EXCLUSIVO – Entrevista com Débora Domingues, prefeita de São João d’Aliança.
Prestes a encerrar seu segundo mandato consecutivo, Débora Domingues fala, com exclusividade, ao jornal O VETOR. Ela destacou obras e ações realizadas em seus sete anos e meio de governo, apontando também a transformação pela qual passou São João d’Aliança, dando ênfase ao asfaltamento urbano, a educação, a saúde, e o reflexo de tudo isso no desenvolvimento socioeconômico do município.
Roberto Naborfazan
O desenvolvimento socioeconômico de um município, principalmente os menores, passam, invariavelmente, pelo empenho e dedicação de seus gestores; pela integração executivo/legislativo, e pela busca de convergência nos assuntos de interesse da população, mesmo que ajam divergências no campo político/partidário.
Nos últimos sete anos e meio, a comunidade moradora no município de São João d’Aliança, Portal de entrada para a Chapada dos Veadeiros, na região nordeste de Goiás, viu suas potencialidades serem exploradas de forma positiva, por meio de ações transformadoras, graças a capacidade política e administrativa de sua gestora, a prefeita Débora Domingues Carvalhêdo Barros (União Brasil), que, buscando a harmonia dos poderes, colocou em destaque a pujança do agronegócio e das potencialidades turísticas de São João d’Aliança, ao mesmo tempo em que buscou parcerias produtivas com deputados, senadores, secretários de estado e com o próprio governador.
A gestão de Débora Domingues, em dois mandatos consecutivo, 2017 a 2020, e 2021 a 2024, é reconhecida e valorizada por seu povo, que deu a ela, em recente pesquisa, 90% de aprovação.
Em entrevista exclusiva ao Jornal O VETOR, Débora Domingues faz um resumo das conquistas em seu governo, fala sobre seu empenho e dedicação na busca de investir da melhor forma os recursos do erário municipal, do enfrentamento as recentes fakes news, espalhadas no intuito de desconstruir o seu trabalho, e também sobre seu futuro político após a conclusão deste seu mandato, em dezembro deste ano.
O VETOR – Prefeita, são sete anos e meio à frente do executivo municipal. Entre tantas obras e benefícios conquistados para São João d’Aliança e seus moradores, a senhora poderia apontar alguma das realizações mais importantes?
Débora – Todas as áreas, sem exceção, receberam investimentos no nosso mandato. Até mesmo porque, é preciso respeitar as prioridades e as especificidades de cada comunidade dentro do município. Muitas vezes o que é prioridades para um agricultor, não é prioridade para um jovem que mora no perímetro urbano. Por isso procuramos agir na necessidade de cada um, trabalhar com bastante atenção para investir em todas as áreas da administração.
Claro que, quando assumi o governo em 2017, tive que arrumar a casa, porque o setor administrativo estava totalmente sucateado, por exemplo, nem computadores a prefeitura tinha.
Fizemos um trabalho de reorganização na educação, esporte, saúde, assistência social, infraestrutura, que foi uma das áreas que nós mais investimos, realizando melhorias e dando visibilidade ao nosso município, na segurança pública fizemos uma ampla parceria, mas eu costumo dizer que a nossa maior obra foi conseguir, nesses sete anos e meio de gestão, despertar nas pessoas de São João d’Aliança o sentimento de pertencimento, fazer com que essas pessoas sintam orgulho de viver aqui. Antes de organizarmos nossa cidade para os turistas, precisamos a arrumar para que as pessoas que aqui vivem sintam orgulho e bem-estar. Essa foi nossa maior e melhor obra.
Uma de nossas primeiras obras, que trouxe solução para um antigo problemas, além de embelezar o centro da cidade e gerar um local de descanso e lazer para nossa população e para os visitantes, foi a construção da Praça da Marçala e a proteção da bela fonte d’agua ali existente. O local era um vazio feio e mal cuidado por sucessivas gestões, e nós o transformamos em lugar de beleza e tranquilidade.
OV – Quando a senhora assumiu a gestão do município, em 2017, a Previdência Municipal tinha 9 milhões de dívidas e 2 milhões em caixa. Como está a situação hoje e qual a importância disso para os servidores?
Débora – Considero como uma das áreas mais importantes da administração pública, pois mostra a saúde financeira do município. O gestor que é comprometido, é responsável por passar, tanto a parte patronal, quanto a parte retida para a previdência, o que não acontecia. Em São João d’Aliança foi implantada a Previdência em 1996, desse ano até o dia 31 de dezembro de 2016, o que havia em caixa era aproximadamente 4 milhões de reais, mas havia uma dívida de R$9.643,550, 12 e os servidores corriam o sério risco de precisarem se aposentar e o Fundo de Previdência não ter o dinheiro para cobrir as despesas, e além disso, a prefeitura estava totalmente sem as certidões, o que estava impossibilitando o recebimento de recursos e de firmar convênios. Foi muito desafiador. Então a primeira coisa que fizemos foi reorganizar, renegociar as dívidas e regularizar s certidões, o que nos deu capacidade de formar convênios.
Abro aqui um parêntese para destacar que hoje nós temos toda a regularidade fiscal, temos todas as certidões regularizadas, em dia, o que é muito difícil, são poucos os municípios brasileiros que conseguem ter o CAUC (Serviço que disponibiliza informações acerca da situação de cumprimento de requisitos fiscais necessários à celebração de instrumentos para transferência de recursos do governo federal, pelos entes federativos, seus órgãos e entidades, e pelas Organizações da Sociedade Civil – OSC -) comprovado de ponta a ponta, de cima a baixo.
Voltando ao tema Previdência, só para dar uma noção, do dia 1º de janeiro de 2017, até hoje, final de junho de 2024, o nosso caixa da Previdência, que acredito ser o maior dessa região, soma um total de R$32.057, 620, 66 mostrando o equilíbrio e a saúde financeira do município.
“Costumo dizer que a nossa maior obra foi conseguir, nesses sete anos e meio de gestão, despertar nas pessoas de São João d’Aliança o sentimento de pertencimento, fazer com que essas pessoas sintam orgulho de viver aqui. Antes de organizarmos nossa cidade para os turistas, precisamos a arrumar para que as pessoas que aqui vivem sintam orgulho e bem-estar. Essa foi nossa maior e melhor obra.” Débora Domingues.
É claro que tivemos que parcelar a dívida que existia na época que assumimos em 200 parcelas, estamos pagando em dia e os próximos prefeitos terão que dar continuidade nesses pagamentos, mas tem meses que conseguimos pagar os beneficiários apenas com o lucro das aplicações. Infelizmente, esse é um assunto que não dá visibilidade, porque as pessoas, em geral, não entendem a importância desse equilíbrio financeiro, dessa responsabilidade do gestor com o Fundo de Previdência, porque se não for pago, o CPF do gestor fica sujo e acabado, o município perde a capacidade de firmar convênios, e, com o tempo, os funcionários públicos municipais não conseguirão se aposentar, e o dinheiro terá que ser bancado pelo do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), gerando um colapso na folha de pagamentos. Então considero que essa foi uma de nossas grandes conquistas, e espero que os próximos gestores deem continuidade com esse compromisso e responsabilidade.
OV – Houve forte investimento na área de infraestrutura, tanto na zona urbana, quanto na zona rural. O asfaltamento de ruas e avenidas por quase toda a cidade está levando conforto aos moradores, minimizando a poeira e, consequentemente, reduzindo problemas de saúde. Como estão essas obras? Serão concluídas ainda neste ano?
Débora – Além de fazer asfalto novo, pavimentando ruas e avenidas, nós tivemos também que cuidar do asfalto antigo que estava se deteriorando. Fizemos recapeamentos, constantes ações de tapa-buracos, e muita pavimentação asfáltica.
Em meu primeiro ano de mandato (2017), asfaltamos dois Bairros completos, o Monte das Oliveiras e o Tiradentes. De lá para cá não paramos de pavimentar nossa cidade. O perímetro urbano está muito grande, mas me sinto feliz em saber que nós praticamente concluímos a pavimentação asfáltica de quase toda a cidade. É claro que ainda faltam alguns trechos. Neste ano, já no final de nosso mandato, publicamos uma licitação no valor em torno de Um milhão e cem mil reais para asfaltarmos mais ruas e avenidas dentro de nossa gestão. Restarão poucas ruas e avenidas para serem asfaltadas na próxima gestão. Mas afirmo, com certeza, que 90% da cidade deixaremos pavimentada. Investimos muito nesse tipo de obra, porque em todas as pesquisas que fizemos, a população colocava a pavimentação como principal prioridade. Além de se uma questão de estética, porque nossa cidade está muito mais bonita, mais limpa, também é, sim, uma questão de saúde pública, porque evita a questão da poeira no período seco, quando as pessoas ficam com muitos problemas respiratórios, e evita aquele lamaçal no período das chuvas. Trabalhamos muito, fizemos bastantes asfalto e vamos continuar fazendo até o último dia de nossa gestão.
OV – Os investimentos feitos na construção de galerias pluviais, obra que a maioria dos prefeitos não gostam de fazer por ser subterrânea e, geralmente, a população esquece que foi realizada, reduziu o problema com os alagamentos em alguns pontos da cidade. Onde deu para ser feito esse trabalho, deu resultado?
Débora – Durante nossa gestão, fizemos vários trechos de captação de águas pluviais, foram trechos menores, mas demos início a esse trabalho. Nossa cidade tem formato de uma bacia, com a parte alta escoando toda a água das chuvas para o centro da cidade, provocando os alagamentos e a entrada de enxurrada na casa das pessoas. Sempre foi um problema, então resolvemos fazer as galerias em pontos específicos. Essa última foi uma obra maior, que atravessou a rodovia e trouxe alguns transtornos, comuns quando a gente busca o desenvolvimento, mas, graças a Deus nós concluímos. Nos trechos em que foram instaladas as galerias pluviais, com manilhas de um metro e meio, acabaram os alagamentos, fizemos a prova, inclusive na porta de minha casa, que fica no centro, onde está a casa de meu avô, o ex-prefeito Elói Domingues de Souza, e o banco Itaú, que entrava água todas as vezes que chovia. Com as obras prontas, já choveu forte e não houve mais alagamento. Mas é claro que é necessário dar continuidade a esse trabalho para que sejam construídas galerias pluviais também em outros trechos, até que sejam eliminados todos os pontos de alagamentos por toda a cidade.
OV – Na zona rural foram construídas ou recuperadas várias pontes, como a Ponte na Comunidade João Paulo, a Ponte na Mutuca, a Ponte no Rentemtem e a reconstrução da Ponte na região do Beco. As manutenções nas estradas foram constantes, beneficiando inclusive a distante comunidade moradora da região do Buraco de França. Poderia falar um pouco sobre os desafios enfrentados na realização desse trabalho pela senhora e sua equipe?
Débora – Trabalhamos a zona rural de nosso município com muitos desafios, mas também com bastante perseverança e determinação. Dia após dia, finais de semana, não tinha hora nem dia para podermos trabalhar. Para se ter uma noção, o município de São João d’Aliança tem 3.327 km², fazendo divisa com os municípios de Água fria, Formosa, Alto Paraíso de Goiás, Flores de Goiás, Niquelândia e Nova Roma, sendo divido em regiões da Chapada e Vale do Paranã, que têm diferença de altitude, e cortado por várias serras, como a serra do Morro do Chapéu (GO 236) a serra que desce pela estrada municipal, a serra da Mutuca, serra do Barreirão, a serra do bico da Candeia, a serra da Cachoeirinha, que é um lugar muito bonito, mas é bem estreita e íngreme. Então, além de toda essa extensão territorial, temos que cuidar o tempo todo dessas serras, principalmente essa serra vicinal, porque ela dá acesso a Cachoeira do Label, a maior do Centro-Oeste e muito visitada, acesso as barragens, que também são atrativos turísticos com fluxo muito intenso.
