SAÚDE – Cientistas brasileiros criam curativo sustentável que pode revolucionar o SUS.

Pesquisadores da UFMG e UFLA criam curativo sustentável com alta capacidade de absorção e propriedades antimicrobianas.

Douglas Ferreira*

Um novo curativo desenvolvido por pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e UFLA (Universidade Federal de Lavras) pode revolucionar o tratamento de feridas no Brasil. A descoberta, publicada na revista Materials Research, propõe uma solução acessível, ecológica e tecnicamente avançada, capaz de reduzir custos, acelerar a cicatrização e tornar o país menos dependente de insumos internacionais.

Batizado de CH50BGF, o curativo sustentável pode ser produzido no Brasil e apresentou alta eficácia, com potencial para substituir as bandagens importadas utilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Saiba mais sobre essa descoberta a seguir!

Do que é feito o novo curativo?

O curativo CH50BGF foi desenvolvido no formato de espuma e combina dois componentes principais: a quitosana e micropartículas de vidro bioativo.

Quitosana: polímero natural obtido a partir de resíduos da indústria pesqueira, com propriedades antimicrobianas;

Micropartículas de vidro bioativo: material cerâmico usado na medicina regenerativa, que libera íons benéficos para a cicatrização.

Novo curativo é solução acessível que pode reduzir custos e acelerar a cicatrização de feridas complexas.

De acordo com o estudo publicado, a quitosana atua como antimicrobiano natural, mantendo a umidade ideal para a regeneração do tecido e inibindo infecções, enquanto o vidro bioativo libera íons que estimulam a formação de novos vasos sanguíneos e a produção de colágeno, acelerando o fechamento da ferida. A combinação desses componente resulta em um curativo com alta capacidade de absorção e ação antibacteriana, sendo ideal para feridas complexas como queimaduras de terceiro grau e lesões por pressão.

Além de favorecer a produção sustentável, o novo curativo demonstrou ser altamente eficaz. Nos testes realizados, o CH50BGF demonstrou capacidade de absorção de líquidos de até 160% em 24 horas, desempenho superior a muitos curativos comerciais. Os pesquisadores apontaram ainda que o CH50BGF também pode ser adaptado para diferentes níveis de secreção.

Quando o novo curativo começará a ser vendido?

Embora o novo curativo sustentável ainda precise passar por mais testes clínicos antes de ser aprovado para uso em larga escala, o pesquisador Eduardo Nunes ressalta que o produto é um modelo inovador e acessível, com capacidade de absorção comparável a de produtos comerciais consolidados como referência global no tratamento de feridas exsudativas. (

“Esse resultado reforça a possibilidade de conciliar sustentabilidade e alto desempenho, não apenas garantindo a porosidade necessária para a absorção, mas também preservando a integridade estrutural do curativo, mesmo em condições de saturação. Para um projeto voltado à substituição de insumos importados, esse resultado demonstra a viabilidade técnica de uma alternativa nacional, com potencial para reduzir custos e ampliar o acesso a tecnologias no SUS”, afirma o pesquisador.

Atualmente, a equipe trabalha para consolidar toda a cadeia produtiva, da obtenção da matéria-prima à padronização do produto final. “Isso envolve o aperfeiçoamento de processos sustentáveis de extração e purificação a partir de resíduos da indústria pesqueira, com o objetivo de estabelecer um protocolo robusto, que coloque Minas Gerais como referência nacional na obtenção dessa biomolécula”, afirmam os pesquisadores.

O estudo foi antecipado à Seleções pela Agência Bori.

FOTO DE CAPA : Artfully79/iStock

**FONTE: Revista Seleções

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Um comentário em “SAÚDE – Cientistas brasileiros criam curativo sustentável que pode revolucionar o SUS.

  • 3 de maio de 2025 em 9:06
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    Ao usar o têrmo “sustentável” eu, médica, vi com ressalvas pois este termo é a “mola” que impulsiona a NOM e agora… a mudança da sigla para “NOVA ORDEM GLOBAL”.

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