TORTUROU FILHO – Preso, pai confessou que sentia prazer em agredir a criança, diz delegado.

Investigação aponta que a criança teria sido submetida a sessões de espancamento, choques elétricos e afogamento. A Polícia Civil representou pela prisão preventiva do investigado, que foi deferida pelo Poder Judiciário. Durante depoimento, o homem confessou o crime.

A Polícia Civil de Goiás prendeu um homem, de 25 anos, suspeito do crime de tortura, praticado contra o próprio filho, de 8 anos. A detenção faz parte de Operação Cruciatus, realizada na segunda-feira (07/06), pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Goiânia. Segundo as investigações, o menino era submetido a sessões de espancamento, choques elétricos e afogamento.

Menino tinha as unhas quebradas ou marcadas com o uso de alicates pelo pai. O objeto também era usado para puxar a língua da criança.

De acordo com o delegado Wesley da Silva, o menino foi submetido a exame de corpo de delito, no Instituto Médico Legal (IML), que constatou as lesões. “A criança teve as suas unhas dilaceradas. Elas entraram em necrose, porque o pai apertava os dedos com um alicate e mordia as unhas dessa criança. O próprio laudo constatou arrancamento da unha desse menor, que estava muito assustado. Dizia que o pai o acordava de madrugada e praticava sessões de afogamento”, informou.

As agressões teriam sido iniciadas em 2020, depois que a criança se mudou da casa da avó materna para a residência onde o pai morava, no Setor Jardim Bella Vitta, na capital. No local, também moravam a madrasta do menino e os filhos dela, de três meses e seis anos.

“Inicialmente, a criança relatou que seu pai começou a agredi-la com um fio de energia. Com o tempo, ele começou a descascar esse fio, ligar na tomada e encostar no corpo da criança, causando queimaduras”, contou o delegado.

As marcas das agressões ficaram por todo corpo. As costas têm várias marcas das queimaduras causadas pelo choque.

As marcas das agressões ficaram por todo corpo. As costas têm várias marcas das queimaduras causadas pelo choque. As unhas estão quebradas ou marcadas devido ao uso de alicates. O objeto também era usado para puxar a língua da criança.

O caso foi denunciado pela avó da vítima, que descobriu as lesões no corpo do neto. A Polícia Civil representou pela prisão preventiva do investigado, que foi deferida pelo Poder Judiciário. Durante depoimento, o homem confessou o crime.

“Ele atribui todas essas condutas que ao fato dele beber muito. Diz que, quando bebe, se transforma numa outra pessoa. Além disso, ele afirma que sente uma raiva e uma animosidade pela família materna do seu filho, inclusive a avó e a mãe da criança. Ele também atribui esses atos ao seu próprio genitor, porque ele disse que quando era criança também sofria violência física e que, por isso, também se sentia no direito de praticar contra o filho dele. Disse que o menor era também um pouco rebelde”, explicou. “Por fim, ele relatou que, na verdade, era porque ele sentia uma espécie de prazer quando praticava esses atos contra o seu filho”, disse o delegado Wesley da Silva.

Segundo o delegado, a criança foi resgatada do local pela madrasta. “A criança diz que ela [madrasta] via as agressões, tentava impedir, mas era reprimida pelo pai, que batia nela. A avó conseguiu ter ciência desses atos, porque o pai sofreu um acidente, momento este em que a madrasta da criança conseguiu resgatá-la e entregá-la a avó”, disse. A mulher será investigada pelo crime de tortura por omissão. “A Polícia Civil vai continuar investigando, para saber se ela podia agir para evitar o resultado dessas agressões”, completou.

Durante a ação, a Polícia Civil e o Conselho Tutelar deixaram o menino aos cuidados da avó. O homem, que já possuía uma passagem por crime contra a honra, foi recolhido à unidade prisional. Ele deverá responder ao final do inquérito policial por tortura castigo. “A pena pode variar de dois a oito anos e, por envolver uma criança, tem uma majorante, podendo chegar a até 10 anos de reclusão”, ressaltou o delegado Wesley da Silva.

Share

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *