FACÇÃO SOB CERCO – Operação Vigília expõe tentativas de expansão do PCC pela Rota Caipira.

MPGO e Polícia Penal deflagram ação conjunta contra o PCC em cinco presídios goianos e no complexo da Papuda, com apoio das forças do Distrito Federal.

Roberto Naborfzan

Em uma nova ofensiva contra o crime organizado, o Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Entorno do Distrito Federal (Gaeco Entorno), e a Diretoria-Geral de Polícia Penal (DGPP) deflagraram na quarta-feira (22/10) a Operação Vigília, que mirou integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) atuantes dentro e fora do sistema prisional goiano.

A ação mobilizou forças de segurança em seis cidades e representou mais um passo firme do Estado no enfrentamento ao avanço das facções criminosas.

Mandados e articulação

A pedido do MPGO, a 1ª Vara de Garantias de Goiânia expediu 13 mandados de busca e apreensão, cumpridos simultaneamente em presídios de Planaltina – GO, Santo Antônio do Descoberto, Formosa, Alexânia e Rio Verde, além do Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.

A operação contou com o apoio do Gaeco do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) e da Polícia Civil do DF (PCDF/Decor), reforçando a integração entre as instituições.

“A união de esforços e o monitoramento constante das unidades prisionais são fundamentais para enfraquecer o crime organizado e garantir a segurança da sociedade”, destacou um representante do Gaeco Entorno.

Complexo Penitenciário da Papuda é um conjunto de presídios de segurança máxima, em Brasília. FOTO: Reprodução

Entenda o caso

A Operação Vigília é resultado de um desdobramento das Operações Sintonia e Sintonia do Entorno, deflagradas anteriormente pelo Gaeco do MPGO.

Essas ações revelaram que, mesmo após a prisão, membros do PCC continuavam comandando crimes, recrutando novos integrantes e emitindo ordens para comparsas em liberdade.

As comunicações eram feitas por meio de pessoas que se passavam por visitantes ou usavam canais clandestinos, mantendo ativa uma rede de crimes que envolvia tráfico de drogas, homicídios e estelionatos.

De acordo com o Ministério Público, o Estado de Goiás se tornou estratégico para os negócios do PCC por estar localizado na chamada “Rota Caipira”, corredor usado para o escoamento de drogas vindas do Paraguai, Peru e Bolívia.

A partir do território goiano, os entorpecentes são distribuídos para outras regiões do Brasil e também para mercados da Europa e da Ásia.

“O Estado está em posição estratégica e, por isso, requer vigilância permanente para impedir a infiltração e o fortalecimento das facções criminosas”, reforçam os promotores do Gaeco.

Monitoramento e cooperação

O êxito da Operação Vigília evidencia a importância da cooperação institucional entre o MPGO, a DGPP e as forças do Distrito Federal.

As instituições vêm atuando de forma integrada para monitorar comunicações ilícitas dentro dos presídios, identificar lideranças criminosas e impedir a reorganização das facções.

O trabalho conjunto reforça o compromisso do Estado com a segurança pública e a defesa da sociedade.

O Gaeco reforça que o combate ao crime organizado exige atuação contínua e coordenada, uma vez que as facções buscam constantemente novas formas de atuação.

“O permanente estado de atenção, articulação e vigilância é indispensável para enfrentar de forma eficaz esse tipo de criminalidade, dissuadindo a atuação da organização criminosa em solo goiano”, pontuam promotores do grupo.

Operação Vigília em números

– Data: 22 de outubro de 2025

– Instituições envolvidas: MPGO (Gaeco Entorno), DGPP, MPDFT, PCDF/Decor

– Mandados cumpridos: 13

– Locais de atuação: Planaltina, Santo Antônio do Descoberto, Formosa, Alexânia, Rio Verde e Papuda (DF)

– Crimes investigados: Tráfico de drogas, homicídios e estelionatos

– Facção alvo: Primeiro Comando da Capital (PCC)

– Base legal: Mandados expedidos pela 1ª Vara de Garantias de Goiânia

A Operação Vigília representa mais do que uma ação policial — simboliza o compromisso do Estado de Goiás com a ordem pública e a proteção da sociedade.

Com o avanço das investigações, novas medidas poderão ser tomadas para impedir que o território goiano se torne plataforma logística de facções criminosas, reforçando o papel de vigilância constante e resposta firme das instituições de segurança.

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