Temos poucos maquinários, principalmente para serras. Para trabalhar nessas serras, o caminhão precisa ser traçado, não pode ser qualquer caminhão, o caminhão pipa a mesma coisa, são muitas dificuldades na questão de maquinários para podermos manter essas estradas, principalmente as que cruzam as serras, em boas condições de trafegabilidade. Graças as boas articulações e parcerias que fizemos, conseguimos a Patrulha Mecanizada do estado para nos atender em alguns trechos, conseguimos alugar alguns maquinários para montarmos, junto com nossas duas Patrol, pelo menos três frentes de serviço em todo o município. As pessoas as vezes não têm essa noção de extensão do nosso município, por exemplo, da zona urbana para o Vale do Paranã, até chegar no Macacão, já na divisa com Flores de Goiás, são aproximadamente 140 km, tudo dentro de nosso município e que precisa ser trabalhada a manutenção. Na região da Chapada, o fluxo das carretas, devido ao nosso forte potencial na agricultura, é intenso, e por mais que a gente arrume as estradas, logo elas estão deterioradas, mas posso dizer que o saldo é positivo, trabalhamos muito e continuamos esse trabalho com parcerias. Fizemos muitas pontes, mais ainda temos muitas outras para serem feitas. Na GO 116, o governador Ronaldo Caiado fez 15 pontes para nós, e ainda temos mais pontes a serem construídas, e aqui nas vicinais, nós também fizemos inúmeras pontes, de boa qualidade, que eram capitaneadas pelo Dinei, que era nosso secretário de infraestrutura. Vamos continuar até o final de nosso mandato construindo mais pontes.
OV – Berço da população São-Joanense, o distrito do Forte guarda tradições e lembranças. A senhora pode apontar alguns dos benefícios levados para aquela parte do município, assim como para a região do Vale do Paranã, onde aconteceram, por exemplo, manutenções em estrada como a do Vale do Macacão?
Débora – Na região do Vale do Paranã como um todo, nós trabalhamos bastante, eu lembro que, logo no início de meu mandato, nós ficamos sem a ponte do Extrema, sem a ponte no Ribeirão, sem várias pontes que eram de muita importância. Eram pontes de madeira que já estavam bastante desgastadas. Em parceria com o governador Ronaldo Caiado, que se compadeceu em ver nossa situação, sou muito grata a ele, porque em Goiás são 246 municípios, e só em São João d’Aliança, com a parceria do governo do estado e com a Codevasf, nós trocamos mais de 15 pontes de madeira por pontes de concreto, o que melhorou muito a vida das pessoas que moram e circulam por aquela região. As manutenções constantes nas estradas vicinais e na GO 116, através de insistentes reivindicações que fizemos junto ao governo do estado, porque tem muita gente que não reconhece e diz que quem está fazendo é o estado, mas isso acontece porque tem uma prefeita que tem articulação, uma prefeita que cobra e tem o respeito e consideração do governador, que tem os olhos voltados para o nordeste goiano e reconhece o nosso trabalho, nosso esforço. A estrada para o Distrito do Forte hoje está um Tapetão. Com nossas reivindicações, o estado cuida da parte dele, e nós cuidamos de nossa parte, de nossas estradas vicinais. É preciso ressaltar também que conseguimos levar para aquela comunidade bastante cursos do Goiás Social, o que é muito importante, porque qualifica aquelas pessoas para que eles tenham empregos e rendas, ganhando o seu sustento com as próprias mãos.
Levamos também o Projeto de Fruticultura, que traz dignidade para as pessoas, além de darmos assistência total, levando equipes médicas completas, com fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudióloga, dentista, médicos, fazendo tratamento completo para todos os moradores no Vão do Paranã, sem contar que conseguimos também dar título de propriedade para os moradores do Brejo da Onça e fazer ali um poço artesiano. Enfim, foram muitas realizações e conquistas durante esses sete anos e meio de governo, com a nossa equipe da assistência social priorizando as famílias que viviam em situação de vulnerabilidade social, e nós sabemos que não são poucas, mas conseguimos as assistir com vale gás, cestas básicas, fazendo tudo aquilo que estava ao nosso alcance. A prefeitura municipal está sempre presente, tanto no Distrito do Forte, quando em todo o Vão do Paranã, sempre procurando guardar as tradições, como agora em julho, que ocorrerá a Festa do Forte, com a Caçada da Rainha. Estaremos presentes e vamos apoiar essa festa importante para que a identidade cultural seja fortalecida.
