PROFECIAS E O FIM DO MUNDO

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Roberto Cury

– O mundo vai acabar no dia 21 de dezembro, segundo profecia maia de muitos anos antes de Cristo, se ouviu ininterruptamente neste nosso país verde amarelo e que deixou muito cara-pálida mais amarelo de medo que o amarelo ouro da nossa bandeira.
A interpretação apocalíptica atingiu, praticamente, todas as nações da
Terra.
O perigo e a desconfiança de possível suicídio em massa, em terras de Tio Sam, fez com que a NASA – Agencia Espacial Americana, emitisse declaração, publicada na imprensa escrita, falada e televisada de todos os países do Concerto das Nações, de que o Mundo não iria acabar.
Aqui, nas plagas brasilianas, muita loucura se viu. Grupos de pessoas amedrontadas, foram explorados na crendice destruidora do Globo terrestre, tornando-se vítimas de recolhimentos promovidos por espertalhões que açularam o temor do fim do mundo utilizando-se de técnicas estelionatárias, e, alguns, afirmando-se guias ou dirigentes religiosos aproveitaram-se da boa-fé ou da ignorância dos mais fracos, impingindo-lhes “o fim dos tempos” como a “ira” divina se abatendo inexoravelmente sobre os maus, expurgando-os do convívio terreno.
Videntes da boa causa tiveram a oportunidade de verem as trevas e os espíritos moleques ou brincalhões se divertindo a larga em face do temor fatídico dos incautos, dos ignorantes, dos que não raciocinam e dos que não têm fé.
Houve quem se enterrasse em inusitados buracos cavados no solo, em verdadeiros labirintos para enganar os emissários divinos que viriam se abater sobre maus e sobre os desprevenidos.
Aqui na nossa terra goiana, para tristeza e decepção do povo sereno, pacífico e inteligente, aconteceram episódios que raiaram a infantilidade e o temor dos mais ignorantes seres como se fossem aqueles homens das cavernas que se borravam de medo do trovão e dos raios que coruscariam o céu durante a tempestade, esquecendo-se de que, segundo a profecia, o fim do mundo aconteceria sob fogo destruidor, ao contrário do tempo de Noé, quando o mundo se derreteu em água depois que ele recolheu, além de sua família, um casal de cada raça animal existente, na arca pré-construída a tempos antes.
Mas, engraçado é que ninguém consegue explicar como os povos do mundo aumentaram, em número absurdo, depois do dilúvio, uma vez que Noé salvara apenas sua família e, como todos sabem, jamais houve acasalamento de irmão com irmã! E Noé e sua esposa, por mais que se esforçassem e fossem seres humanos super-extraordinários, também jamais teriam a condição excepcional de povoar o mundo em todos os seus quadrantes e com povos tão diferentes entre si, no exíguo espaço de tempo entre o dilúvio e os primórdios das civilizações.
A profecia maia, como em geral todas as profecias anunciadas, principalmente as atribuídas a Nostradamus, sempre foram interpretadas ao alvedrio de alguns “metidos” a entendedores, ou que se anunciaram arautos futuristas dos desígnios divinos. Entretanto, o que se observa nesses “intérpretes” é que sempre buscaram ou projeção social ou obterem algum proveito da inocência ou da ignorância de algumas pessoas.
Isso só acontece porque como dizia um velho ditado popular: “neste mundo tem bobo pra tudo”. Então, os espertalhões aproveitam-se desse triste quadro e “nadam de braçadas” no mar da ignorância dos menos afortunados da sabedoria.
Lamentavelmente, neste mundão de provas e expiações, ainda, prevalecem aqueles “mais sabidos” sobre os “mais tímidos”, “mais simples”, “mais singelos””mais crédulos”.
Os espíritos da igualdade e da fraternidade ainda inexistem numa grande parte do povo mundano. Nem o Natal, tão próximo do “fatídico dia 21” não conseguiu inundar de alegria sã as gentes, especialmente, nós brasileiros que nos deixamos levar apenas pelo sentido comercial da data já vulgarizada pelo “bom velhinho” do que pela luz e pela grandeza da celebração do nascimento anual de Jesus, nosso Mestre, nosso Guia.
Hoje, enquanto escrevo nesta madrugada, já é dia 28 de dezembro, sete dias após o preconizado fim do mundo que não se acabou.
Teria falhado a profecia? Ou falharam os tais intérpretes apocalípticos?
O que realmente significa essa profecia maia?
Nesta encarnação sempre busquei ser racional e em razão disso, quase “fundi minha cuca” até entender o significado real de “fim dos tempos” anunciado no Evangelho de João sobre o Apocalipse como também em muitas profecias, e, no caso especial dessa que é atribuída ao povo maia.
