ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA – Operação desmonta rede de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas no DF e em Alto Paraíso de Goiás.
A quadrilha utilizava diversas técnicas de lavagem de dinheiro, inclusive a construção de uma pousada na cidade de Alto Paraíso de Goiás, avaliada em R$ 2,5 milhões. Na ação, cinco suspeitos foram presos preventivamente e dez mandados de busca e apreensão foram feitos em toda a capital (Brasília) e em Alto Paraíso de Goiás.
Roberto Naborfazan**
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou uma operação, nesta terça-feira (15/8), contra uma rede criminosa envolvida em lavagem de dinheiro e financiamento do tráfico de drogas. Na ação, cinco suspeitos foram presos preventivamente. Além disso, dez mandados de busca e apreensão foram feitos em toda a capital (Brasília) e em Alto Paraíso de Goiás, que resultaram na apreensão de duas pistolas e porções de entorpecente.
A ação, que ocorreu por meio da Coordenação de Repressão às Drogas (CORD), tinha como objetivo desmantelar a rede criminosa que operava lavagem de dinheiro, financiamento do tráfico de drogas, comércio de armas de fogo e de diferentes tipos de drogas. Na operação chamada de Leviatã, cinco membros da rede criminosa foram presos, em decorrência da expedição de mandados de prisão preventiva expedidos pela 5ª Vara de Entorpecentes de Brasília. Segundo a PCDF, outros três envolvidos foram presos em momentos anteriores.
De acordo com as investigações, a organização criminosa se valia de empresas, todas de propriedade dos investigados, para ocultar a origem e o destino de milhões de reais que serviam para financiar o tráfico de drogas, que vinham da distribuição de remessas de drogas para diversos traficantes. As empresas eram de diversos ramos, desde a construção civil até empresas de distribuição de produtos farmacêuticos e de produção de eventos culturais.
Entre os associados do grupo criminoso, estavam contadores para abrir e operar as empresas de fachada, falsificando documentos e demonstrações financeiras, propiciando a lavagem de capitais. Além disso, como financiadores do grupo voltado para o tráfico de drogas, atuavam agiotas que também utilizavam empresas de fachada para as operações financeiras.
Outro ponto identificado pela PCDF mostra que os líderes do grupo evitavam registrar bens nos nomes deles. Para isso, utilizavam terceiros como “laranjas”, que eram parentes dos membros da organização, para compra de veículos de luxo, aquisição de imóveis, construção de obras e obtenção de outros ativos financeiros.
Para os investigadores, chama atenção a participação ativa de mulheres no grupo. Elas não atuavam somente como colaboradoras dos companheiros, mas também exercendo liderança nas ações criminosas.
Ainda durante a operação desta terça-feira (15/8), foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão em todo o DF e na cidade de Alto Paraíso de Goiás. As ordens resultaram na apreensão de duas pistolas, porções de “skunk” e diversos veículos, que ainda estão sendo contabilizados.
Investigação
Durante um ano e meio de investigações, a CORD conseguiu apreender carregamentos de drogas e bens do grupo, materializando as ações de tráfico em diversos estados do país. A operação, que contou com técnicas especiais de investigação e a colaboração do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), conseguiu identificar 13 integrantes da organização e cinco empresas envolvidas, além de bloquear contas bancárias de pessoas jurídicas e físicas, sequestrar bens imóveis e apreender veículos de luxo.
Entre os membros do grupo, a PCDF identificou e indiciou um advogado que colaborava com as ações criminosas da rede. Ele monitorava as ações policiais contra os envolvidos na organização, controlando os integrantes da rede criminosa que estavam presos, levando informações do presídio para os chefes do bando que estavam soltos, ajudando na cobrança de dívidas e nas ações de lavagem de dinheiro, prestando informações sobre como evitar ações policiais, orientando o grupo a ocultar bens e eliminar provas contra eles.
A quadrilha utilizava diversas técnicas de lavagem de dinheiro, inclusive a construção de uma pousada na cidade de Alto Paraíso de Goiás, avaliada em R$ 2,5 milhões. Mesmo com toda a engenharia para despistar a polícia e cometer os crimes, os investigadores conseguiram identificar criminosos com funções diversas e pessoas jurídicas envolvidas, além de apreender drogas, armas de fogo, munições, dinheiro em espécie, automóveis e joias, e sequestrar imóveis.
O Jornal O VETOR pediu informações à Polícia Civil sobre quem são e de onde são os integrantes da organização criminosa, mas, como as investigações ainda estão em curso, deve ser mantido sigilo.
***Com reportagem do Correio Braziliense.