Titulo de Cidadão Camposbelense, na parede de minha vida, emoldurado em meu coração

p2-Titulo (112) - CópiaRoberto Naborfazan

No meu retorno ao Brasil, em 2002, escrevi e publiquei no jornal Líder do Nordeste, o artigo Tributo ao Meu Paraíso (II), para falar de minhas saudades não só do País como um todo, mas especificamente de Campos Belos, minha terra adotiva. O II é porque em 1988, fiz, em parceria com João Beltrão Filho, o Samba de Enredo que leva esse nome.
Ao receber, depois de propositura do vereador Arione Luciano e aprovação unânime por seus pares, o Titulo de Cidadão Camposbelense das mãos do presidente da Câmara de Vereadores, Marcio Valente, na sexta-feira,13, sob a benção de Santa Luzia, novamente o cérebro ligou o vídeo tape do tempo e lá estava eu, divagando no meu Kampubelar, escrevendo uma espécie de Tributo ao Meu Paraíso III.
Citei tantas pessoas queridas, e quantas não mencionei naquele artigo, tantas não conseguirei colocar nesse espaço.
Saindo do balcão da venda de seu Adelino Gomes, na rua 7 de Setembro, falei da vizinhança, mas me passou a lembrança de seu Abílio e família, Mazinho menino, Nice voltando ainda tão jovem para os braços de Deus, moravam ali, pouco abaixo da casa do Batistão . Virei a esquina e recebi um Salve, de Mestre Zé, sentado na calçada do Hotel Boa Sorte, ainda comandado por dona Emília. O vereador Dico passou por ali, superando seus limites.
Tico, na esquina de seu bar/boate/toca, ouvia o sino da Igreja de Nossa Senhora da Conceição sendo badalado por Anjo Galvão, que no nome e nas ações carregava a energia de Dom Alano, Padre (Monsenhor) Magalhães e Padre (Monsenhor) Moreira, líderes religiosos com quem tive a benção de conviver .
Dona Joaninha do Padre benzia meus filhos contra quebranto, enquanto Joca, seu filho, prepara seus espetinhos de carne, tradicionalmente conhecidos.
Na espera pelo almoço de dona Dina e Ézio Farina, passei para comer um pão de queijo no cafezinho de dona Fia e seo Jesuino. Para as Petas de dona Messias tinha que apressar o passo, quantidade limitada e concorrida. .
Nâna, Barrão, Manoel Papagaio e toda aquela moçada das ruas e do povo, parece que marcou horário para se encontrar na sorveteria Polo Sul, Point referencia na região, comandada por Tité. Ali a sociedade é junta e misturada.
Indo ao posto da Telebrasília ligar para Goiânia, fila grande, tive a oportunidade de ouvir seo João Victor contar para o Tião da Rodoviária e seu irmão Clodoaldo Augusto de Mendonça sobre a queda do avião de um político, próximo ao boqueirão de Arraias, quando ele encontrou uma pequena fortuna em uma mala e devolveu ao dono. Homem íntegro.
Ouvi de Geralda Bidó que Zé Rodrigues falou para Daniel “Aceta” que a Kampuba só fecha depois que a Churrascaria Mangueira tocar It’s A Heartache, da Bonnie Tyller. Soou em meus ouvidos o bordão “Essa é a Saideira”.
Na esquina do Peg Pag Goias encontrei seo João Beltrão contando para Anjinho e Dianão como era o caminho para o Pouso Alto na época de Tropeiro. Edmar, em sua loja em frente, observa a prosa, enquanto Manoel Osny entra na sua Talismã, a grande loja de material para construção na contra esquina da loja de Tina e Ibanêz.
O pacote de linguiças, a melhor da região, feita por dona Geralda na cozinha de sua casa, ao fundo da loja de seu filho, Antonio Barros , começa a pesar, mas ainda tenho que pegar o mocotó, limpo por Estevão Porca e sua mulher. Prole de dona Bela.
Seo Avelino Mendes passa em sua caminhonete e cumprimenta professor Eny, sentado junto a porta de sua funerária, observando Zé da Silva (Pai) conversar com seo Salatiel Assunção Costa e dona Joana.
Caminho para tomar uma cerveja no bar do Dino e vejo seo Zezão fazendo blocos de tijolos e Bolivar, na calçada de sua casa, rachando lenha. Alguém me grita, olho e vejo Arlete, da porta de seu açougue, me falando que parou de beber. Acredito, ele é meu amigo.
Arlete me faz lembrar que tem treino do Campos Belos e preciso prestar atenção na prancheta de Mauricio, técnico e grande incentivador do futebol regional. Zé da Silva (filho) passa entregando as correspondências e me diz que entre o Mixto F C e o PMDB, fica com os dois.
Austeros, sistemáticos e boas pessoas, João de Melo e seo Ubirajara (Paulistana Moveis) mais uma vez me recebem para um café. Agradeço e saio apressado; daqui a pouco, junto com Francino, João Januário, Dercy, Perkão, Gilberto Beltrão, Jeremias, Luis Carlos Gato, Mola e tantos outros, vamos fundar o Renascença F C, motivador de uma confraria diferenciada para os moldes da época, que ainda repercute positivamente.
Recobro o olhar no hoje, plenário da Câmara lotado de pessoas queridas, algumas do olá cotidiano, outras do carinho fraterno sempre.
Dona Ezaltina Beltrão, Alterando toda uma rotina, está no evento exclusivamente para me prestigiar, seu filho João, a nora e os netos representam, em nome da família, todo o carinho recíproco entre nós. Seo Fernando Terra, Domingos Cardoso, Zezinho da Casa da Terra, Antonio Francisco, Dinomar Miaranda, Rosinha, Dr Paulo e Drª Rita, Dr Hector, Nilda Oliveira, Zé Wilthon, Evônio Madureira, Dr Socrates, Hélio Cruz, Zé Cândido, Osmar Santos Demerval Moura, tantos, tantos, tantos outros…
A presença de dois, dos meus três filhos, todos nascidos em Campos Belos, me fortaleceu na hora da grande emoção, a festança alegre e sincera, nos dois dias seguintes, entre amigos e agora, definitivamente conterrâneos, me faz confiante que lutei e venci o bom combate. Se guerreiro era, com mais vigor guerreiro sou, em defesa dos interesses de Campos Belos e nossa região nordeste. Obrigado amigos, obrigado, meus irmãos.

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