O anel que tu me destes… Mata mais que bala de carabina

Projetado para servir de ligação entre as rodovias estaduais e federais que cortam parte da região metropolitana de Goiânia, o Anel Viário tornou-se uma grande armadilha para quem nele transita.
Excesso de rotatórias, falta de iluminação, ausência de vias laterais, sinalização horizontal e vertical precária, traçado imperfeito, confuso e mal aproveitado (perde-se ali a oportunidade de fazer a maior ciclovia do Brasil), aliado a grande demanda de veículos de todas as categorias, são algumas da causas que geram estatísticas nem sempre divulgadas: centenas de pessoas mortas ou mutiladas, veículos de grande porte “tombados”, com perda e dano de alta monta, prejuízos incalculáveis para os usuários que ali transitam.
A mais recente vitima (divulgada) desse descaso público foi o ciclista Djalma Rosa de Souza, 31 anos, que morreu ao ser atropelado por um caminhão na noite do último dia 08 em um local marcado por tragédias dessa natureza, a rotatória em frente ao Clube do Mané, próxima ao viaduto da BR-060.
As obras do Anel Viário começaram em 1996, mas foram paralisadas em 2000 pelo Tribunal de Contas da União – TCU e pelo Ministério Público Federal –  MPF, que detectaram irregularidades e pediram alterações no projeto.
Em maio ultimo o governador Marconi Perillo, acompanhado de parte da bancada estadual, esteve no Ministério dos Transportes buscando a retomada das obras; O ministro, que prometeu providências, Alfredo Nascimento, chamou para a reunião o  presidente da Valec, Juquinha das Neves, e o Diretor-Geral do Dnit, Luiz Pagot – os três deixaram o governo atolados em denuncias de desvios de recursos e uma série de outras irregularidades. Essa gente precisa explicar onde estão os recursos do Anel Viário de Goiânia.
Dias depois, no mesmo mês de maio, o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Goiás, Alfredo Soubihe Neto, disse solenemente, durante visita as obras de duplicação da BR -060, que estava descartada a retomada das obras do anel em construção. “Não existe mais anel viário. Foi uma obra iniciada há mais de 10 anos e que antes de terminar já acabou, morreu”, sentenciou o superintendente. Ninguém reagiu e alguns abobalhados, sem prestar atenção na fala, ainda aplaudiram.
Se o governo federal abandonou o que não terminou, se quem sofre as conseqüências dessa atitude é, principalmente, o povo goiano, é preciso que nossas autoridades, em todos os níveis, tomem providências para transformar o que seria o Anel Viário em uma avenida moderna e que dê agilidade aos moradores da grande Goiânia. Que os burocratas decidam quando lhes aprouver, onde será o “novo” Anel Viário.
Não deve ser tão difícil assim, pois o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), e o de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), alardeiam com frequencia terem  grande amizade e bom relacionamento com gestores do alto escalão do governo federal. Que usem este prestigio e socorram seus eleitores.
Para que não se perca a oportunidade, volto a lembrar; Em caso de um novo projeto, incluam uma bem sinalizada ciclovia sob a linha de transmissão que serve como  paralelo para o Anel Viário, iluminem todo o trecho e acima de tudo, só inaugurem depois da obra totalmente concluída, chega de foguetório eleitoreiro.
Roberto Naborfazan – Editor-Geral

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