MEIO AMBIENTE – Filhotes de pato raro ameaçado de extinção nascem no Jalapão
Espécie pato-mergulhão é uma das mais raras nas Américas e no mundo. Dos 200 indivíduos existentes na natureza, 25 vivem no Tocantins.
Por Brenda Santos**
Pesquisadores encontraram um ninho ativo com oito filhotes de pato-mergulhão no Rio Novo, região do Jalapão. A espécie é criticamente ameaçada e só existem 200 indivíduos na natureza, 25 deles, estima-se, vivem no Tocantins e são preservados com apoio da comunidade local.
Os filhotes foram encontrados em uma expedição que percorreu os 145 km do Rio Novo, e identificaram um ninho até então não mapeado, em uma cavidade de árvore às margens do rio.
Este é o único ninho conhecido para a temporada de 2024. O período de observação na região foi de 26 de junho até 30 de julho, quando os patinhos nasceram.
Os pesquisadores Janaína Silva e Franciel Lima, passaram a monitorar o ninho e coletaram dados essenciais para a compreensão do ciclo reprodutivo da espécie. Equipados com câmeras, binóculos e gravadores, eles registraram informações que serão usadas na dissertação de Janaína, mestranda da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).
A expedição é uma ação conjunta do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), da Fundação Pró-Natureza (Funatura) e da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), com o apoio do Fundo Mohamed Bin Zayed de Espécies Ameaçadas, dos Emirados Árabes Unidos, da Reserva Conservacionista Piracema, de Almas, e do Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins), por meio do escritório local de Porto Alegre do Tocantins.
Segundo o biólogo Marcelo Barbosa, inspetor de Recursos Naturais do Naturatins, o trabalho em cooperação proporcionou coletar mais informações sobre a reprodução e sobrevivência dos filhotes.
“Pouco é conhecido ainda das interações dos patinhos nos primeiro dias de vida com o ambiente, dos desafios que precisam superar até chegar à fase em que adquirem a capacidade de voo e aumentam as suas chances de sobrevivência,” afirma Marcelo.
Os pesquisadores continuam a monitorar o grupo familiar, estudando o comportamento e as atividades dos pais com os filhotes nas primeiras semanas. Uma nova equipe dará continuidade às observações até setembro, quando um novo censo será realizado ao longo do Rio Novo.
A expedição destaca que a colaboração entre instituições, moradores, visitantes e proprietários ao redor do Rio Novo é fundamental para a conservação dessa espécie única, símbolo das águas interiores brasileiras e uma das mais raras nas Américas e no mundo.
FONTE: g1 Tocantins