Horário de Verão começa neste domingo
À meia noite deste domingo, 18, tem início o Horário de Verão nos estados pertencentes às regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste brasileiro. Com isso, os relógios devem ser adiantados em uma hora em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A medida segue em vigor até a zero hora do dia 21 de fevereiro de 2016, totalizando 126 dias de vigência.
Em Goiás, segundo estimativas da Celg, deve-se observar uma redução da demanda de ponta do sistema em torno de 4%, cerca de 95MW, o que equivale ao quantitativo mensal necessário para abastecer a cidade de Catalão. Essa queda na demanda é equivalente ao dos últimos anos, explicou a companhia. Já a redução no consumo de energia é calculado em torno de 0,2%, ou seja, 2.300MWh, o que corresponde ao consumo mensal de energia de uma cidade no porte de Iporá.
Objetivo
O Horário de Verão é uma medida implementada com o objetivo principal de diminuir a demanda no horário de pico do consumo, com melhor aproveitamento da iluminação natural, produzindo alterações na forma de curva de carga do Sistema Interligado, principalmente no horário correspondente ao anoitecer. A implantação do Horário de Verão é considerada uma medida necessária para melhorar a segurança do sistema elétrico, eliminando riscos de sobrecarga no horário de ponta, que ocorre das 19 às 22 horas, quando o consumo de energia aumenta, bem como economia na geração térmica.
Sobre o Horário de Verão
Instituído pela primeira vez no Brasil no verão de 1931/1932, sua implantação foi feita de forma esporádica e sem um critério científico mais apurado. Depois de 18 anos sem que fosse implementado, voltou a vigorar no verão de 1985/86, como parte de um elenco de ações tomadas pelo governo devido ao racionamento ocorrido na época por falta de água nos reservatórios das hidrelétricas.
Desde então, o Horário de Verão passou a valer todos os anos. O melhor aproveitamento da luz natural ao entardecer proporciona substancial redução na geração da energia elétrica, em tese equivalente àquela que se destinaria à iluminação artificial de qualquer natureza, seja para logradouros e repartições públicas, uso residencial, comercial, de propaganda ou nos pátios das fábricas e indústrias.
Em algumas regiões do País, a duração dos dias e das noites sofre alterações significativas ao longo do ano, reunindo condições excelentes para a implantação da medida no período da primavera-verão.
Efeito
No Horário de Verão, com o adiantamento dos relógios em uma hora, os dias passam a ser mais longos, com um natural deslocamento de carga no horário de ponta, diminuindo o pico da demanda, segundo a Celg. Nas grandes cidades, as pessoas começam a chegar em casa por volta de 18 horas, ou seja, no início da noite. Ao chegar em casa, naturalmente elas começam a ligar lâmpadas e eletrodomésticos, como chuveiro, televisão, som, ventilador, etc. Nessa mesma hora, entram em operação a iluminação pública, placas de luminosos comerciais, e as indústrias continuam o trabalho.
Com o Horário de Verão, as cargas de iluminação pública e das residências passam a entrar após 19 horas, quando o consumo industrial começa a cair. Com isso, de acordo com a Celg, há a redução na demanda máxima do Sistema Interligado Nacional. A Celg acredita que a redução no consumo de energia no horário de pico durante os meses do Horário de Verão gera outros benefícios para o setor elétrico e a sociedade em geral, decorrentes da economia de energia associada. Quando a demanda diminui, as empresas que operam o sistema conseguem prestar um serviço melhor ao consumidor, porque os troncos das linhas de transmissão ficam menos sobrecarregados, já que durante a estação mais quente do ano, o uso de eletricidade para refrigeração, condicionamento de ar e ventilação atinge seu ápice. Para as hidrelétricas, a água conservada nos reservatórios poderá ser de grande valia no caso de uma estiagem futura.
Para os consumidores em geral, o óleo diesel ou combustível ou o carvão mineral que não precisou ser usado nas termelétricas evita ajustes tarifários. Deve ser observado que este ano o Horário de Verão coincide com uma situação crítica do Sistema Interligado com reservatórios das regiões Nordeste, Sudeste e Centro Oeste enfrentando um dos mais severos regimes hidrológicos dos últimos anos. Os ganhos referentes ao custo evitado para contornar riscos operacionais e redução na necessidade de geração térmica para atendimento à ponta do sistema deverá gerar uma economia de R$ 278 milhões.
Para a Celg, o Horário de Verão reduz a demanda por energia no período de suprimento mais crítico do dia, ou seja, que vai das 19 às 22 horas, quando a coincidência de consumo por toda a população provoca um pico de consumo, denominado horário de ponta. O Horário de Verão tem efeito significativo apenas para os estados mais ao Sul do País. Quanto mais próximo da linha do Equador, menor o efeito da medida. Por isso, o Horário de Verão é restrito aos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.