Saúde: Lançado plano estadual de combate à dengue

O governador Marconi Perillo e o secretário de Estado da Saúde, Leonardo Vilela, reuniram-se com prefeitos e secretários dos 246 municípios goianos para deflagrar um plano estratégico de combate à dengue em todo o Estado. 

O governador conclamou as autoridades municipais a desenvolverem um trabalho integrado como o governo estadual, visando a redução dos índices de propagação da doença no Estado.
Por meio do projeto Conecta SUS, o Estado terá uma sala de gerenciamento dos casos de dengue, com dados em “tempo real”. Por determinação do governador, a Secretaria estadual de Saúde disponibilizará aos municípios soro e medicamentos para tratamento de pacientes diagnosticados com a doença.
Na solenidade de lançamento da campanha, realizada no auditório Mauro Borges do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, foi apresentada a experiência de Aruanã, que conseguiu reduzir de 49 casos de dengue, registrados num ano, para apenas 2 casos no ano seguinte.
O prefeito Paulo Valério explicou que o avanço só foi possível com o envolvimento da população. Ele apresentou um conjunto de ações adotadas pela administração municipal e que, segundo o governador, servirão de base para a ação do Estado junto aos demais municípios. “Senhores prefeitos, coloquem a dengue na pauta dos municípios”, disse Paulo Valério.
O governador ressaltou no discurso que a dengue é uma doença grave, que pode levar o pacienta a óbito. “Eu sofri na pele o problema da dengue em 2012”, disse, ao lembrar que foi alvo da doença e ficou em tratamento por dez dias. “Ninguém pode ficar de fora. A sociedade precisa se envolver”, ressaltou o governador.
O secretário estadual de Saúde, Leonardo Vilela, apresentou dados estatísticos da epidemia no Estado. De acordo com o boletim referente à sexta semana epidemiológica do ano, Goiás registrou aumento de 36,70% no número de notificações da doença em comparação com o mesmo período do ano passado. Já são 19.584 casos e onze óbitos sob investigação.
O secretário destacou o papel de cada ente federativo – União, Estado, Municípios – no combate à doença. Ele apresentou o mapa da dengue no Estado, apontando os municípios cuja incidência da doença é maior. O Estado também fará uma campanha institucional de conscientização da população, que será veiculada nos meios de comunicação nos próximos dias.
A Secretaria de Saúde trabalha em duas frentes: a emergencial e outra para médio e longo prazo. A primeira é formada por uma força-tarefa que viaja toda semana aos municípios em situação de risco – os últimos a receberem a visita dos técnicos foram Piracanjuba, Hidrolândia, Palmeiras, Itumbiara, Alto Paraíso, Caldas Novas e Pirenópolis. A SES monitora ações de controle e faz o acompanhamento técnico dos agentes de endemias – que são servidores das prefeituras.
A força-tarefa conclui, nos próximos dias, licitação para compra de 250 cadeiras para hidratação de pacientes com dengue, a serem distribuídas nos municípios onde o número de notificações é maior. Também está em aquisição mais bombas de UBV veiculares e costais, suficientes para complementar o trabalho dos agentes e licitadas 20 caminhonetes para renovação da frota de bombeamento de inseticida.
Os municípios em situação de alerta receberam cartas com orientações para o combate adequado ao mosquito. Estudo recente, feio a partir de informações colhidas em campo pelos agentes de saúde, concluiu que 80% dos criadouros encontram-se dentro dos próprios domicílios – onde o acesso dos profissionais do poder público é difícil – e, desses 80%, quase a metade encontra-se no lixo descartado de maneira inadequada.
De acordo com Leonardo Vilela, a Secretaria de Saúde também avança no planejamento de médio e longo prazos para impedir que, nos próximos anos, Goiás passe por uma epidemia como o que ocorreu em 2013.
O Plano de Contingência elaborado pelo Governo, com base em diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde, delega responsabilidades para todos os entes envolvidos no combate à endemia, a partir do momento em que são realizadas as notificações.
Segundo a OMS, a dengue continua sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo e permanece a estimativa que 2,5 bilhões de pessoas – cerca de 40% da população mundial – estão sob o risco de contrair dengue e que ocorram anualmente cerca de 50 milhões de casos. Desse total, estima-se que cerca de 500 mil pessoas com dengue grave necessitem de hospitalização a cada ano e pelo menos 2,5% morrem em consequência da doença (OMS 2014).
Participaram também da solenidade o vice-governador, José Eliton, secretários de Estado, deputados estaduais, representantes da rede de hospitais particulares, do Ministério Público estadual, prefeitos, secretários municipais, agentes de Saúde e líderes classistas empresariais.