MADRE EUGÊNIA – Obra literária marca homenagens aos 150 do Instituto Ravasco.

Lançamento do livro A Pedagogia do Amor de Madre Eugênia Ravasco, da professora, escritora e poetisa Maria José Ferreira da Silva, teatro de alunos e professores, entre várias outras atividades culturais, fizeram parte das comemorações, na noite de quarta-feira, 14 .

Roberto Naborfazan

Obra faz narrativa sobre a vida de Eugênia Maria Ravasco.

O evento aconteceu no espaço esportivo da Escola dos Sagrados Corações, em Alto Paraíso de Goiás, Chapada dos Veadeiros, e foi prestigiado por personalidades municipais, pais de alunos e pessoas da comunidade em geral.

O grande momento das comemorações se deu com o lançamento da obra literária A Pedagogia do Amor de Madre Eugênia Ravasco, da professora, escritora e poetisa Maria José Ferreira da Silva.

A obra faz narrativa sobre a vida de Eugênia Maria Ravasco, uma freira católica romana italiana, fundadora da ordem Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, que passou a ser mundialmente conhecida como Instituto Ravasco.

Como cita Francisco Bittencourt, na apresentação, a leitura da obra “É essencial por educandos, educadores, pais e, porque não, secretários de educação. Talvez consigam, implantando o modelo aqui apresentado em parte ou sua totalidade, melhorar não só o ensino, mas também a convivência entre membros de suas comunidades”. Aponta Bittencourt.

O Padre Joacir d’Abadia, que assina o prefácio, assinala o grande conhecimento da autora sobre a pedagogia do amor, o que torna mais prazerosa a leitura de sua obra “Sua Verve poética, que corre em sua alma, mostra sua grande leveza em trabalhar com as palavras, concatenadas entre seu ser e agir, onde consegue transmitir a todos os seus amigos leitores uma pedagogia educacional tão densa, utilizando do seu conhecimento e amor pela educação.” Destaca Padre Joacir.

Maria José Ferreira da Silva – Autora de A Pedagogia do Amor de Madre Eugênia Ravasco, e do livro de poesias Maria Metades.
Maria José com o marido, Joselio Lima de Souza “Grata aos filhos Yanni, Kiara e Eliziá.”

Autora de A Pedagogia do Amor de Madre Eugênia Ravasco, e do livro de poesias Maria Metades (Recife: editora Bagaço, 1993), Maria José Ferreira da Silva é professora efetiva da rede estadual de ensino em Goiás desde 1998, e também professora de língua estrangeira moderna (Inglês) na Escola dos Sagrados Corações em Alto Paraíso de Goiás, além de corretora de redação e aplicadora de avaliações de vestibulares e concursos.

“A vivência, a prática pedagógica me inspiraram para o registro dos cento e cinquenta anos do Instituto Ravasco. Madre Eugênia oferece aos jovens a oportunidade de se reconhecerem parte do sagrado, indicando assim, o caminho de uma educação com valores e estruturado no amor. Ao lançar esta obra, trago no peito a sensação de trazer de volta o amor em tempos de tantas adversidades.” Sintetizou a autora, professora Maria José.

Irmã Dulcinéia Ferreira Lima, diretora da Escola dos Sagrados Corações de Alto Paraíso de Goiás.
Irmãs, padre Joacir, e logo atrás, dona Aurora e Senhor Jair Barbosa. Comunidade prestigiou o evento.
Amanda Ferreira Torres – Cerimonial feito com carinho e dedicação. Com a benção de Padre Nailton (ao fundo).

Regida atualmente pela Irmã Dulcinéia Ferreira Lima, a Escola dos Sagrados Corações de Alto Paraíso de Goiás, é uma instituição de ensino particular, filantrópico, que oferece a comunidade local cursos de ensino infantil e fundamental. Fundada pelas Irmãs Zélia Carvalho, Anésia Cardoso Pereira e Claudette Bispo Alves, em janeiro de 1999, funcionou inicialmente em uma casa alugada e mais tarde em sede própria, construída em terreno doado pelo então prefeito, senhor Jair Barbosa, com interlocução da então primeira-dama, Dona Aurora Gonçalves Barbosa.

Quem foi Madre Eugênia Ravasco

Eugenia Ravasco nasceu em Milão em janeiro de 1845, terceira dos seis filhos do banqueiro genovês Francisco Mateus e de Carolina Mozzoni Frosconi.

Madre Eugênia Maria Ravasco.

A família rica e religiosa, lhe ofereceu um ambiente cheio de afetos, de fé e uma fina educação. Depois da morte prematura de dois filhinhos e também da perda da jovem mulher, o pai retornou a Gênova, levando consigo o primogênito Ambrósio e a última filha Elisa com apenas um ano e meio.

Eugênia ficou em Milão com a irmãzinha Constância, entregue aos cuidados da tia Marieta Anselmi. No ano de 1852 foi para Gênova onde reencontrou o pai e os dois irmãos. Conheceu o tio Luís Ravasco que tanto influenciou na sua formação. E também a tia Elisa Parodi e os seus dez filhos com os quais Eugênia viveu por algum tempo. Após três anos, em março de 1855, morreu também seu pai. O tio Luís Ravasco, banqueiro e cristão convicto, assumiu os seus sobrinhos órfãos.