OV – Reformas de escolas e Cmeis, adequações em várias escolas municipais, como as que foram feitas na Escola Selecina Domingues de Freitas, e mais recentemente, no Cmei Padre Roque, deram novo rumo a educação no município durante seu governo. Quais ações nessa pasta valem ser destacadas. Como está o andamento das obras na Escola Modelo, ela será entregue ainda na sua gestão?
Débora – Em relação a educação nós fizemos um trabalho fantástico. O secretário, com sua equipe, conseguiu aumentar bastante os recursos repassados ao nosso Fundeb. Antes nós não conseguíamos pagar nossos professores dentro do Fundeb, a gente sempre pagava uma parte da contrapartida, e hoje nós pagamos todo mundo dentro dos recursos oriundos do Fundeb. Esse é um trabalho administrativo, que é feito nos bastidores, mas que traz um impacto extremamente positivo para toda a educação no município. Conseguimos também, graças a Deus, acompanhar e pagar o Piso Salarial dos professores, considero isso uma conquista muito grande.
Reformamos a estrutura de todas as nossas escolas. As mais recentes são as reformas e ampliações das Creches Padre Roque e dona Ana, melhorando toda a estrutura para que as crianças possam ter um local mais adequado para estudar. Estamos sempre trabalhando na formação contínua dos professores, focados, principalmente, para trabalharem com Portadores de Necessidades Especiais, provocando a verdadeira inclusão.
Estamos com a obra da Escola Modelo em andamento. É preciso que as pessoas entendam que é uma obra que tem os recursos por meio de indicação de emenda da deputada federal Magda Mofatto, mas que vem do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) do governo federal, então é uma obra mais demorada, pois é preciso seguir os trâmites burocráticos para receber esses recursos. Todas obras que só dependiam da prefeitura nós terminamos praticamente todas, são obras que a gente faz com muita rapidez, mas as obras por meio de convênio com o governo federal costumam demorar um pouco mais, mas, se Deus quiser, nós vamos terminar e entregar essa Escola Modelo.
Já estamos fazendo o processo licitatório do mobiliário, tanto da Escola Modelo, quanto dessas Creches que tiveram ampliação, por meio de um recurso extra. O processo licitatório do muro da Escola Modelo já está em andamento. Se Deus quiser, vamos entregar todas essas obras funcionando.
Quando assumimos a gestão do município, os ônibus escolares estavam todos bastante sucateados. Adquirimos uma frota nova, melhorando e dando conforto aos alunos que dependem desse meio de transporte para chegar as escolas. É claro que, com nossa rota de transporte escolar sendo muito extensa, com os ônibus circulando, em uso constante, quase que totalmente em estradas de chão, eles vão se desgastando mais rápido. Então é uma busca constante por novos veículos que deverá ser continuada pelos próximos gestores.
OV – O agronegócio é um grande propulsor da economia no município, mas sua gestão abriu portas para alavancar o turismo de aventuras, colocando em destaque as belezas naturais de São João d’Aliança. Como está sendo tratada essa integração agronegócio/agricultura familiar e o desenvolvimento sustentável que alavanca o turismo?
Débora – Nosso município, graças a Deus, tem duas vocações principais que são o agronegócio e também nossas maravilhosas belezas naturais. Em nossa gestão, como já disse, despertamos nas pessoas a sensação do pertencimento, e elas passaram a valorizar o potencial que elas têm aqui. Isso não fomos nós que criamos, sempre existiu, as mãos de Deus criaram, mas as pessoas não reconheciam o verdadeiro valor dessas potencialidades naturais. Então, além do agronegócio, nós temos também essa vocação para o turismo, que é algo gigantesco para o desenvolvimento econômico sustentável para o nosso município.
