MINERAÇÃO – Em Minaçu, Serra Verde inicia produção de terras raras e Sistema Fieg reforça atendimento.

Parceria tem em campo times do Sesi, Senai e IEL, que oferecem à mineradora soluções em educação básica e profissional e desenvolvimento da cadeia de fornecedores.

Dehovan Lima

Com o anúncio pela Mineração Serra Verde, no começo deste mês de janeiro, do início da produção comercial do concentrado misto de terras raras da fase 1 de seu depósito Pela Ema, localizado em Minaçu, no Norte de Goiás, a 500 km de Goiânia, o Sistema Fieg potencializa o atendimento à companhia, por meio do amplo e diversificado portfólio de soluções de expertise do Sesi, Senai e IEL.

A estimativa é de, no pico da operação, atingir uma produção de, pelo menos, 5 mil toneladas por ano de óxido de terras raras – utilizado na fabricação de ímãs permanentes de alta eficiência, necessários para motores de veículos elétricos e geradores de turbinas eólicas.

O Pela Ema é um grande depósito de argila iônica, com vida útil longa, que contém proporção elevada de terras raras pesadas e leves de alto valor, principalmente neodímio (Nd), praseodímio (Pr), térbio (Tb) e disprósio (Dy), essenciais para a transição energética. Com isso, a mineradora tem desenvolvido estudos visando aumentar a capacidade da fase 1 na região, por meio da otimização da planta. Igualmente, avalia o potencial para uma nova expansão (fase 2), que poderá dobrar a produção bruta antes de 2030.

Com contratos de compra já estabelecidos para uma grande parte da produção planejada, a Serra Verde também tem como objetivo ser a fornecedora mais sustentável de terras raras do mundo, aproveitando as credenciais superiores de sustentabilidade de suas operações e com base em padrões operacionais de classe mundial.

Josué Teixeira de Moura, diretor da Unidade Integrada Sesi Senai Minaçu: “É uma parceria de muito sucesso”. Foto :Alex Malheiros

Parcerias

Parceira de primeira hora no projeto Pela Ema, a Unidade Integrada Sesi Senai Minaçu, com mais de três décadas de atuação na Região Norte Goiano, iniciou este ano atendimento à Mineração Serra Verde por meio de projeto de educação básica destinado a filhos dos trabalhadores da mineradora e à comunidade local, informa o diretor da escola, Josué Teixeira de Moura. Ao todo, serão disponibilizadas 400 vagas para estudantes do Ensino Fundamental I e II e do Ensino Médio (primeira série), cujo início se dará nas dependências da Universidade Estadual de Goiás (UEG) de Minaçu.

Em outra ação, a parceria compreende o treinamento na área de saúde e segurança do trabalho, com cursos sobre NRs (normas regulamentadoras), pelos quais passam semanalmente em torno de 60 pessoas; operador de empilhadeira; e operador de caminhão para mulheres, destinado a mulheres. Além disso, a mineradora é atendida com locação do laboratório de química em horário sem utilização pela unidade integrada.

Desde o ano de 2020, quando teve início o projeto, até 2023, o atendimento à Mineração Serra Verde totaliza 3.608 concluintes de diversos cursos sobre várias NRs, oficial de bloqueio, plano de trânsito e operador de caminhão basculante. A programação inclui palestras de conscientização sobre prevenção ao câncer de mama e câncer de próstata, dentre outros assuntos. “É uma parceria de muito sucesso”, define Josué Teixeira de Moura.

Do lado do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), o atendimento tem como protagonista o Programa Avançar, promovido em parceria com a Mineração Serra Verde, no âmbito do reconhecido Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF). Em novembro do ano passado, o IEL Goiás mobilizou 27 empresas de Minaçu para participar do 1º Torneio Estratégico para Fornecedores, destinado a incentivá-las a otimizarem sua atuação, e que terminou com premiação aos vencedores, na Unidade Integrada Sesi Senai Minaçu. O Programa Avançar tem como meta capacitar e desenvolver micro, pequenas e médias empresas da região para que estejam aptas a fornecer produtos e serviços necessários para a operação da mineradora.

Sandra Márcia Silva, gerente de Desenvolvimento Empresarial do IEL Goiás: expectativa de
crescimento em Minaçu e na região

“Promovemos a gameficação neste segundo ciclo do Programa Avançar (o primeiro de capacitações) para incentivar as empresas a cumprirem as tarefas estabelecidas durante os cursos de capacitação. Estamos muito satisfeitos com os resultados obtidos pelos fornecedores, que se dedicaram muito e já podem colher os frutos dessa evolução. Todos foram vencedores nesse processo, que pretendemos continuar promovendo nos próximos anos”, comemora a gerente de Desenvolvimento Empresarial do IEL Goiás, Sandra Márcia Silva.

Produção sustentável

No Pela Ema, a companhia utiliza técnicas de mineração a céu aberto de baixo risco operacional e tecnologias de processamento simples e consolidadas, sem o uso de produtos químicos perigosos, resultando em custos operacionais mais baixos e impactos ambientais reduzidos. O fornecimento de eletricidade é totalmente proveniente de fontes de energia renovável, estando sua operação localizada em um município de tradição minerária, com acesso à mão de obra especializada e infraestrutura rodoviária e portuária desenvolvidas.

“O início da produção comercial é um marco crucial em nosso desenvolvimento e significa que agora somos a única empresa fora da Ásia a produzir em grande escala as quatro terras raras críticas utilizadas na fabricação de ímãs permanentes. Nosso produto pode desempenhar um papel fundamental no apoio ao crescimento da produção de veículos elétricos e turbinas eólicas, elementos essenciais para a transição energética. À medida que nos preparamos para atingir a capacidade nominal, a Serra Verde também está trabalhando para estabelecer parcerias na cadeia produtiva a fim de apoiar o estabelecimento de cadeias de abastecimento sustentáveis e de longo prazo”, afirma o CEO Thras Moraitis.

“Estamos orgulhosos por nos tornarmos o primeiro produtor em larga escala de terras raras do Brasil, iniciando uma nova fase na história de mineração do País. À medida que desenvolvemos nossas operações, nosso objetivo é nos tornarmos a operação de terras raras mais sustentável do mundo e criar benefícios mensuráveis para todos os interessados. O início da produção comercial é uma conquista muito importante, e gostaria de agradecer a todos os membros da equipe que nos ajudaram a atingir este marco crucial”, complementa Ricardo Grossi, presidente da Serra Verde Pesquisa e Mineração e COO do Grupo Serra Verde.

FONTE: Revista Goiás Industrial Pauta Extra.

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