TERESINA DE GOIÁS – MPGO realiza escuta social na Comunidade Quilombola Diadema para estabelecer ensinos fundamental e médio presenciais.

Entre as adversidades listadas, os alunos enfrentam longas caminhadas, além de necessitar de transporte escolar para serem encaminhados de manhã ao Colégio Estadual Joaquim de Sousa Fagundes, em Teresina de Goiás, retornando a suas casas apenas no período noturno.

Lucas Yuji**

O Ministério Público de Goiás (MPGO) realizou na terça-feira (27/2) uma escuta social da comunidade quilombola de Diadema, em Teresina de Goiás. O objetivo do evento foi compreender os pedidos dos moradores em relação ao estabelecimento do ensino fundamental e médio de forma presencial na comunidade rural.

A escuta, realizada na Escola Municipal Tia Adesuíta, foi conduzida pela promotora de Justiça Úrsula Catarina Fernandes, titular da comarca de Cavalcante, à qual pertence o município de Teresina. Na reunião, que contou com apoio da Área de Educação do Centro de Apoio Operacional (CAO) do MPGO, as moradoras e moradores apresentaram aos representantes dos poderes municipais e estaduais presentes o desejo da implantação do ensino fundamental e médio de forma presencial na Escola Municipal Tia Adesuíta.

A comunidade demonstrou sua vontade no estabelecimento das aulas presenciais devido às limitações técnicas da localidade, como constantes quedas de energia e falta de internet, além de a modalidade do ensino a distância não conseguir abranger as individualidades de uma comunidade quilombola. Conforme apontado na escuta social, estes fatores tornam a aplicação do Programa Goiás TEC – Ensino Médio ao Alcance de Todos, modalidade educacional a distância da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), uma solução incompleta às necessidades dos moradores.

Durante o evento, os moradores quilombolas manifestaram unanimemente o voto pelo estabelecimento do ensino presencial do primeiro ano do fundamental até o terceiro do ensino médio.

A importância da escuta social advém das dificuldades enfrentadas pelos estudantes da comunidade. Entre as adversidades listadas, os alunos enfrentam longas caminhadas, além de necessitar de transporte escolar para serem encaminhados de manhã ao Colégio Estadual Joaquim de Sousa Fagundes, em Teresina de Goiás, retornando a suas casas apenas no período noturno. Outro ponto é a negativa, por parte da Seduc, quanto à extensão dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio no modelo presencial sem mediação tecnológica na comunidade.

Durante o evento, os moradores quilombolas manifestaram unanimemente o voto pelo estabelecimento do ensino presencial do primeiro ano do fundamental até o terceiro do ensino médio, negando a possibilidade de implantação do Goiás TEC e também da proposta de transporte municipal à unidade escolar em outro município.  “Foi muito importante ouvir a comunidade, suas falas, compreender as peculiaridades dessa comunidade quilombola e verificar que eles têm muita clareza da oferta mais adequada de ensino”, afirmou a promotora Úrsula Catarina.

Autoridades municipais, representantes da Seduc e da comunidade escolar participaram da escuta social

Estiveram presentes na escuta social o vice-prefeito de Teresina de Goiás, Martinho Soares da Silva; a secretária municipal de Educação, Valdirene Rodrigues; o presidente da Câmara de Vereadores, Jacksan Magalhães; o presidente da Associação Quilombo Kalunga (AQK), Carlos Pereira; além de representantes da Seduc e da comunidade escolar.

*** Estagiário da Assessoria de Comunicação Social do MPGO – Supervisão: Ana Cristina Arruda

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