MONSTRO DO PARQUE HAIALA – Justiça condena a quase 50 anos de prisão o assassino de adolescente em Aparecida de Goiânia.
Júri popular reconheceu a crueldade dos crimes: sequestro, estupro, homicídio e ocultação de cadáver. Caso mobilizou moradores de Aparecida de Goiânia em busca de justiça.
Roberto Naborfazan
Submetido a júri popular nesta terça-feira (7/10), Janildo Silva Magalhães foi condenado a 48 anos e 6 meses de reclusão, além do pagamento de multa, pela morte da adolescente Amélia Vitória Oliveira de Jesus, de apenas 14 anos, assassinada em novembro de 2023, em Aparecida de Goiânia.
A sentença encerra um dos casos mais chocantes de violência sexual e homicídio contra menores no Estado, que gerou comoção e revolta na sociedade.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Amélia Vitória foi abordada por Janildo enquanto seguia a caminho da escola, no setor Parque Itatiaia.
A adolescente foi sequestrada e levada à força para uma residência na Rua Amaraí, onde foi submetida a violência sexual sob grave ameaça.
Não satisfeito, o agressor levou a vítima para outro endereço, no Parque Haiala, onde a manteve em cárcere e a violentou por horas. Para esconder os crimes, o réu asfixiou e matou a jovem, ocultando seu corpo na casa por dias.
Somente em 2 de dezembro o cadáver foi encontrado, abandonado em via pública, na Avenida Abel Chaveiro, também no Parque Haiala.

Júri reconhece crueldade e impossibilidade de defesa
No julgamento, o promotor de Justiça Milton Marcolino dos Santos Júnior apresentou provas contundentes da autoria e da materialidade do crime. O júri reconheceu quatro crimes: homicídio qualificado, estupro qualificado, sequestro qualificado e ocultação de cadáver.
Além disso, os jurados entenderam que o assassinato foi praticado com extrema crueldade e sem chance de reação da vítima, agravando a pena. A sessão foi presidida pelo juiz Leonardo Fleury Curado Dias.
Durante o júri, a defesa de Janildo alegou que o acusado apresentava retardo mental leve, transtorno mental orgânico e desvio de personalidade, apontados em laudos médicos.
Contudo, os jurados acolheram a argumentação do Ministério Público de que tais condições não diminuíam a capacidade de compreensão do caráter ilícito dos atos. Assim, o Conselho de Sentença rejeitou a tese de inimputabilidade.
O caso provocou forte indignação popular e trouxe à tona a preocupação com a vulnerabilidade de crianças e adolescentes diante da violência sexual. A condenação é vista como uma resposta exemplar da Justiça à sociedade, que cobra punições severas para crimes dessa natureza.
A sentença, além de punir o réu, reafirma o papel do sistema judicial em proteger a infância e adolescência, garantindo que atrocidades como a que vitimou Amélia Vitória não fiquem impunes.
FOTO DE CAPA: Isadora Sátira