RÉQUIEM PARA UM GRANDE MESTRE – Morre em Campos Belos – GO o sanfoneiro Luiz Paçoca.
Abre-se um vazio enorme na música, na arte e na cultura Campo-Belense. Luiz Paçoca é pagina importante para várias gerações, principalmente para a moçada que viveu os anos 1980 em Campos Belos.
Roberto Naborfazan
Hoje a cultura exercida através da música em Campos Belos – GO se despede de um dos grandes mestres da sanfona. Voltou para a pátria espiritual o querido Luiz Félix Fernandes, conhecido em todo o nordeste goiano como Luiz Paçoca.
Luiz Paçoca é ícone para várias gerações, principalmente para a moçada que viveu e curtiu os anos 1980 na nossa Campuba. Sua sanfona animou grandes baladas na época, e não tinha horário. Quantas madrugadas fomos acorda-lo para festanças até o sol raiar.
Sua canção predileta, que se tornou “hino” da boêmia era Pra tirar Coco, de Messias Holanda – Eu quero me trepar no pé de coco, eu quero me trepar pra tirar coco. Depois eu quero quebrar o coco, pra saber se o coco é oco, pra saber se o coco é oco. Tem gente dizendo que eu sou louco, que eu só falo em tirar coco, realmente eu quero tirar o coco pra depois quebrar o coco, pra saber se o coco é oco.
No Carnaval de 1988, formamos um grupo chamado Comissão Nova Era, e organizamos o carnaval na cidade, tanto no clube (o velho galpão no Setor Cruzeiro onde hoje é o Centro Olímpico Adelino José dos Santos), quanto no Balneário do rio Bezerra e o desfile pelas ruas.
Nosso “Carro alegórico” era uma carroça, que levava Luiz com sua sanfona, Meron, seu filho, com um triangulo, João Beltrão Filho com um Tarol, e eu (conhecido por todos como Betão) com um Surdão Maracanã. Logo atrás o restante da “escola” e a turma da pipoca.
Em 1989 nos modernizamos e a Bateria com mais integrantes, mas sempre comandada por Luiz Paçoca e sua sanfona, veio em cima da carroceria de um caminhão ¾, tendo como novidade um tonel de 200 litros de pinga de engenho e cerveja servida em um penico com uma linguiça calabresa dentro.
Estes são momentos de longas e saudosas lembranças em que Luiz Paçoca foi e fez a nossa alegria, com sua arte, sua humildade e seu carinho.
Cada um de nós tem bons e divertidos momentos que carregamos em nossa memória que contam com a participação de Luiz Paçoca.
Um pouco antes do início da pandemia, João Beltrão me acompanhou em uma visita ao Luiz. Gravei nossa conversa, mas não posso reproduzir aqui porque falamos muito “relaxo” rsrsrs, mas é o que guardarei do que vivenciei junto a esse meu querido amigo, gargalhadas, boas músicas, muitas e sadias farras.
Luiz Paçoca lutou contra um câncer sem reclamações e deixa este planeta aos 93 anos. Ao Meron e seus outros seis irmãos e a toda a família, deixo aqui meu abraço com energias positivas, desejando à todos força e fé nesse momento de separação.
Seja feliz no mundo espiritual, grande Mestre. Seu espírito liberto da carne, com certeza, aproveitará a paz e o amor existente com abundância em sua nova morada.
O corpo está sendo velado na Pax Vida de Campos Belos, e o enterro está marcado para as 17 horas.
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Era um grande maestro no mudo da música mas que Deus u tenho num bom lugar