Fim dos “lixões”: Estabelecido prazo em todo o País

Municípios que não acabarem com os lixões a céu aberto até agosto de 2014 vão responder por crime ambiental. As multas previstas chegam a R$ 50 milhões. Prefeitos já pressionam para prorrogar esse prazo.

Usina de Compostagem, construída na década de 90, foi abandonada
Usina de Compostagem, construída na década de 90, foi abandonada

Por Evônio Madureira

Aprovada em 2010 pelo Congresso Nacional, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei12.305/10) exige que as cidades brasileiras acabem com seus lixões até agosto deste ano. Para isso é preciso organizar a coleta seletiva, instalar usinas de reciclagem e depositar o material orgânico em aterros sanitários.
Um dos grandes desafios da nova lei, será conscientizar a população a separar o lixo de forma adequada , bem como jogar lixo no lixo, uma vez que uma simples volta pelas ruas das nossas cidades, mostram quanto longe estamos de uma educação que respeita o meio ambiente.
O Ministério do Meio Ambiente afirmou que campanhas educativas serão vinculadas em rádios e televisão em relação ao manejo do lixo nas casas.
A Política Nacional de Resíduos estabelece que os municípios que dispuserem lixo a céu aberto após agosto de 2014 passarão a responder por crime ambiental. As multas previstas variam de R$ 5 mil a R$ 50 milhões.

Prorrogação de Prazo
O deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) – um dos relatores do projeto de lei que deu origem à Lei de Resíduos Sólidos – explica que existe pressão dos prefeitos para prorrogar o prazo para as prefeituras colocarem fim aos lixões, mas critica a proposta. “Se nós dilatarmos, vamos empurrar o problema. Daqui a dois, se pede mais um adiamento. Lixão é ponto de honra, é crime.”
De acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), em 2012, 58% dos resíduos sólidos coletados no Brasil seguiram para aterros sanitários, de forma apropriada. Os outros 42% foram depositados em lixões ou aterros controlados, que pouco se diferenciam dos lixões. Ambos não possuem o conjunto de sistemas e medidas necessários para a proteção do meio ambiente.
Segundo a Associação Nacional de Órgãos Municipais do Meio Ambiente, até agora apenas 10% dos quase 3 mil municípios com lixões conseguiram solucionar o problema. O presidente da associação, o ex-deputado Pedro Wilson, aponta dificuldades financeiras dos municípios para cumprir as determinações lei. “É uma das melhores leis que nós temos no Brasil, mas precisamos efetivá-la. Os municípios brasileiros – grandes, médios ou pequenos – necessitam de apoio, seja do governo federal, seja dos governos estaduais, que, aliás, têm ficado parados”, critica.
A prefeitura de Campos Belos, município situado no nordeste goiano, aderiu ao CISBANGO – Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico de Goiás, para ajudar na elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico. A população espera que, com a realização das oficinas de planejamento, o PMRS seja executado no tempo exigido pela Lei Federal, visto que uma Usina de Compostagem construída na década de 90, foi abandonada. O lixo é depositado a céu aberto. Recentemente toneladas de carnes podres foram descartadas no “lixão” – Com isso o aumento da proliferação de insetos incomoda toda a população da cidade.

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