MEMÓRIA, UNIÃO E ALEGRIA – Eventos reforçam o espírito comunitário e festivo de Campos Belos – GO.

O 3º Encontro Amigos da Kampuba e o 3º Arraiá do Bar do Dé reuniram gerações em dois eventos históricos marcados por emoção e união. No primeiro, a presença do inesquecível Ademar Soares, e no segundo, forró e quadrilha improvisada.

Roberto Naborfazan

Em tempos de escassez de recursos e crescentes debates sobre a responsabilidade no uso de verbas públicas, a população de Campos Belos (GO) deu uma verdadeira aula de cidadania, memória afetiva e, acima de tudo, de união. No último dia 20 de junho, dois eventos paralelos, realizados em pontos diferentes da cidade, mostraram que a força de uma comunidade engajada é capaz de promover lazer e cultura sem qualquer dependência de dinheiro público.

Os Bailes da Kampuba e a volta de Ademar Soares

O 3º Encontro Amigos da Kampuba Anos 80 foi mais do que uma simples festa. Foi uma viagem no tempo. Planejado com meses de antecedência, desde o fim do 2º encontro em setembro do ano passado, por uma comissão formada por Rosana Cardoso, Maiza Brito, Cidália Rodrigues, Silvana Costa e Roberto Naborfazan (Betão), o evento buscou resgatar a energia dos antigos bailes que marcaram gerações nos anos 1980, principalmente aqueles que aconteciam na Kampuba, um dos principais Points daquela época.

Essa foto mostra quando a Kampuba ainda funcionava como bar e salão de shows e danças. Lembranças maravilhosas de quem frequentou e vivenciou essa época.

Silvana Costa, Rosana Cardoso, Maiza Brito e Cidália Rodrigues. Comissão que deu show na organização, nos mínimos detalhes.

A ideia era de que a festa fosse para setenta convidados, mas o número de pessoas ligadas ao saudoso tempo das festas na Kampuba nos anos 1980, interessadas em participar, foi tão grande, que a comissão aumentou para oitenta convidados, e mesmo assim, infelizmente, por questão de comodidade no espaço alugado, alguns tiveram que esperar para o próximo ano. Veja abaixo parte da estrutura do espaço Green Park.

O local escolhido este ano foi o Espaço Green Park, no setor Tomazinho, que, por sinal, trem uma excelente estrutura. Em princípio, apenas o grande cantor regional Eudes Lucca seria contratado para animar a festa. No entanto, a comissão decidiu convidar um ícone dos grandes bailes realizados nas regiões norte/nordeste de Goiás, Ademar Soares, líder da Banda Real som 5.

Capa dos Lps gravados na época de ouro de Ademar Soares e a Banda Real Som 5. FOTOS: Adcira Santos

Incumbido de fazer contato e promover a logística para trazer o cantor, após o sim para sua participação, busquei patrocinadores locais e amigos da festa. A hospedagem e alimentação ficaram por conta do empresário Rafael Santos, do Hotel Serra Verde, enquanto outras lideranças, como o deputado estadual Alessandro Moreira, a vereadora Lucinha de Manelão, o empresário Ubiratan (Seu Bira) da Constrular Materiais para Construção, o advogado Noemir Brito, do escritório NBO Advocacia e Consultoria, o empresário Rogério Figueiredo, da Só Pedras Pirenópolis, o casal de empresários Francino Brito (Chico) e Simone, do Bar do Peixe, e o engenheiro agrônomo Felipe Fernando deram a contribuição financeira que possibilitou a presença de Ademar Soares na festa. Sinceros agradecimentos à todos.

Nas fotos abaixo, um pouco da alegria dos reencontros.

E o grande destaque da noite foi mesmo a participação de Ademar Soares, líder da inesquecível Banda Real Som 5. Para muitos, a presença de Ademar Soares não foi apenas uma atração musical: foi um reencontro com as próprias raízes. Veja no vídeo abaixo flashes da participação de Ademar Soares.

O momento mais emocionante da noite foi quando ele cantou seu grande sucesso “Telegrama”, levando às lágrimas os convidados que viveram os tempos de ouro da Kampuba, das festas de Barraquinhas e do antigo clube da cidade.

