Goiás participa das discussões sobre clima em Paris
Goiás participa das discussões da comitiva brasileira acerca da Contribuição Nacionalmente Determinada (iNDC, na sigla em inglês). Trata-se de um documento do governo brasileiro que registra os principais compromissos e contribuições do Brasil para o futuro acordo climático que está sendo negociado na Convenção de Clima da ONU, em Paris, na França. Agora, os países signatários da Convenção de Clima precisam apresentar suas contribuições, que oficializam o comprometimento de cada governo com ações capazes de limitar o aumento da temperatura média global a até 2°C.
O Brasil se comprometeu a promover uma redução das suas emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005, em 2025. Além disso, indicou uma contribuição indicativa subsequente de redução de 43% abaixo dos níveis de emissão de 2005, em 2030. Para alcançar as metas de redução, o governo brasileiro adotará políticas em diversas áreas. Na matriz energética, o Brasil pretende assegurar 45% de fontes renováveis, incluindo as hidrelétricas, enquanto a média global é de apenas 13%. No setor de uso da terra, a previsão é restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de vegetação em território nacional, além de acabar com o desmatamento ilegal.
Goiás tem um importante papel nesse cenário, sobretudo devido ao potencial hídrico, solar e de biomassa gerada pelo setor sucroalcooleiro. Superintendente do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos da Secima, Jacqueline Vieira participa dos Diálogos do Brasil na COP21 – Rumo à Implementação da INDC Brasileira, que está sendo realizado a partir desta quarta-feira, dia 2, até dia 9, na Embaixada do Brasil em Paris. O evento é paralelo COP 21, onde gestores públicos e pesquisadores apontaram a renovação da matriz energética como uma das principais medidas para que o País atinja a meta de corte de emissões apresentada às Nações Unidas.
Crescimento
Levantamento apresentado pelo pesquisador Emílio La Rovere, da Coppe/UFRJ, analisou as implicações das ações brasileiras voltadas para o corte de emissões de carbono. “Com a adoção das políticas adequadas, a INDC (meta nacional) do Brasil pode contribuir para o crescimento econômico sustentável, o desenvolvimento social e a redução de emissões’, afirmou.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, ressaltou o desafio brasileiro de implantar a meta nacional de corte de emissões e, ao mesmo tempo, manter o crescimento econômico. “O País tem um enorme potencial em termos de bioenergia e deve investir nisso”, defendeu. “O planejamento de ações é a chave para que o País continue nessa posição de liderança”, acrescentou o diretor-geral da Eletrobras Cepel, Albert Melo.