O QUE NOS DISSERAM AS URNAS DE FLORES DE GOIÁS E SÃO DOMIGOS NO SETE DE JULHO

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Valmir “Crispim” Santos
Valmir “Crispim” Santos

LMIR ‘CRISPIM” SANTOS

Os resultados das novas eleições realizadas em sete de julho nas cidades de Flores de Goiás e São Domingos requer uma reflexão a cerca da postura do governo estadual visando as eleições de 2014. Os dois candidatos derrotados são filiados ao PSDB, partido que comanda o governo estadual ha 15 anos. Partiram com uma ampla vantagem nas pesquisas de intenção de voto (pelo menos nas pesquisas divulgadas); e tiveram um forte apoio da estrutura política do governo estadual comandada pelo seu partido. Foi intenso o apoio do vice-governador, de deputados estaduais/federais, além de vários secretários de governo aos candidatos psdbistas durante o processo eleitoral.
Mas o que vimos foi o crescimento dos outros candidatos culminando com a vitória nesse domingo. Fato é que tanto o vice-governador José Eliton quanto o deputado estadual Iso Moreira, estão em dívida com o nordeste goiano. Os resultados de domingo podem ser imputados ao governo que eles participam, que tem se mostrado incapaz de construir políticas públicas essenciais ao desenvolvimento da região nordeste de Goiás. Se juntarmos esses resultados com os de 2012 e agregarmos a eles os resultados da região norte de Goiás, constataremos que o PSDB só logrou sucesso na cidade de Minaçu, isso se considerar as que possuem população acima de 20.000 habitantes. Nas menores a situação foi ainda pior.
Esses resultados tem ligação direta com a política adotada pelo governo do estado nos últimos anos. O que tivemos foram discursos, placas e poucas ações efetivas no sentido de oferecer melhores condições de vida as mais carentes regiões do estado.
Só um exemplo do descompasso que caminha o atual governo, recentemente ele anunciou o parcelamento do pagamento da correção da inflação aos servidores públicos estadual em quatro anos. Ao mesmo tempo foram empregados no governo do estado todos os prefeitos aliados que deixaram o mandato ou que foram rejeitados pelas urnas em 2012. Inclusive alguns do nordeste e do norte de Goiás, vide: http://www.prgo.mpf.mp.br/combate-a-corrupcao/noticias/1693-focco-go-apura-nomeacao-de-30-ex-gestores-para-cargo-na-secretaria-de-gestao-e-planejamento.html.
Todos os ex-prefeitos ou ex – candidatos foram nomeados ao cargo de assessor, é claro. E o que faz um assessor do governo do estado? Além de política partidária, nada!! Faz política partidária com salário pago pelo contribuinte; e fora de época, diga-se, de passagem. Na verdade são cabos eleitorais pagos com dinheiro público. Isso reflete no cidadão com o aumento dos custos da máquina administrativa.
E qual o valor dessa conta? Vamos utilizar como exemplo uma ex candidata a prefeita pelo PSDB numa importante cidade do norte de Goiás: derrotada nas últimas eleições ela foi nomeada assessora do governo estadual com um salário de R$ 15.000,00.
O que me revolta é saber que políticas públicas importantes não se efetivam por falta de recursos, e do outro lado as nomeações de correligionários correm soltas no diário oficial do estado. Podemos a partir de então vislumbrar quais os resultados sairão das urnas, bastando apenas que a sociedade saiba explorar os fatos nos palanques da vida.
Atualmente com as inúmeras ferramentas que a sociedade dispõe para a fiscalização da administração pública, caminhamos a passos largos para o controle efetivo das atividades políticas – administrativas. Só que alguns políticos, principalmente aqueles que fizeram da vida pública uma profissão não estão enxergando essas mudanças. Estamos num momento em que se constroem celebridades e destrói reputação com poucos cliques em um teclado, principalmente com a velocidade com que circulam as informações e ideias.
Nesse momento, ir ao palanque e tentar convencer a população com xingamentos venenosos, palavras vagas e sem fundamentos sólidos não significará votos, mas sim a recusa dos eleitores. Vender o impossível não levará ninguém a um cargo eletivo.
A verdade é que toda ação desencadeia uma reação na mesma proporção, assim sendo podemos vislumbrar para 2014, o fim do ciclo de 16 anos do PSDB no governo de Goiás. Isso porque todos os desmandos (mesmo que legais, mas injustos), cometidos nos últimos tempos estarão em discussão nas ruas, nas praças públicas e nos palanques políticos no próximo ano. Se vamos ter PMDB, PT, RS ou PSOL no governo é outra história, mas o certo é que o modelo de governar com base em publicidade e na negação de políticas públicas essenciais está esgotado em Goiás.
Esse é o recado deixado pelas urnas de Flores de Goiás e São Domingos a todos nós habitantes do nordeste goiano. Quem perdeu as eleições não foi o excelente ser humano e competente servidor público Trajano Pinheiro; ou o não menos preparado embaixador Jadiel de Oliveira. A derrota foi do PSDB e sua forma ultrapassada de administrar o dinheiro público.
Rede Sustentabilidade: Um novo partido que está em fase de criação, liderado pela ex ministra do meio ambiente Marina Silva.

VALMIR ‘CRISPIM” SANTOS
Geógrafo, Agente Estadual de Defesa Agropecuária.
Mestrando em Geografia e Ordenamento do Território.
Universidade Federal de Goiás.
Campos Belos (GO).

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