forma rápida, por amostragem, da quantidade de imóveis com a presença de recipientes com larvas de Aedes aegypti, mosquito transmissor da Dengue, Chikungunya, Febre pelo vírus Zika e Febre Amarela.

Agentes de endemias realizam levantamento do índice do mosquito e fazem a coleta de larvas em vários bairros da cidade

Após detectar os focos do mosquito, os agentes de endemias  entram imediatamente com a aplicação de inseticida, realizada com bomba costal motorizada.

“Este trabalho é feito quatro vezes por ano, quando realizamos um levantamento do índice do mosquito e fazemos a coleta de larvas em vários bairros da cidade. Com o resultado, fazemos o planejamento do trabalho no município, que é também analisado pelos governos estadual e federal”. Destaca Valci Antônio.

“Também estamos trabalhando no bloqueio nos quarteirões que têm notificações de pessoas com Dengue. Este trabalho é feito por meio da visita do agente de endemias na procura do foco do mosquito, e logo em seguida nós entramos com aplicação de inseticida, realizado com uma bomba motorizada. Este trabalho de aplicação do inseticida é feito com o intuito de matar aqueles mosquitos infectado que estão transmitindo as doenças naqueles quarteirões específicos, onde têm pessoas infectadas”. Descreve o gerente de endemias.

Em parceria com a secretaria de Infraestrutura, a equipe de combate a endemias realiza o manejo ambiental continuo, retirando o lixo que oferece risco de foco do mosquito.

Valci Antônio destaca ainda que na primeira semana de fevereiro, a equipe de endemias vai também intensificar o manejo ambiental em toda cidade, com distribuição de sacos de lixo reforçado e orientações à toda população

Governo Federal anuncia estratégia de vacinação contra a dengue em Goiás

O Governo Federal inicia em fevereiro a aplicação de vacinas contra a dengue na população de regiões endêmicas. A ação, coordenada pelo Ministério da Saúde, vai alcançar 521 municípios. Este ano, a estratégia foca no grupo formado por crianças e adolescentes de 10 a 14 anos — faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue (depois das pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Anvisa).

As vacinas serão destinadas a regiões de saúde com municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos dez anos e com população residente igual ou maior a 100 mil habitantes, levando também em conta altas taxas nos últimos meses. O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.

Para apoiar estados e municípios nas medidas de prevenção e controle da Dengue, o Ministério da Saúde repassou R$ 256 milhões para todo o país, em uma ação de reforço do enfrentamento da doença.

Em Goiás, as nove regiões de saúde priorizadas englobam 134 municípios goianos:

Central

Goiânia; Trindade; Inhumas; Goianira; Santo Antônio de Goiás; Guapó; Anicuns; Abadia de Goiás; Araçu; Nerópolis; Petrolina de Goiás; São Francisco de Goiás; Itauçu; Santa Bárbara de Goiás; Nazário; Ouro Verde de Goiás; Itaguari; Damolândia; Avelinópolis; Taquaral de Goiás; Nova Veneza; Campestre de Goiás; Santa Rosa de Goiás; Caturaí; Brazabrantes e Jesúpolis.

Centro Sul

Aparecida de Goiânia; Senador Canedo; Orizona; Piracanjuba; Bela Vista de Goiás; Hidrolândia; Edéia; Aragoiânia; Professor Jamil; São Miguel do Passa Quatro; Bonfinópolis; Cezarina; Indiara; Varjão; Vicentinópolis; Cromínia; Silvânia; Pontalina; Edealina; Vianópolis; Leopoldo de Bulhões; Cristianópolis; Caldazinha; Jandaia e Mairipotaba.

Entorno Sul

Águas Lindas de Goiás; Luziânia; Valparaíso de Goiás; Novo Gama; Santo Antônio do Descoberto; Cidade Ocidental e Cristalina.

Entorno Norte

Formosa; Planaltina; Alto Paraíso de Goiás; São João d’Aliança; Flores de Goiás; Cabeceiras; Vila Boa e Água Fria de Goiás.

Estrada de Ferro

Catalão; Caldas Novas; Ouvidor; Pires do Rio; Ipameri; Urutaí; Corumbaíba; Campo Alegre de Goiás; Três Ranchos; Rio Quente; Goiandira; Marzagão; Santa Cruz de Goiás; Cumari; Palmelo; Davinópolis; Nova Aurora e Anhanguera.

Pirineus

Anápolis; Cocalzinho de Goiás; Campo Limpo de Goiás; Alexânia Pirenópolis; Goianápolis; Abadiânia; Corumbá de Goiás; Terezópolis de Goiás e Gameleira de Goiás.

Sudoeste I

Rio Verde; Santa Helena de Goiás; Quirinópolis; Acreúna; São Simão; Porteirão; Caçu Turvelândia; Paranaiguara; Itarumã; Maurilândia; Santo Antônio da Barra; Cachoeira Alta; Itajá; Montividiu; Aparecida do Rio Doce; Castelândia e Lagoa Santa.

Sudoeste II

Jataí; Mineiros; Serranópolis; Perolândia; Caiapônia; Doverlândia; Santa Rita do Araguaia; Chapadão do Céu; Portelândia e Aporé.

Sul

Itumbiara; Morrinhos; Goiatuba; Bom Jesus de Goiás; Joviânia; Buriti Alegre; Água Limpa; Aloândia; Panamá; Cachoeira Dourada; Inaciolândia e Gouvelândia.

Para apoiar estados e municípios nas medidas de prevenção e controle, o Ministério da Saúde repassou R$ 256 milhões para todo o país, em uma ação de reforço do enfrentamento da doença.

Do valor total, R$ 111,5 milhões foram transferidos ainda em 2023, em parcela única, para fortalecer a vigilância e a contenção do Aedes aegypti — sendo R$ 39,5 milhões para estados e Distrito Federal e outros R$ 72 milhões para municípios. Além disso, haverá repasse de R$ 144,4 milhões para fomentar ações de vigilância em saúde em todo o país.

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