Vereadores temem a volta do problema do lixo

Vereador Manoel Nascimento "São seis caminhões da Prefeitura parados no pátio e enferrujando, porque de acordo com o contrato o serviço não pode ser partilhado"

Aparecida de Goiânia

A falta de coleta do lixo enfrentada pelos moradores de Aparecida de Goiânia no inicio do ano passado volta a percutir na Câmara Municipal. Com novas denuncias os vereadores temem a repetição do problema, que já é visível em várias regiões da Cidade.

Os parlamentares protestaram com o que eles chamam de “descaso”. O vereador Edilson Ferreira (PMDB) lembrou que há mais de 10 dias, o lixo não é recolhido no Jardim Tropical. Ele conta que buscou ajuda da Secretaria Municpal do Meio Ambiente (SEMMA), mas foi ignorado. ” O secretário não atende o vereador, não atende nosso pleitos, enquanto isso o lixo não para de acumular”, reclamou.
Cada vereador enumerou os problemas enfrentados em suas regiões com a falta da coleta do lixo. O presidente da Câmara, João Antônio Borges (PSB) destacou a Vila Brasília. “O lixo da feira dos dias de terça fica horas obstruindo o trânsito a espera do recolhimento, que quase não aparece”, protestou João Antônio.
Para resolver o problema dos entulhos na região do Setor Aeroporto Sul, o vereador Gilsão Meu Povo (PRTB) teve de desembolsar R$ 600. “A cidade está virando um lixo. Solicitei várias vezes a retirada do entulho, mas meus pedidos também foram ignorados e para não deixar a população na mão tive de pagar do próprio bolso”, indignou-se Gilsão. O vereador destacou ainda a preocupação com o avanço da construção civil em Aparecida sem a devida coleta dos restos de construção. “Para onde vai este lixo?”, indagou.
As palavras de Gilsão ganharam apoio no desabafo do vereador Rosildo Manoel (PP), que listou outro impasse: para quem reclamar? “As pessoas relatam que na hora de reclamar são orientados pela secretaria competente a procurar a Delta, empresa responsável pela coleta. Ora, se é a Prefeitura que paga é lá que precisamos reclamar”, defende Rosildo.
Já Élio Bom Sucesso (PTB) acrescenta que ao procurar a Prefeitura foi informado que não há máquinas para realizar o serviço. “Fui obrigado a informar esta situação a uma moradora que me procurou para dizer que o lixo esta tomando conta da rua dela. A Cidade está feia, suja, precisamos resolver este problema”, preocupa-se o vereador.

Denuncias graves
A terceirização do serviço da coleta de lixo mais uma vez foi contestada pelo vereador Manoel Nascimento (PSDB), que reforçou o dano causado aos cofres públicos com os contratos “superfaturados”,  com a empresa Delta e anteriormente com a Construrban. “O que foi gasto com a primeira empresa algo em torno de R$ 4 milhões, daria para adquirir 16 veículos do mesmo modelo utilizado pela empresa sem terceirizar o serviço. O resultado são seis caminhões da Prefeitura parados no pátio e enferrujando, porque de acordo com o contrato o serviço não pode ser partilhado”, denuncia Nascimento.
O vereador alega ainda que o contrato com a Delta é de coletar 8 mil toneladas de lixo, mas com o crescimento da Cidade são produzidos muito mais que isso. “Em poucos dias urubus estarão sobrevoando toda a Cidade por conta do acumulo do lixo”, acrescentou.
O vereador denuncia também a falta de varrição das ruas e as péssimas condições de trabalho dos garis. “Eles recebem baixos salários e não tem se quer os equipamentos adequados de segurança”, denunciou.
Max Menezes (PSD) fez outra séria denuncia quanto ao lixo hospitalar na Maternidade Marlene Teixeira – Vila Brasília. “Conferi de perto a situação naquela unidade que é bastante preocupante já que se trata de uma maternidade. Lá não há mais lugar para armazenar o lixo. É um absurdo”, reclamou.
Os vereadores prometem investigar a situação e se precisar abrir até uma Comissão Especial de Inquérito (CEI).

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