Mesmo quem defende saída do PMDB do governo quer colaborar com o país, diz Temer
O vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, afirmou hoje (17) que o partido quer discutir com a sociedade um programa para o país retomar o crescimento. Temer é um dos líderes peemedebistas que participam da Congresso da Fundação Ulysses Guimarães, em Brasília. Em entrevista ao chegar ao evento, perguntado sobre a opinião de integrantes do partido que defendem que o PMDB deixe o governo, Temer disse que “mesmo as pessoas que querem a saída do governo querem colaborar com o país”. “Este programa que estamos fazendo é um programa para o país”, acrescentou.
No encontro, será debatido o programa Uma Ponte para o Futuro, documento com propostas de peemedebistas para tirar o Brasil da crise. A proposta final será encaminhada à Executiva Nacional do PMDB.
“A ideia é que hoje nós possamos começar a discussão e entregar aos membros da Fundação [Ulysses Guimarães], a todo partido e, em particular, a todos os setores da sociedade, [esse programa] para que haja uma longa discussão dos temas oferecidos. Ou seja, nós queremos fazer do PMDB um partido. E partido, vocês sabem, vem de parte. É uma parcela da opinião pública que pensa de uma determinada maneira e quer chegar ao poder”, afirmou Michel Temer.
Na chegada ao encontro, o vice-presidente foi recebido aos gritos de “Brasil pra frente, Temer presidente!”.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), afirmou que “o Brasil vive um momento complicado e o PMDB está fazendo a sua parte, está apresentando à nação um programa. Mesmo que não haja convergência sobre todos os pontos do programa, o PMDB está, sim, fazendo a sua parte.”
Análise de vetos
Renan disse ainda que hoje haverá sessão no Congresso Nacional para análise de vetos presidenciais. Segundo Renan, todos os vetos que estão trancando a pauta devem ser apreciados. “Em seguida, nós vamos convocar sessões do Congresso para apreciar tudo o que diz respeito ao Orçamento de 2016. A LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] já está pronta para votar. Se houver condições, nós votamos hoje. Se não der, vamos convocar uma sessão ou para amanhã ou para a semana seguinte para votarmos essas matérias orçamentárias todas”.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (SP), também esteve presente. Ele já anunciou o rompimento com o governo e defende que o PMDB tenha a mesma postura.