POLIOMIELITE – Saúde orienta pais sobre mudanças no esquema vacinal contra paralisia infantil.
Vacina oral para reforços só estará disponível nos postos até dia 27 de setembro de 2024. A partir de 4 de novembro, postos vão disponibilizar apenas vacina injetável. A poliomielite é uma doença contagiosa aguda e grave caracterizada por um quadro de paralisia flácida causada pelo poliovírus selvagem que, em geral, acomete os membros inferiores de forma irreversível e pode levar à morte.
Roberto Naborfazan
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás informa à população goiana que o esquema vacinal contra a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, passará por mudanças. As doses da vacina oral poliomielite bivalente (VOPb), de gotinha, serão substituídas pela vacina inativada poliomielite (VIP), que é injetável. O Ministério da Saúde divulgou a mudança por meio de nota técnica enviada aos estados.
O esquema vacinal funciona assim atualmente: a vacina injetável contra a polio é aplicada nas três primeiras doses do esquema vacinal (2, 4 e 6 meses), as doses de reforço são ministradas com a vacina oral, aos 15 meses (4º dose) e aos 4 anos (5º doses). A partir de 4 de novembro de 2024, a dose de reforço será apenas aos 15 meses com a vacina injetável).
Dessa forma, os pais precisam estar atentos, já que a recomendação é que as doses de reforço contra a polio (4ª e 5 ª dose) não estarão mais disponíveis nos postos, entre 28/09 a 3/11. Nesse período, as três doses do esquema primário que já são injetáveis serão realizadas normalmente. Apenas o reforço com a gotinha será interrompido. “A gotinha deixa de existir, mas a proteção para as nossas crianças continua”, explica a superintendente de vigilância em Saúde da SES/GO, Flúvia Amorim.
O Ministério da Saúde, com apoio dos estados e municípios, vai fazer a retirada das doses da vacina oral das salas de vacinação do Estado. A mudança foi definida após avaliação da câmara técnica, com participação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Organização Mundial da Saúde (OMS). Pesquisas realizadas a partir dos anos 2000 mostraram que a vacina oral era menos eficaz e segura que a vacina intramuscular. A substituição faz parte da Estratégia de Erradicação da Poliomielite da OMS.
A poliomielite é uma doença contagiosa aguda e grave caracterizada por um quadro de paralisia flácida causada pelo poliovírus selvagem (PVS) tipo 1, 2 ou 3, que, em geral, acomete os membros inferiores de forma irreversível e pode levar à morte. A vacinação é fundamental para a redução do risco de reintrodução do poliovírus no Brasil.
Cobertura
As coberturas para a polio vêm apresentando queda desde 2016. No entanto, em 2024, a vacinação apresentou aumento na comparação com o ano anterior. Em Goiás, a cobertura vacinal da polio injetável em 2023 (VIP) foi de 68,17% e chegou a 79,53%, em 2024. A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é vacinar no mínimo 95% das crianças de 1 a menores de 5 anos de idade contra a poliomielite. Em Goiás, isso equivale a cerca de 426 mil crianças.
O Zé Gotinha continua?
Criado nos anos 1980, o Zé Gotinha é uma marca da luta contra a poliomielite. Mas o personagem entrou em campo também para alertar sobre a prevenção de outras doenças imunopreveníveis, como o sarampo. Portanto, ele continua trabalhando em prol da imunização, segundo informações do Ministério da Saúde.
FOTO DE CAPA: Valter Campanato/Agência Brasil (esq.) | Tomaz Silva/Arquivo Agência Brasil (dir.)
FONTE: Secretaria de Estado da Saúde – Governo de Goiás