OPERAÇÃO RADIOATIVIDADE – Ex-presidente Michel Temer é preso pela força-tarefa da Lava Jato

O mandado de prisão foi expedido pelo juiz Marcelo Bretas, que também determinou a apreensão do ex-ministro de Minas e Energia, Moreira Franco.

A força-tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro prendeu, na manhã desta quinta-feira (21), o ex-presidente da República, Michel Temer (MDB). O mandado de prisão foi assinado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Ele foi detido em São Paulo e será encaminhado para a sede da Polícia Federal do Rio.

Michel Temer e Moreira Franco foram presos hoje de manhã.                                                       Foto: Sérgio Lima

Além de Temer , o magistrado também determinou o encarceramento do ex-ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, que também já foi detido. Outros seis mandados de prisão preventiva também foram expedidos. Um dos alvos é o coronel João Baptista Lima Filho, apontado pela PF como operador de Temer. Os outros são empresários.

Outros dois mandados de prisão  temporária também foram expedidos. Agentes também cumprem 26 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Paraná e também no Distrito Federal.

Veja a lista dos mandados de prisão expedidos por Bretas

Michel Miguel Elias Temer Lulia – prisão preventiva

Wellington Moreira Franco – prisão preventiva

João Batista Lima Filho (Coronel Lima) – prisão preventiva

Othon Luiz Pinheiro da Silva – prisão preventiva

Maria Rita Fratezi – prisão preventiva

Carlos Alberto Costa – prisão preventiva

Carlos Alberto Costa Filho – prisão preventiva

Vanderlei de Natale – prisão preventiva

Ana Cristina da Silva Toniolo – prisão preventiva

Carlos Alberto Montenegro Gallo – prisão preventiva

Rodrigo Castro Alves Neves – prisão temporária

Carlos Jorge Zimmermann – prisão temporária

“Michel Temer é o líder da organização criminosa a que me referi e o principal responsável pelos atos de corrupção aqui descritos”, escreveu Bretas na decisão.

O ex-presidente responde a dez inquéritos, cinco deles em primeira instância e cinco no Supremo Tribunal Federal. Segundo informações preliminares, a prisão tem envolvimento com a delação do José Antunes Sobrinho, dono da Engevix.

O empresário contou à Polícia Federal que, em 2014, pagou R$ 1,1 milhão em propina, a pedido do Coronel Lima e do ex-ministro Moreira Franco. Ainda segundo o delator, Temer tinha conhecimento do esquema. A Engevix fechou um contrato para realizar um projeto na usina de Angra 3.

O caso é investigado na Operação Radioatividade , desmembramento da 16ª fase da Lava Jato que foi para 7º Vara Criminal do Rio de Janeir em outubro de 2015.

O jornalista Kennedy Alencar conseguiu falar com o ex-presidente logo após a prisão. Temer disse que se tratava de uma “barbaridade”. Também a Alencar, a defesa do emedebista afirmou que considera a prisão “abusiva” e “injustificada”.

Advogados de Temer dizem que ele tem endereço certo, não tentou fugir, não foi intimado e não obstruiu investigação. Consideram prisão preventiva abusiva e injustificada. Estão analisando recursos a instâncias superiores, inclusive STF.

— Kennedy Alencar (@KennedyAlencar) 21 de março de 2019

“Barbaridade.” Assim reagiu o presidente Michel à prisão. Ele atendeu telefonema meu e confirmou que estava a caminho do Aeroporto de Guarulhos, acompanhado por policiais federais que cumpriam mandado de prisão preventiva expedido pelo juiz federal Marcelo Bretas, do Rio.

— Kennedy Alencar (@KennedyAlencar) 21 de março de 2019

Michel Temer foi o 37º presidente do Brasil e assumiu o mandato em agosto de 2016, após o impeachment de sua companheira de chapa, Dilma Rousseff (PT). Ele ficou no cargo até o final de 2018 e não disputou o pleito daquele ano.

Temer iniciou a carreira política como secretário de Segurança Pública de São Paulo, em 1985. No ano seguinte, elegeu-se deputado constituinte pelo PMDB e, após a constituinte, foi reeleito deputado federal.

Eleito três vezes presidente da Câmara dos Deputados, ele assumiu a presidência da República interinamente por duas vezes: de 27 a 31 de janeiro de 1998 e em 15 de junho de 1999.

Presidente do MDB (na época PMDB), Temer foi escolhido como vice na chama de Dilma Rousseff já no primeiro mandato da petista, que começou em 2011.

Fonte: Último Segundo – iG

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