PASSIVOS AMBIENTAIS – Equipe técnica leva o projeto “Água Cerratenses: semear para brotar” ao norte e nordeste goiano.

O projeto visa o fortalecimento da cadeia de produção de sementes nativas de base comunitária para geração de renda familiar, bem como a sensibilização e envolvimento das propriedades rurais com passivos ambientais. A iniciativa prevê a restauração de 800 hectares de áreas degradadas do Cerrado até 2024.

Roberto Naborfazan**

Visando divulgar o Projeto “Águas Cerratenses: semear para brotar”, esclarecer possíveis dúvidas acerca da execução das atividades e mostrar os benefícios da restauração em áreas com passivos ambientais, a equipe técnica da Rede de Sementes do Cerrado (RSC) e a Associação de Coletores de Sementes Cerrado de Pé (ACP), realizaram na última semana uma série de visitas às organizações que atuam em ações voltadas à conservação do meio ambiente nos municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás, Alto Paraíso de Goiás, São João da Aliança e Niquelândia.

Esse trabalho in loco também contribui para que os profissionais façam um comparativo dos dados coletados por satélites e os do município, uma vez que com base nos dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), a equipe realizou um levantamento de quais são as propriedades rurais, de cada município, com passivos ambientais em Reserva Legal (RL) e Áreas de Preservação Permanentes (APP).

Claudomiro de Almeida Cortes, presidente da Associação de Coletores de Sementes Cerrado de Pé e o secretário Ismael Neiva, com integrantes da equipe da Rede de Sementes do Cerrado, em Alto Paraíso de Goiás. FOTO: Divulgação

Alba Cordeiro, coordenadora do projeto, salientou que este diálogo com as instituições locais é fundamental para um bom desempenho das atividades. “Este é um trabalho que deve ser executado em parceria, para isso contatamos as secretarias municipais e representantes de organizações que atuam no meio rural para apresentar o Projeto, conhecer as demandas quanto às agendas de restauração e regularização das propriedades rurais”, disse.

O secretário municipal de Meio Ambiente e Agricultura Sustentável de Alto Paraíso de Goiás, Ismael Neiva, recebeu a equipe para conhecer um pouco mais sobre o Águas Cerratenses.

Segundo ele, a iniciativa “vem enfrentar esse problema, possibilitando que os proprietários rurais resolvam de forma eficiente o passivo ambiental que lhes compete, necessitando para isso de boa vontade e real interesse de ajustar as situações com a Legislação Federal, de modo que os ganhos serão inúmeros, tanto para o proprietário rural, como para o meio ambiente”.

O secretário enfatizou que o projeto conta com o apoio dos coletores de sementes que contribuem para que essas atividades sejam efetivadas.  “O plantio das áreas, respeitando suas características específicas, é outro ponto que merece destaque, no tocante a eficiência pretendida, pois garantirá que as espécies nativas oriundas diretamente das sementes introduzidas no solo a recuperar, sejam mais fortes e vigorosas. O engajamento dos coletores de sementes da região, dentro da parceria firmada com a Cerrado de Pé, é outro ponto muito positivo, pois garante a participação de uma parcela importante da sociedade local, que já vem desenvolvendo relevantes trabalhos ambientais em várias frentes na região”, concluiu Ismael Neiva.

Sobre o projeto

O projeto “Águas Cerratenses: semear para brotar” visa o fortalecimento da cadeia de produção de sementes nativas de base comunitária para geração de renda familiar, bem como a sensibilização e envolvimento das propriedades rurais com passivos ambientais. Deste modo, contribui para que estas áreas estejam em consonância com o Código Florestal e garante o equilíbrio deste importante bioma.

Financiado pelo Fundo Socioambiental CAIXA, por meio da técnica da semeadura direta, a iniciativa prevê a restauração de 800 hectares de áreas degradadas do Cerrado até 2024.

***Com informações de Thaís Souza (Ascom RSC)

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