Trânsito/Motoristas enfrentam armadilhas na GO 118
Falta de sinalização, de iluminação, placas escondidas pelo mato, ausência de acostamento. A rodovia que liga o Distrito Federal à Chapada dos
Veadeiros é cenário de tantos acidentes que a Polícia Rodoviária pediu uma semana para fazer um balanço.
Thalita Lins*
A rodovia GO-118, que leva à Chapada dos Veadeiros – paraíso goiano distante 230km de
Brasília e um dos destinos preferidos pelos brasilienses e turistas de outros estados do país -, é uma caixinha de surpresas.
Quem percorre parte do trecho da rodovia, entre o fim da DF-345 e a entrada de Alto Paraíso (GO), se depara com uma série de armadilhas: pista mal sinalizada, ausência de iluminação, placas indicativas engolidas pelo mato alto.
Os motoristas que precisam do acostamento acabam estacionando os carros na faixa principal por falta da secundária até Alto Paraíso.
No dia 1º de agosto, a reportagem flagrou uma família, incluindo crianças, à espera de
ajuda na margem da pista. O carro, no qual viajavam, falhou e ficou parado entre o mato e a rodovia principal por falta de acostamento. A poucos metros dali, uma carreta estava estacionada apenas com o pisca-alerta acionado. Ao visualizarem o caminhão, vários motoristas que passavam pelo local frearam bruscamente e tiveram que fazer ultrapassagem indevida, Por pouco, a pista não foi palco de mais um acidente. No sábado, a GO-118 foi cenário de fatalidades: uma colisão frontal levou à morte quatro pessoas, entre elas, o embaixador do Japão no Brasil.
Além das armadilhas, os condutores que trafegam na GO-118 são surpreendidos com brita solta na pista desde que uma obra, sob responsabilidade da Agetop, foi iniciada no fim do ano passado. A restauração ocorre em 95,5 quilômetros, entre o DF e São João da Aliança (GO).
Por meio da assessoria de comunicação, a Agetop afirmou que a agência “tem se preocupado e tomado as providências em relação aos acidentes ocorridos no trecho e que a empresa responsável pela obra tem realizado a sinalização de obras para
orientar e precaver possíveis acidentes”. Ainda segundo o órgão goiano, já está em execução a sinalização horizontal em todo o trecho.
A Agetop promete que somente após o término desse trabalho, mais placas desinalização serão instaladas ao longo da rodovia.
A reportagem pediu à Polícia Rodoviária Estadual (PRE) os dados sobre o número deacidentes na rodovia goiana, mas o órgão alegou que demoraria uma semana para fazero levantamento. A corporação tinha apenas os registros de julho, quando ocorreram, pelo menos, 28 acidentes de trânsito – capotagens, saídas de pista e colisões – no trecho entre os Kms 3 e 26 da rodovia. * Correio Brasiliense
(www.correiobrasiliense.com.br)