MENTIU PARA A POLÍCIA – Local em que jovem que filmou a própria morte foi baleada levou polícia a desconfiar do namorado, diz comandante.
Diego Fonseca Borges, de 27 anos, mentiu para os militares dizendo que a vítima tinha sido baleada por um homem em uma moto, que se aproximou dela pelo lado direito do carro. Porém, a vítima deu entrada com uma perfuração do lado esquerdo do tórax.
Por Larissa Feitosa**
A região do corpo em que a jovem Ielly Gabriele Alves, de 23 anos, levou um tiro, fez com que a Polícia Militar desconfiasse que o namorado dela era o responsável pelo crime. Diego Fonseca Borges, de 27 anos, mentiu para os militares dizendo que a vítima tinha sido baleada por um homem em uma moto, em Jataí, quando na verdade ele havia feito o disparo. Ielly fez um vídeo do momento em que foi assassinada.
O crime aconteceu no sábado (4/11). A equipe da PM afirma ter sido acionada para ir até o Hospital das Clínicas, onde a vítima havia dado entrada com perfuração de tiro. No local, os policiais conversaram com Diego para entender o que havia acontecido.
Diego contou que estava com Ielly dentro do carro, dirigindo pela Avenida Tancredo Neves, quando dois homens se aproximaram em uma moto de cor escura. Ele relatou que a dupla emparelhou a moto com o carro dele pelo lado direito, onde fica o banco do passageiro, e efetuou dois disparos que atingiram a namorada.
Assista abaixo. Imagens fortes.
A versão, no entanto, não convenceu os policiais porque a equipe médica do hospital informou que Ielly deu entrada com uma perfuração do lado esquerdo do tórax.
“Isso fez com que a versão do autor caísse por terra”, resumiu o comandante da PM, Ulisses Cortez.
Após mentir para a polícia, Diego foi levado para dar explicações na delegacia, onde foi encontrado um vídeo do momento do crime no celular de Ielly. “Diante da contradição do namorado, a polícia começou a mexer no celular da vítima e encontrou a filmagem da execução”, afirma o comandante.
Em nota, a defesa de Diego disse que ele não tinha a intenção de atirar em Ielly. Argumentou que os dois estavam brincando com a arma, mas que tinha uma bala no momento e “o que era para ser uma brincadeira, acabou como uma grande tragédia” (leia nota completa no fim da reportagem).
Ligou e mentiu para mãe da namorada
Em entrevista ao Encontro com Patrícia Poeta, na Rede Globo, a mãe de Ielly disse que acreditou na versão do genro, de que teria acontecido uma emboscada. Olesiane Alves relata que quando chegou ao hospital, foi abraçada pelo genro, que afirmou que “quem tinha feito aquilo com ela ia pagar”.
“Eu não acreditava que seria ele, até o último momento. Ele gritando, chorando, o policial chegou em mim e disse: ‘mãe contra fatos, não há argumentos, há provas, há fatos’”, explicou.
“Fiquei em choque porque ele me abraçou, o assassino dela me abraçou! Ele teve o cinismo de me abraçar, ele acabou de tirar a vida dela e me abraçou”, lembra Olesiane.
Histórico violento
A jovem Ielly contou que já tinha ficado ferida por causa de agressão e sido ameaçada de morte, segundo uma amiga dela. Um print mostra uma conversa entre as duas na qual Ielly diz que o então namorado, Diego, tinha comprado uma arma e silenciador.
Segundo a amiga, a conversa entre as duas aconteceu em setembro. “Ele batia nela, ela ficava toda roxa. Eles já tinham terminado”, contou.
Nota defesa de Diego Fonseca Borges
Em nenhum momento Diego teve a intenção de atirar contra Ielly, muito menos de ceifar sua vida. O vídeo que se tornou público e circula nas redes sociais é revelador, pois mostra o exato momento em que tudo aconteceu. Pode-se perceber, pelo vídeo, que Ielly e Diego estavam em um momento de descontração. Eles haviam passado o dia juntos na fazenda de familiares, onde inclusive os dois efetuaram disparos com a arma que Diego portava, praticando tiro ao alvo. Na volta pra casa, Diego parou à beira da estrada para urinar, momento em que Ielly começou a gravar o vídeo. A arma já estava sem o carregador e Diego pensou que já não havia nenhuma bala na pistola. E naquele instante em que era filmado, decidiu fazer uma brincadeira, apontando a arma para Ielly e puxando o gatilho, simulando um disparo. Porém, ainda havia uma munição na agulha, e o que era para ser uma brincadeira, acabou como uma grande tragédia.
***FONTE: g1 Goiás