Em 21 de junho de 1855 na Igreja de Santo Ambrósio em Gênova, com dez anos, recebeu a Primeira Comunhão e a Crisma. Daquele dia em diante se sente atraída pelo mistério da Presença Eucarística. Quando passava diante de uma Igreja entrava para adorar o Santíssimo Sacramento. O culto à Eucaristia, de fato, é o fundamento da sua espiritualidade, unido ao culto do Coração de Jesus e de Maria Imaculada. Movida pela grande compaixão que tinha em sua alma por aqueles que sofrem, desde sua adolescência se doa com amor generoso aos pobres e aos necessitados, contente de fazer algum sacrifício.

Em dezembro de 1862, morreu o seu tio Luís que para ela, era mais que um pai. Dele herdou não só a retidão moral, mas também a coerência cristã e a generosidade para com os pobres.

Em 31 de Maio de 1863, entrou na Igreja de Santa Sabina em Gênova, para saudar Jesus Eucarístico. Através das palavras do sacerdote, que naquele momento falava aos fiéis, Eugenia Ravasco, recebe o convite divino a “consagrar-se a fazer o bem por amor ao Coração de Jesus”. Este foi o evento que iluminou o seu futuro e lhe transformou a vida. Com a ajuda do seu diretor espiritual, se coloca inteiramente a disposição de Deus, consagrando sem reservas à glória de Deus todo o seu ser: a energia da mente e do coração e também o patrimônio herdado da sua família: “esta riqueza — repetia — não é minha, mas do Senhor, eu sou somente a administradora”

Suportou com firmeza a reação dos parentes, as críticas e o desprezo dos senhores, da sua condição social. Começou com coragem a fazer o bem ao redor de si. Ensinou o Catecismo na Paróquia de Nossa Senhora do Carmo, colaborou com as Filhas da Imaculada na Obra de Santa Dorotéia, como assistente das crianças vizinhas. Abriu a sua casa para dar-lhes instrução religiosa e escola de costura e bordado. Com as damas de Santa Catarina de Portoria, assistiu aos doentes do Hospital de Pammatone. Visitou os pobres nas suas casas levando o conforto da sua caridade. Sentia grande dor, especialmente, ao ver tantas crianças e jovens abandonados a si mesmos, expostos a todos os perigos e sem conhecimento das coisas de Deus.

Em 6 de Dezembro de 1868, com 23 anos fundou a Congregação Religiosa das Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria com a missão de fazer o bem à juventude. Surgiram, assim as Escolas, o ensino do Catecismo, as Associações e os Oratórios. O projeto educativo de Madre Ravasco era: educar os jovens e formá-los a uma vida cristã sólida, operosa e aberta para que fossem “honestos cidadãos em meio a sociedade e santos no céu”, educá-los à transcendência e, ao mesmo tempo a uma leitura dos fatos numa perspectiva histórico-salvífica propondo-lhes a santidade como meta de vida.

Em 1878, numa época de grande hostilidade à Igreja, Eugênia Ravasco atenta às necessidades do seu tempo, abre uma Escola “Normal” Feminina, com o objetivo de dar às jovens uma orientação cristã e de preparar professoras cristãs para a sociedade. Por esta obra, que tanto amava, enfrentou com fortaleza, confiando só em Deus, os ataques maldosos da imprensa contrária. Rezava: “Coração de Jesus, concede-me de fazer este bem e — nenhum outro — em toda parte”.

O seu ideal apostólico foi: “Arder de desejo pelo bem dos outros, especialmente da juventude”, o seu empenho de vida: “Viver abandonada em Deus e nos braços de Maria Imaculada”.

Consumada em sua saúde, Madre Eugênia morre em Gênova, com 55 anos, na Casa Mãe do Instituto, na manhã de 30 de Dezembro de 1900. “Deixo-vos todas no Coração de Jesus”, foi sua saudação final às filhas e às caríssimas jovens.

Em 5 de Julho de 2002, o Papa João Paulo II firma o Decreto de Aprovação da cura da menina Eilen Jiménez Cardozo, de Cochabamba na Bolívia, concedido pela intercessão de Madre Eugênia Ravasco.

Fachada do prédio da Escola dos Sagrados Corações de Alto Paraíso de Goiás.

Serviço

Evento – Lançamento da obra literária A Pedagogia do Amor de Madre Eugênia Ravasco.

Autora – Maria José Ferreira da Silva.

Onde adquirir um exemplar do livro – Escola dos Sagrados Corações de Alto Paraíso de Goiás. Rua 25, Q 17, Setor Novo Horizonte.

Fone: 62 3446-1833 – E-mail: es.coracoes@yahoo.com.br.

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3 comentários em “MADRE EUGÊNIA – Obra literária marca homenagens aos 150 do Instituto Ravasco.

  • 17 de novembro de 2018 em 23:44
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    Boa noite;
    Estive neste evento, gostei muito do que vi e desta matéria jornalística. Apenas um adendo referente à transcrição desta fala: “A vivência, a prática pedagógica me inspiraram para o registro dos cento e cinquenta anos do Instituto Ravasco. Madre Eugênia oferece aos jovens a oportunidade de se reconhecerem parte do sagrado, indicando assim, o caminho de uma educação com valores e estruturado no amor. Ao lançar esta obra, trago no peito a sensação de trazer de volta o amor em tempos de tantas diversidades.” Lembro de ter visto a autora dizer adversidades e não diversidades , conforme está transcrito.

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    • 22 de novembro de 2018 em 13:31
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      Obrigado por observar, fizemos a devida correção.

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  • 18 de novembro de 2018 em 12:21
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    Parabéns professora Maria José, Deus continue abençoando essa mulher guerreira com muita saúde e sucesso ao longo de sua vida. Muitaaaaas felicidades que venha mais livros sobre histórias interessantes como está de Madre Eugênia Ravasco.

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