Geralmente existe uma “briga” entre o agronegócio e o turismo sustentável, mas nós, com bastante equilíbrio, com bastante diálogo, temos conseguido mostrar para as pessoas a importância dessas duas vocações. Com equilíbrio e responsabilidade, com uma agricultura responsável, essa é palavra, a gente consegue desenvolver essas duas vocações. Não precisamos anular uma para exaltar a outra. São João d’Aliança é um município muito rico, com bastante potencial, que tem visto o desenvolvimento não só dos grandes produtores, mas temos visto a importância da agricultura familiar, da agricultura inclusiva, onde os produtores conseguem produzir o seu sustento, com alimentos bastante saudáveis. Então, onde existe agricultura, seja grande ou pequeno agricultor, nossa gestão, com certeza, está incentivando. Inclusive, por meio da secretaria municipal de agricultura, conseguimos ofertar recentemente 193 Kits de irrigação, com o objetivo de que o pequeno agricultor possa produzir, com suas próprias mãos, o seu sustento, tanto para sua alimentação, quanto para a comercialização.
Com incentivo e apoio, temos conseguido mostrar para Goiás, para o Brasil e o mundo, nossas potencialidades turísticas, como a Cachoeira do Label, a maior do Centro-Oeste, entre tantas outras Cachoeiras, que inserem São João d’Aliança no cenário ideal para o turismo de aventuras. Temos o maior Cânion da Chapada dos Veadeiros, temos também o maior trecho de Rafting, onde acontecem várias disputas e competições, tendo uma competição já agendada para breve, com pessoas de várias localidades fazendo a corrida de aventuras, fazendo trekking, mountain bike, canionismo, e várias outras atividades esportivas. Então, é por meio destas nossas belezas naturais que conseguimos divulgar e alavancar nosso potencial turístico para o mundo, que passa a conhecer São João d’Aliança como o Portal da Chapada dos Veadeiros. Tornando-a uma cidade de destino, e não mais de passagem.
OV – Por meio da Secretária Municipal de Assistência Social, as famílias em situação de vulnerabilidade social passaram a ter um atendimento humanizado, recebendo benefícios como o vale gás, cesta básicas com alimentos da agricultura familiar. Algumas delas realizaram até o sonho da casa própria. A senhora pode nos citar mais alguns benefícios conseguidos por sua gestão nesta pasta?
Débora – Por meio da Secretária Municipal de Assistência Social, a época capitaneada pela Lilian, que fez um trabalho excepcional, porque lá não havia um apadrinhamento político, existia um trabalho técnico que atendia quem precisasse, independente de bandeira partidária. Não tem vereador que indica, não tem político que indica; precisou de uma visita, precisou de uma ajuda, a gente coloca a equipe da assistência social para verificar a real situação daquela pessoa, porque o que acontece, s vezes a pessoas querem receber um benefício duas, três vezes no mesmo mês, sendo que tem outra pessoa que também precisa e não recebeu nenhuma.
A assistência social não consegue atender todos os moradores do município, ela tem que atender quem mais precisa, quem, de fato, vive em situação de vulnerabilidade.
Uma outra grande conquista que conseguimos foi o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), que foi uma indicação do ex-deputado federal Pedro Chaves, sendo que, na região da Chapada dos Veadeiros, apenas São João d’Aliança e Campos Belos têm unidades.
Nossa unidade não é custeada pelo governo federal. Até hoje nosso município paga todos os funcionários que lá atendem, mas vejo de grande importância esse trabalho, porque atende pessoas que tiveram seus direitos violados. Foi realmente uma grande conquista, sendo mantida com recursos próprios.
Outra importante ação mantida com recursos municipais foi o Aluguel Social. Com planejamento e economizando centavos, nós conseguimos ofertar a casa já alugada; nós não damos o dinheiro para a pessoa, nós fazemos o contrato e entregamos a casa já alugada para as pessoas que, de fato, necessitavam muito. Tudo dentro de parâmetros, tudo dentro da lei, tudo seguindo um estudo da assistência social. O mesmo procedimento, com recurso do município, são exercidos para o Vale Gás, e para a entrega de cesta básicas.