O fera nos teclados, na voz e no violão, Eudes Lucca, abriu e fechou o evento, que terminou por volta das quatro horas da madrugada de sábado, 21. Veja um pouco da participação dele no evento. VALEEEUUDES!!!!

Como já disse, nossos (re) encontros são feitos sem recursos públicos, apenas com a contribuição dos convidados, todos dispostos a bancar sua própria diversão e a preservar uma história que pulsa no coração da cidade.

Tradição e Alegria Popular: O Arraiá do Bar do Dé

Enquanto o clima de nostalgia tomava conta do Espaço Green Park, outro pedaço de Campos Belos se enchia de alegria e cores típicas de junho: o 3º Arraiá do Bar do Dé. O evento, que já virou tradição, é uma homenagem à figura inesquecível de Seu Dezinho (José Pereira dos Santos), que faleceu em setembro de 2018, aos 91 anos.

Seu Dézinho, filhos e neto, com  alguns de seus assiduos fregueses, (eu entre eles, rsrsr) no antigo prédio do Bar. Uma saudade sem tamanho desse ser maravilhoso.

O Bar ficava na Rua Adelino José do Santos, e passou a ser referência para uma boa prosa regada a cervejas sempre muito geladas, marca registrada do local. Simples, apenas um balcão, um freezer e uma prateleira com pingas curtidas com raízes. Uma mesa improvisada do lado de fora e alguns pedaços de toras de madeiras serviam como banco.

Kellysson Brito, Glaubert Schult, Richarlisson e Raklisson, idealizadores que integram a comissão organizadora desde o primeiro Arraiá.

O local era frequentado por todas as classes sociais, sempre dentro das regras e sistema criado por seu Dézinho, que era um personagem emblemático da cidade, conhecido por sua humildade, franqueza e pelo carisma com que recebia todos no seu bar.

Hoje administrado por Hamilton, um dos filhos de Seu Dezinho, o bar se tornou ponto de encontro de gerações. A festa junina surgiu justamente dessa convivência, em uma movimentação provocada por Kellyson Brito. Veja abaixo, no vídeo (produzido pelo Digital influncer Kaio Henrique) um panorama mais amplo no que foi a festa, e um pouco da gente bonita e animada que compareceu ao Arraiá do Bar do Dé.

Neste ano, a comissão foi formada por jovens e antigos frequentadores — entre eles Kellysson Brito, Thais e Glaubet Schult, Ythana, Richarlisson Braz, Raklisson  e Lamartine Mansur Junior — o Arraiá também não contou com qualquer centavo de dinheiro público. No entanto um trecho da rua dos Garimpos foi interditado para a festa pela prefeitura, com intervenção do secretário municipal Antônio Carlos Bidó.

Doces e decoração do Arraiá. Gostosuras para todos os gostos.

Cada participante contribuiu financeiramente com uma pequena quantia e levou um prato típico para a mesa comunitária. O resultado? Uma farta mesa com bolos, cocadas, caldos, farofas, pipocas e doces variados.

Tudo regado a muita música ao vivo com os artistas Wasley 50TÃO e Gabriel Telles, com a resenha do Gordinho, além de uma animada quadrilha improvisada que premiou as melhores caracterizações da noite.

Wasley 50TÃO  arrassou no inglês  embromation, fazendo a galera balançar o esqueleto.

Gabriel Telles além da cantar modão de primeira, ainda permitiu a canja do joverm talento.

O Exemplo que Fica

O que os dois eventos tiveram em comum? A resposta é simples: a força da comunidade. A união de moradores, comerciantes, amigos e voluntários mostrou que é possível promover momentos de lazer, cultura e tradição popular com criatividade, colaboração e respeito às memórias locais.

Mais que festas, tanto o Encontro da Kampuba quanto o Arraiá do Bar do Dé reforçaram laços sociais, valorizaram a história da cidade e provaram que, quando a vontade coletiva é maior que as dificuldades financeiras, Campos Belos segue vibrando, dançando e celebrando com orgulho a sua identidade.

Que esse exemplo inspire outras comunidades a fazer o mesmo: construir alegria com o que mais têm de precioso – o próprio povo.

No mais, fica aqui o meu orgulho de ser parte desse todo, e de poder contribuir para a alegria dos meus amados conterrâneos.

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