“ME SOLTA, VAI EMBORA” – Mulher reata relacionamento com agressor e sofre novos episódios de violência.

Caso em Alto Paraíso de Goiás expõe os riscos enfrentados por mulheres que reatam relações abusivas. Vítima estava protegida por medida judicial, mas voltou a conviver com o autor das agressões.

Roberto Naborfazan

Alto Paraíso de Goiás – Agentes da Delegacia de Polícia Civil do município prenderam, na última sexta-feira (13), um homem por descumprimento de Medida Protetiva de Urgência, após ser flagrado em nova situação de violência doméstica contra a companheira na zona rural da cidade, na localidade conhecida como IBC.

O caso veio à tona após vizinhos denunciarem gritos de socorro vindos da residência do casal, onde era possível ouvir frases como “me larga”, “me solta” e “vai embora”, todas em tom de desespero.

A Polícia Civil foi acionada e, imediatamente ao chegar ao local, encontrou a vítima B.L.B.R e o agressor A.M.D.

Embora a mulher tenha alegado que se tratava apenas de uma discussão verbal, os agentes verificaram que havia uma medida protetiva vigente contra o suspeito, imposta justamente por episódios anteriores de violência. Mesmo com a ordem judicial em vigor, o casal havia retomado o relacionamento – o que evidencia um padrão perigoso de reatamento que frequentemente precede a escalada da violência.

Essa é a segunda vez que o agressor é investigado por violência contra a mesma vítima. Após o primeiro caso, a mulher buscou ajuda policial e obteve a proteção judicial. No entanto, ao voltar para o convívio com o agressor, colocou-se novamente em situação de risco.

A.M.D. foi preso em flagrante por descumprir medida judicial. FOTO: Divulgação PC-GO

A.M.D recebeu voz de prisão em flagrante, não resistiu à abordagem, foi informado de seus direitos constitucionais e levado ao Hospital Municipal Gumercindo Barbosa, de Alto Paraíso de Goiás, para avaliação médica de rotina antes da detenção.

De acordo com um especialista consultado pelo Jornal O VETOR “Reatar com o agressor muitas vezes representa não o fim do sofrimento, mas a renovação do ciclo de violência. Nesses casos, a missão das forças policiais é garantir que as medidas protetivas sejam respeitadas e que as vítimas tenham condições reais de segurança”, destacou.

A ação reforça o compromisso da Polícia Civil com a proteção das vítimas de violência doméstica e a efetividade no cumprimento das medidas judiciais protetivas, garantindo a responsabilização penal de seus infratores e a prevenção de escaladas na violência.

A Polícia Civil reforça que o caso segue em investigação para coletar mais provas e embasar a atuação do Ministério Público e do Poder Judiciário.

⚠️Violência doméstica é crime. Medidas protetivas devem ser respeitadas. Reatar com o agressor não significa perdão, mas pode ser um risco à vida. Denuncie! Ligue na Delegacia de Polícia mais próxima, acione a Polícia Militar ou Disque 180.

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