Vale também destacar outra conquista importante de nossa gestão. Por meio das secretarias de assistência social e de infraestrutura, realizamos parceria com o governo de Goiás, por meio da Agehab, e entregamos 50 casas em um condomínio residencial de excelente qualidade, sem nenhum custo para os beneficiários, com toda a infraestrutura de água, energia elétrica e asfalto nas ruas. Essa foi uma conquista emocionante, porque vimos ali o sonho de 50 famílias se tornar realidade.
OV – A reforma do hospital Santa Madalena e das UBS, a aquisição de novos e modernos aparelhos e equipamentos hospitalares colocaram São João d’Aliança como referência em atendimento na área da saúde para a região. Como tem sido atender as demandas da população local e também de muitos pacientes de municípios vizinhos?
Débora – Na área da saúde a luta é incessante. Quando houve a pandemia da Covid-19, procuramos usar os recursos que chegaram para algo que fosse permanente e não só para aquele período. Fizemos semi-leitos de UTI, onde, até hoje, nossos profissionais conseguem entubar e estabilizar o paciente aqui, equipamos nosso laboratório, para que pudéssemos ter aqui mesmo os diagnósticos de vários exames. Modernizamos nosso aparelho de Raio X e nossa sala de gesso e redução de fraturas, que é um ambiente adequado e equipado para a especialidade médica de ortopedia, e para realizar procedimentos que necessitam auxilio de profissional de enfermagem.
Temos uma equipe muita comprometida, temos bons médicos especialistas, entre eles pediatra, dermatologista, ortopedista, oftalmologista, e os clínicos gerais.
Nosso hospital tem sido referência. Muitas pessoas deixam seus municípios para virem ser atendidos aqui. Claro que a gente atende com o maior prazer, mas também pedimos a nossa secretária que verifique a questão da pactuação, porque o SUS é universal, mas nós não podemos deixar de atender nosso povo, para atender a demanda de fora, a gente trabalha em parceria com os municípios aqui da região, estamos sempre de portas abertas, todos que aqui vêm são atendidos, faço questão que a gente tenha uma saúde com atendimento humanizado; cobro sempre isso de nossos profissionais.
Investimos também no Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), onde temos uma médica excelente, que também atende, além dos nossos pacientes, os de outros vários municípios. Temos ainda as Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD) que é um serviço que consiste numa modalidade de atenção à saúde substitutiva ou complementar às já existentes, e é caracterizada por um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação prestadas em domicílio, com garantia de continuidade de cuidados e integrada às redes de atenção à saúde, em parceria com Alto Paraíso de Goiás.
Eu vejo que tudo isso é uma harmonia, não só de parte estrutural, porque temos uma estrutura muito boa em nosso hospital, mas nós temos também servidores, que nos ajudam a alavancar as excelentes referências do sistema de saúde em nosso município.
Tem ainda as Unidas Básicas de Saúde (UBS), onde investimos principalmente na área odontológica, para que as pessoas tenham bom atendimento aqui na sede do município e também na zona rural, por meio das equipes móveis.
OV – A troca das lâmpadas fluorescentes por lâmpadas de Led na iluminação pública deu mais tranquilidade para o cidadão que precisa circular a noite pela cidade. Como tem sido o apoio de sua gestão ao trabalho das Polícias Militar e Civil no fortalecimento da segurança pública?
Débora – O que nós queremos é que nossa população se sinta segura. Antes nós andávamos por ruas muita escuras, hoje toda nossa cidade é iluminada com lâmpadas de Led 150 Watts, e isso não acontece só nas avenidas, mas em todas as ruas da cidade. Isso trouxe mais segurança, mais beleza e mais economicidade aos cofres públicos.
Em relação a nossa articulação com as Polícias Militar e Civil, nós disponibilizamos funcionários, gêneros alimentícios, material de limpeza, banco de horas (que é quando os policiais que estão de folga recebem para trabalhar neste período, aumentando assim o efetivo nas ruas, melhorando a segurança da cidade.), ou seja, trabalhamos em bastante harmonia.
Temos ainda o Conselho de Segurança Pública, que dá suporte a Rede de Apoio do CREAS/CRAS, fazendo com que tenhamos êxito no nosso trabalho, dando maior sensação de segurança aos nossos cidadãos. O número de roubos e furtos tem diminuído, e vejo que é graças a esse trabalho de parcerias.