“Fim dos tempos” parecia-me mesmo fim do mundo, afinal seria o fim de todos os tempos, passado, presente e futuro. Era o tal “fim do mundo”.
Foi por aí, desde quando ainda participava de outro credo religioso, que o meu bestunto não aceitou a imposição desse “c’est fini” do mundo. Afinal que Deus era esse que mal criara o planeta e antes dele conseguir realizar os objetivos para o qual fora destinado e atingir o seu ápice já o destruía?
Esse deus se assemelharia a uma criança contrariada que se vingava por qualquer coisa.
Definitivamente, não era o Deus que em quem sempre acreditei. Meus Deus era Todo Bondade, Todo Misericordioso, Essência do Amor, Suprema Inteligência e Infinita Sabedoria. Jamais um virulento deus desarrolhado de sua criação, destemperado e desequilibrado capaz de rudes façanhas próprias dos ignorantes e maus.
A racionalidade existente em mim desde minha infância se acentuou deveras quando descobri a Doutrina Espírita e iniciei meus estudos sobre ela.
Encantei-me quando na primeira questão de “O Livro dos Espíritos” Que é Deus?, encontrei o Criador que sempre buscara: “Suprema Inteligência e Causa Primária de Todas as Coisas”.
Toda a Criação é Sua Obra e Tudo advém da Suprema Inteligência. Então como poderia Deus passar a Si mesmo um atestado de ignorância, de intolerância e de desfaçatez?
Aliás, existe uma passagem no Velho Testamento que diz que Deus “se arrependeu de ter feito o homem”. Sério, esse “deusinho arrependido” jamais poderia ser o Deus Criador de tudo, inclusive do homem.
Ah! Está bom! É verdade que a Bíblia foi escrita por homens. E homens escrevem “o que lhes dá na telha”, principalmente quando objetivam causar impacto como incessante necessidade de se autopromover.
Também é verdade que não são conhecidos os escribas da Bíblia, mas, que importa, se eles foram narradores opinativos de suas verdades, cujas passagens poderiam ser consideradas frutos de fértil imaginação?
Pois bem, voltemos à profecia maia e à real interpretação. Final dos tempos significa que está chegada a hora da grande transição.
O mundo se transforma. De terra de provas e expiações, eleva-se para o período de Regeneração, quando os maus são retirados da esfera terrestre indo habitarem outros mundos menores, mais atrasados e lá, em face do atraso dos espíritos natos, os retirados da Terra serão considerados bons e úteis no processo de evolução desses mundos primitivos.
Enquanto que aqui, a Terra continuará, implacavelmente, girando e gerando mais progresso até atingir a condição de Mundo Feliz, onde só espíritos livres e perfeitos podem habitar, lá se inicia a grande jornada, mesmo demorada em milênios, até que saia do primitivismo em direção de um mundo melhor e chegue à condição de mundo de provas e expiações.
As profecias revelam a Bondade de Deus, antecipando a seus filhos, de todas as esferas, de que podem esperar, mas, sobretudo sugerindo-lhes cooperarem cada qual com seu mundo, pois as transformações acontecerão beneficiando-lhes e à morada que habitarem neste Universo sem fim.
Assim é a Lei, a Divina Lei. Todos trabalham em benefício de todos. Ninguém deixa de ser importante para o progresso da Humanidade Universal.

CONTO

Conselho Trocado

Hilário Silva (espírito)

Médium: Waldo Vieira

No Rio de Janeiro, pequeno grupo de companheiros, no culto da assistência, entrou no presídio da Rua Frei Caneca.
Distribuição de lembranças e guloseimas.
Passando por determinada cela, D. Almira Barbosa ouve a voz de um encarcerado:
– Madame, quer arranjar-me um cigarro, por favor?
D. Almira volta-se para ele e começa a doutrinar.
Diz-se habituada aos serviços da saúde, fala dos prejuízos do fumo, comenta os imperativos da higiene, explana sobre as despesas trazidas pelo hábito de fumar e refere-se ao câncer do pulmão.
O preso observa a senhora, calmamente, dos pés à cabeça.
Quando termina, replica fleumático:
– Ora, madame, quem neste mundo, está sem algum costume censurável? A senhora é assistente de saúde, eu sou sapateiro. Com certeza, não fuma; entretanto, tem belos sapatos “Luís XV”, que lhe prejudicam a saúde. Já pensou nos perigos do salto alto? A senhora me desculpe, mas tanto erro eu com o cigarro reprovável quanto a senhora com o calçado inconveniente.

 

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