Prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira é preso em operação da PF que investiga vazamento de informações sigilosas do STJ.

Ordens de prisão, buscas e medidas cautelares foram cumpridas em Palmas. Polícia aponta que vazamentos chegaram a frustrar operações policiais.

Por Patrício Reis, Kaliton Mota, Matheus Dias e Ana Paula Rehbein.

O prefeito Eduardo Siqueira Campos (Pode) e mais duas pessoas foram presas na manhã desta sexta-feira (27) em Palmas, em nova fase da Operação Sisamnes. As prisões foram determinadas pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e fazem parte do inquérito que apura supostos vazamentos de decisões judiciais no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A informação foi apurada pela TV Anhanguera.

Também foram presos o advogado Antônio Ianowich Filho e policial civil Marco Augusto Velasco Nascimento Albernaz. Segundo o STF, a medida foi tomada após representação da Polícia Federal e contou com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR). O g1 tenta contato as defesas deles.

O advogado Juvenal Klayber, que faz a defesa do prefeito, disse em entrevista que vai tomar conhecimento do processo.

A Prefeitura de Palmas informou que Eduardo recebeu a decisão com serenidade e irá colaborar prontamente com os trabalhos. Disse ainda, que a decisão não tem relação com a atual gestão. Veja a íntegra da nota no fim da reportagem.

Em relação ao policial civil Marco Augusto, a Secretaria da Segurança Pública do Tocantins informou que o caso está sendo acompanhado pela Corregedoria-Geral da SSP, e que serão tomadas todas as providências administrativas cabíveis.

Segundo a Polícia Federal, a operação busca aprofundar as investigações sobre a existência de uma organização criminosa responsável pelo vazamento sistemático de informações sigilosas, com impacto direto sobre operações da Polícia Federal.

Prefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos) comenta Operação Sisamnes em coletiva de imprensa — Foto: Stefani Cavalcante/g1 Tocantins

Em maio, Eduardo foi alvo de buscas durante a 9ª fase da Operação Sisamnes, realizada pela Polícia Federal. Na época, a PF chegou a pedir o afastamento dele do cargo, mas o pedido tinha sido negado. O prefeito é investigado por supostamente ter vazado informações sigilosas para o advogado Thiago Marcos Barbosa, sobrinho do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), em 2024.

Além dos três mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e medidas cautelares diversas foram autorizadas pelo STF.

Conforme a PF, a apuração revelou indícios de que informações confidenciais estariam sendo antecipadamente acessadas, articuladas e repassadas a investigados, com o envolvimento de agentes públicos, advogados e operadores externos.

O grupo é suspeito de utilizar desses dados sensíveis para proteger aliados, frustrar ações policiais e construir redes de influência.

Agentes da Polícia Federal chegando na sede da PF em Palmas — Foto: Kaliton Mota/TV Anhanguera

Relação entre Eduardo e Thiago Barbosa

Thiago Barbosa está preso desde março de 2025, após determinação do STF. Os diálogos citam que o advogado Thiago Marcos Barbosa de Carvalho repassou informações supostamente sigilosas sobre o inquérito que investiga a compra de cestas básicas pelo governo do Tocantins para o tio, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos).

Wanderlei Barbosa nega que tenha recebido informações privilegiadas e não é alvo da investigação da PF.

Depois das buscas realizadas em maio, Eduardo Siqueira afirmou que conhece Thiago e eles têm uma relação de “afeto”. O prefeito negou que tenha repassado informações privilegiadas e disse que apenas indicou um advogado para defendê-lo.

Apesar disso, diálogos obtidos pela GloboNews apontaram que o prefeito supostamente teve conhecimento detalhado de um processo em curso no STJ e dizia ter uma fonte no tribunal.

Thiago Barbosa segue preso na Unidade Penal de Palmas. O advogado dele, Luiz Francisco, afirmou que o cliente está sendo acusado de embaraçar investigação contra organização criminosa, mas a defesa está tranquila. “Não vejo crime de embaraçamento por parte do Thiago. O embaraçamento é crime material, tem que ter resultado. Se as operações ocorreram e atingiram objetivo, que prejuízo houve? Nenhum”.

O que diz a Prefeitura de Palmas

A Prefeitura de Palmas informa que foi dado cumprimento à decisão judicial em relação ao prefeito Eduardo Siqueira Campos.

Cabe informar à população que as investigações não se relacionam com a atual gestão municipal. A decisão visa a averiguação de informações e tudo será esclarecido.

O Prefeito recebeu a decisão com serenidade e irá colaborar prontamente com os trabalhos. Cabe destacar a abordagem respeitosa dos agentes da Polícia Federal.

Neste momento é importante prestar todos os esclarecimentos e manter preservada a população de Palmas e a gestão municipal.

FONTE: g1 Tocantins e TV Anhanguera

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