OV – Além da integração da comunidade esportiva por meio dos campeonatos municipais e a modernização do estádio municipal, quais ações se pode destacar em sua gestão no apoio ao esporte como um todo?
Débora – Investimos bastante na parte esportiva, como os campeonatos, por exemplo. Mais investimos principalmente na parte estrutural. Construímos o muro e revitalizamos a iluminação do estádio Terezino de Jesus. Construímos quadras poliesportivas, inclusive em comunidades rurais, como na Pedra de Amolar, Forte e Santa Maria, reformamos o nosso ginásio e reformamos também as quadras que já existiam.
Temos buscado incentivar outras modalidades esportivas. Em parceria com a Igreja Fonte de Vida, que tem um projeto chamado Construindo Campeões, um programa desenvolvido pela Secretaria de Estado de Esporte e Lazer, que incentiva a prática de artes marciais para jovens. Em parceria com a Base Associação, oferecemos aulas de Skate para crianças e jovens, inclusive, já sediamos o campeonato Brasiliense da modalidade em nossa pista de Skate, já realizamos campeonato de Mountain Bike, de Velocross, ou seja, estamos investindo também em outras modalidades esportivas em nosso município, até mesmo para que as pessoas, principalmente os mais jovens, tenham outras experiências além do futebol.
OV – Devido a proximidade do pleito eleitoral, quando a comunidade terá que escolher um sucessor ou sucessora ao cargo de chefe do executivo, começaram a atacar sua gestão e também a prefeita, inclusive com fake News. Como a senhora está lidando com essa situação?
Débora – Nosso povo é sábio e nossas ações nos justificam, mas é claro que não deixa nos entristecer quando usam perfis falsos (fakes) em redes sociais para tentar desconstruir a nossa imagem e tentar confundir as pessoas. Trabalhamos muito durante esses sete anos e meio. Eu não tinha hora e nem dia, trabalhando diuturnamente, sejam feriados, fins de semana, tanto que quase nem vi o tempo passar, devido o quanto que me dediquei pelo e para o município. No entanto, sempre vão ter pessoas que aprovam nossa gestão e vão te pessoas que não aprovam, mas o importante é que a grande maioria, temos uma aprovação de 90% de nossa população, que sabe o quanto São João d’Aliança se transformou, o quanto São João d’Aliança é reconhecida não somente no nordeste goiano, mas em todo o estado de Goiás, por nossas ações, que, com certeza, falam mais alto. Espero sim, que nosso sucessor tenha o mesmo compromisso e propósito que nós temos. Porque não em segredo nenhum; é o propósito de cuidar, de zelas do nosso povo, e para isso é preciso ter amor, quem ama vai cuidar e vai zelar da melhor forma possível para que as pessoas que aqui vivem tenham orgulho em dizer que são e que moram em São João d’Aliança.
Lógico que a gente pede que, nessas questões de Fakes, que as pessoas entrem em defesa de nossa gestão, porque é ruim eu mesma ficar defendendo. O trabalho está ai para todos virem, por isso, é muito importante que a comunidade que conhece nosso trabalho entre em defesa de nossa gestão, porque isso vai fazendo com que as pessoas que usam esse tipo de arma percam força.
OV – Ao deixar o cargo de prefeita no final deste ano, Débora Domingues vai buscar voos mais alto na política estadual?
Débora – Com certeza. É claro que nosso coração, a nossa mente faz planos, mas a resposta certa vem de Deus. Mas, se tem algo que me deixa apaixonada, se existe uma ferramenta mais que transformadora, é a política, porque através dela você consegue impactar a vida de muitas pessoas ao mesmo tempo, e isso é muito gratificante. Não me vejo mais fora da política. Hoje eu defendo meu município como uma mãe defende um filho, e mais na frente quero defender a minha região, e assim sendo, não pretendo sair da política. Amo o que eu faço, amo estar na política, amo transformar vidas e espero continuar e exercer essa missão com muita excelência.