TABLOIDES BRASILEIROS Pequenos e invocados

Willy Schumann

Depois dos escândalos envolvendo o jornal News of the World, da Inglaterra, é bom não subestimar a força dos tabloides que circulam no Brasil. Cada periódico traz algum tipo de informação diferenciada, senão exclusiva. O tabloide também é conhecido pelo seu tamanho: mede aproximadamente 33×28 cm e seu conteúdo de notícias geralmente é apresentado de forma resumida.

Um dos tabloides mais importantes do Paraná é a Folha de Santa Felicidade. Totalmente produzido no bairro gastronômico que dá nome ao jornal, é editado pelo jornalista Marcos de Macedo Saldanha e sua equipe. Com uma diagramação moderna e atraente, o “baixinho invocado” publica artigos de colunistas de peso, como é o caso do jornalista Ricardo Kotscho, da ministra-chefe da Casa Civil Gleisi Hoffmann e do teólogo Leonardo Boff. O jornal conta ainda com uma correspondente internacional: trata-se da jornalista e escritora Regina Brustolim, que divide sua vida como doutoranda em Literatura na Universidade de Coimbra, em Portugal, e a busca por matérias exclusivas sobre os fatos mais importantes da Europa e do mundo.

Além de informações sobre questões socioeconômicas do bairro, o jornal contempla assuntos de relevância nacional, como cultura, gastronomia, saúde, estética, política, turismo e meio ambiente. A Folha de Santa Felicidade possui também um cartunista, Jeff Schnaider, que através de suas tiras mostra de forma bem humorada o cotidiano de uma tradicional família de italianos que vive no bairro.

Saúde e vida longa
A linha editorial do tabloide tem o compromisso com a imparcialidade, muito raro nos dias de hoje, e já denunciou políticos corruptos, o mau uso do dinheiro público e o descaso das autoridades nas questões sociais. O jornal é distribuído gratuitamente em pontos comerciais e nos luxuosos condomínios da região onde moram empresários e executivos, que na sua maioria vieram de cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo. “A tendência mundial é que os tabloides passem a ser gratuitos”, explica Saldanha, editor-chefe do periódico.

Turistas brasileiros que visitam o tradicional bairro gastronômico da capital paranaense recebem o jornal e o levam para suas cidades de origem, guardando-o como um souvenir. Muitos deles enviam e-mails para a redação, comentam fatos publicados e dão sugestão de pautas. Com uma edição de sete mil exemplares mensais, o tabloide paranaense comemora os seus 17 anos de existência com muita saúde e, ao que tudo indica, vida longa. [Willy Schumann é jornalista, Curitiba, PR]

 

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