TRAGÉDIA NO PANTANAL – Onça ataca e mata caseiro em pesqueiro às margens do Rio Miranda. VÍDEO
Felino atacou até equipe de resgate. Uma semana antes, vítima já havia alertado sobre a presença dos animais na região.
Roberto Naborfazan
Uma onça-pintada atacou e matou o caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, no pesqueiro onde ele trabalhava, às margens do rio Miranda, no Pantanal de Aquidauana (MS). O ataque aconteceu na manhã de segunda-feira (21), e o corpo da vítima só foi encontrado no dia seguinte, por equipes da Polícia Militar Ambiental (PMA), após intensas buscas na região de mata fechada.
Segundo a PMA, partes do corpo de Jorge foram localizadas próximas ao rio, ao lado de pegadas do animal. Mais adiante, a cerca de 300 metros do local do ataque inicial, outras partes foram encontradas dentro de uma toca da onça, em uma área de difícil acesso. Durante a operação de resgate, o felino chegou a investir contra a equipe, atingindo com uma patada o braço de um dos integrantes das buscas.

Helicópteros, drones e o apoio de familiares da vítima foram mobilizados para as buscas. O corpo de Jorge foi recolhido e encaminhado ao Núcleo Regional de Medicina Legal de Aquidauana para a realização da perícia. A funerária da cidade foi acionada para os procedimentos de remoção.
Câmeras de segurança do pesqueiro registraram momentos antes do ataque, com uma onça circulando pela propriedade. Logo depois, os vídeos mostram o início das buscas e a descoberta dos restos mortais da vítima. As imagens do vídeo abaixo, e que circulam em redes sociais, são fortes e não são recomendadas para pessoas sensíveis.
Aviso ignorado
O caso ganhou ainda mais repercussão após a divulgação de um vídeo gravado pela própria vítima cerca de uma semana antes do ataque. Nas imagens, Jorge aparece ao lado de um homem que o chama de “cunhado”, mostrando rastros de duas onças muito próximos à casa onde vivia. O vídeo tem tom descontraído, mas já evidenciava a presença constante dos animais.
Em tom de brincadeira, o homem diz: “Vou mandar para o Dão. A onça vai comer o Jorge, Dão!”. Ao que Jorge responde: “Não vai comer, não!”. Dias depois, a cena se tornou um prenúncio trágico.

A PMA alerta para o aumento de encontros entre humanos e grandes felinos na região do Pantanal, especialmente em áreas onde há diminuição da oferta natural de alimento para os animais. O caso segue em investigação e deve reforçar medidas de segurança e orientação para trabalhadores em regiões de mata.