ICMBio: Nomeado novo presidente para o instituto Chico Mendes

CláudioCarrera Maretti é especialista em gestão ambiental e trabalha há 30 anos com áreas protegidas, zoneamento e comunidades locais.

Sandra Tavares*

Portaria de número 899, publicada no Diário Oficial da União (DOU) na sexta-feira, 15, assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Aloizio Mercadante, nomeia Cláudio Carrera Maretti para o cargo de presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A autarquia criada em 2007 é responsável pela gestão de 320 Unidades de Conservação federais – criadas pela União –, além de ser responsável pelo reconhecimento de 647 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), que integram o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), e por 14 Centros Nacionais de Pesquisa e Conservação, que tiveram participação estratégica no maior diagnóstico nacional de espécies ameaçadas da fauna, coordenado pelo ICMBio.
Cláudio Maretti é gestor ambiental e trabalha com áreas protegidas e manejo do meio ambiente e de conservação há mais de 30 anos. Formado como geólogo em 1981, concluiu mestrado em Engenharia Geotécnica em 1990 (zoneamento da Região Estuarino-Lagunar de Iguape e Cananéia) e doutorado em Geografia Humana em 2002 (gestão territorial comunitária no Arquipélago dos Bijagós, África Ocidental). Cláudio vem trabalhando com projetos de apoio a comunidades locais, incluindo Patrimônio Mundial, Reservas da Biosfera e demais atuações internacionais.
Além de outros reconhecimentos, merece destaque o prêmio Fred Packard pela dedicação às áreas protegidas (considerado o reconhecimento de mais alto nível especificamente no tema das áreas protegidas – um “Nobel das áreas protegidas”), outorgado no Congresso Mundial de Parques, em 2014, na Austrália.
Trabalhou para o Governo de São Paulo por longos anos (Sudelpa, Cetesb, SMA, Fundação Florestal e Instituto Florestal), prestou cooperação técnica na África por cinco anos e fez consultorias para instituições internacionais e nacionais. Seus trabalhos se concentraram no Brasil (zona costeira, Mata Atlântica e Amazônia), na América Latina (Galápagos e Pan-Amazônia) e na África Ocidental (arquipélago dos Bijagós e zona costeira da Guiné Bissau).
Além da atuação por vários anos na Guiné-Bissau e inúmeras colaborações e consultorias específicas, Cláudio Maretti vem colaborando voluntariamente com a organização União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) há décadas e foi membro de seu Conselho Mundial, de 2004 a 2012, eleito como representante da América Latina, mas com dedicação global. É membro de Comissões da UICN, inclusive da Comissão Mundial de Áreas Protegidas, da qual foi vice-presidente regional, de 1997 a 2004, e ponto focal para o Brasil. Além de renomados especialistas nas Comissões, como por exemplo o juiz Antonio Herman Benjamin, presidente da Comissão Mundial de Direito Ambiental, importantes instituições brasileiras governamentais e não governamentais são membros da UICN, inclusive o ICMBio.
Em seu vínculo anterior, Maretti trabalhou no World WideFund for Nature (WWF) Brasil desde 2003, como coordenador para apoio à implementação do ambicioso Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) e em atividades complementares da organização. Depois de 2007, foi diretor de Conservação, responsável também por Cerrado-Pantanal, Mata Atlântica e Amazônia no Brasil, além da integração sul-americana. Esteve no Comitê Global de Conservação por vários anos e, ainda na Rede WWF, Maretti foi líder da Iniciativa Amazônia Viva de 2011 até recentemente. A iniciativa se destina ao desenvolvimento sustentável e à conservação da natureza em colaboração com governos, empresas, comunidades tradicionais, povos indígenas e outras organizações de conservação, congregando algumas dezenas de unidades numa rede.

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