HOMOFOBIA E TIRO – Justiça de Goiás concede liberdade a bombeiro que atirou em maquiadora

Andrey estava preso desde o ocorrido e é réu no processo desde março, por tentativa de homicídio contra quatro pessoas, incluindo a maquiadora. Crime ocorre em Alto Paraíso de Goiás, em Janeiro deste ano.

DA REDAÇÃO **

O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) concedeu liberdade provisória ao bombeiro Andrey Suanno Butkewitsch, de 40 anos, acusado de atirar na maquiadora Jully da Gama Carvalho, de 30, em janeiro, após uma discussão em um bar em Alto Paraíso de Goiás, na região da Chapada dos Veadeiros.

Andrey estava preso desde o ocorrido e é réu no processo desde março, por tentativa de homicídio contra quatro pessoas, incluindo a maquiadora, que estavam dentro do veículo. Andrey também é réu por porte ilegal de arma de uso restrito. Após a decisão, o alvará de soltura foi emitido na tarde desta quinta-feira.

Nas redes sociais, a maquiadora lamentou a decisão do Tribunal de Justiça em conceder liberdade provisória ao militar. Jully afirmou estar sem o movimento de partes do corpo e, após o ocorrido, restam apenas traumas causados por um bombeiro que ela classificou como “descontrolado”.

Bombeiro militar Andrey Suanno Butkewitsch é réu por tentativa de homicídio contra quatro pessoas, incluindo a maquiadora. 

“Estou sobrevivendo, dia após dia, tentando recolher os cacos. Meu marido sem emprego e, mesmo que aparecesse (a oportunidade), não seria viável. Estou em tratamento e não consigo fazer nada só. Estamos sem recurso algum. Mas, a liberdade cantou para ele. Para mim, só restam sequelas”, lamentou.

Relembre o caso

De acordo com a denúncia do Ministério Público de GO (MPGO), disponibilizada ao GLOBO, Andrey teria feito um comentário homofóbico direcionado a um dos homens que estaria com Jully. A provocação teria sido o estopim para uma discussão, que terminou com a mulher baleada.

Ainda de acordo com a denúncia do MPGO, a confusão começou quando Andrey foi ao caixa do Bar Área 51, localizado na Avenida Ary Ribeiro Valadão, para pagar o que havia consumido. O documento detalha que o bombeiro, Jully e o amigo se encontraram no balcão. Andrey teria começado a olhar o celular de Jully e foi confrontado pelo amigo dela, que perguntou o motivo do militar estar olhando o aparelho.

Ao ser questionado, o bombeiro respondeu: ‘Não gosto de viado’. Após ser ofendido, o homem se virou para sair do estabelecimento, mas Andrey o teria empurrado. Neste momento, os dois começaram a se agredir. Depois de alguns minutos de briga, eles foram separados. Jully, seus amigos e seu marido se encaminharam para o carro, que estava estacionado ao lado do veículo do bombeiro, que também se dirigiu ao estacionamento.

Jully da Gama Carvalho está sem o movimento de partes do corpo devido a sequelas do tiro que recebeu.

No carro, ele pegou a arma e disparou quatro vezes contra o carro, dois tiros acertaram Jully. “Naquele momento, as vítimas já estavam no interior do veículo, saindo do local. Em razão disso, Andrey, agindo com dolo de matar, posicionou o armamento na direção do veículo dos ofendidos e efetuou, no mínimo, 4 disparos, sendo que um deles atravessou o vidro traseiro do automóvel e acertou a região da nuca de Jully”, detalhou o MP na denúncia.

A vítima foi socorrida e levada para uma unidade de saúde da região. Depois, segundo familiares, ela foi transferida para o Hospital de Base, passou por uma cirurgia. Ela é maquiadora e mora no Riacho Fundo I, no Distrito Federal. Segundo os familiares, ela tem três filhos: de 10 anos, de 6 anos e de 1 ano e 10 meses. A mulher, o marido e um casal de amigos estavam em Alto Paraíso de Goiás para passar o fim de semana.

FONTE: Por O GLOBO — Rio de Janeiro

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