ENTREVISTA – Martinho Mendes da Silva, Prefeito de Alto Paraíso de Goiás.

Gestor faz resumo de conquistas nos dois primeiros anos de seu governo, aponta dificuldades provocadas por compromissos não realizados pelo governo estadual no período, como o asfaltamento urbano, e se mostra confiante na realização de obras e benefícios em 2019.

Roberto Naborfazan

Martinho Mendes com a Secretária de Educação de Goiás, Fátima Gavioli – Alinhando parcerias para o setor educacional de Alto Paraíso de Goiás.

O VETOR – Prefeito, o senhor dá inicio a segunda metade de seu governo. Quais os desafios encontrados na primeira metade, quais foram superados, e os que não foram, o que falta ser feito?

Martinho Mendes – Reunimos nosso secretariado no dia 2 de janeiro deste ano para avaliarmos nossas conquistas nesses dois primeiros anos de governo, e também para alinharmos os caminhos da gestão para os dois anos que restam de nosso mandado. Manteremos a austeridade no controle de gastos, com a mesma responsabilidade no uso do dinheiro público, visando sempre oferecer um serviço com qualidade e eficiência aos nossos munícipes e visitantes.

Nestes dois primeiros anos de nossa gestão, o país enfrentou uma de suas piores crises político/financeira dos últimos cem anos, conforme estudos e pesquisas, mesmo assim conseguimos, com os poucos recursos que temos, manter a cidade funcionando, tendo nossas certidões em dia, assegurando o recebimento de emendas e convênios, que agora começamos a receber na forma de maquinários, ônibus escolares, materiais hospitalares, entre outros.

Fizemos um plantio de ações voltadas para boas conquistas e agora estamos colhendo os frutos que serão percebidos no cotidiano de nossa população.

Nossa meta é, ao concluir nossa gestão, entregar ao nosso sucessor um legado de responsabilidade, de muitas conquistas, principalmente no que tange a legislação, visando dar segurança aos que aqui investem e que escolheram nosso município para fixar sua residência, e também as melhorias nas áreas básicas como saúde, educação e moradia, que beneficiam á todos de nossa comunidade.

O VETOR – No inicio de seu governo, havia uma onda de esperança nas promessas feitas pelo governo do estado de tornar Alto Paraíso modelo para o mundo, através da implementação de obras baseadas nos conceitos dos 17 ODS. O que de bom e que de ruim restou disso tudo?

Martinho Mendes – O projeto dos 17 ODS já estava implantado em nosso município, com respaldo do então prefeito Álan Barbosa. Ao assumirmos, buscamos conhecer melhor o projeto e integrar nossa equipe de gestão a ele. Foram muitas as reuniões tanto em nossa cidade, quanto em Brasília e Goiânia. Vereadores, lideranças políticas e classistas, e grande parte de nossa população, buscaram também se integrar ao projeto. Fizemos um primeiro ano de trabalho intenso acreditando nos compromissos do governo estadual de nos assegurar obras e benefícios baseados na ideia dos 17 ODS.

Me permito aqui lembrar que no inicio dos anos 1980, o governador Ary Valadão buscou implantar um projeto de fruticultura, que seria um grande propulsor do desenvolvimento de nossa região, mas foi paralisado por questões políticas do governo sucessor comandado por Iris Rezende. Aquele projeto tinha orçamento pré-estabelecido, diferente dos 17 ODS, que tem como base parcerias, em conversas, sem orçamento estabelecido, mas nos fizemos o dever de casa. Alinhamos tudo sobre PPA, sobre questões jurídicas, doamos áreas para Delegacia, Bombeiros e Centro e Convenções e tudo que pudesse facilitar o investimento por parte do estado ou de parceiros por ele indicados.

O então governador Marconi Perillo esteve em nossa cidade no dia 31 de agosto de 2017, me recordo bem, quando assinou ordem de serviços para Alto Paraíso na ordem de aproximadamente 20 milhões de reais. Infelizmente nada disso andou, e até hoje não colhemos um fruto daquilo que nos foi prometido. Em um projeto paralelo, o Goiás na Frente, nos foi assegurado Dois milhões de reais para recuperação e construção de pavimentação em vias urbanas, que seriam pagos em dez parcelas de 200 mil reais. Esse foi outro projeto que não andou, o governo aplicou em nossa cidade cerca de 600 mil reais, que nos permitiu trabalhar em algumas partes da cidade. Arrancamos o asfalto velho e fizemos um novo próximo da prefeitura, no caminho para as Loquinhas e em vários outros pontos.

Então, o que restou de bom foi a ideia diferenciada e a abertura para novos conhecimentos sobre a agenda 2030, onde descobrimos que teremos que realizar com nossas próprias pernas, com atos e ações partindo de nossa gestão em conjunto com nossa comunidade, principalmente baseado no ODS 17, que trata das ações em parcerias. Focamos em nossos projetos, mas também demos a abertura para o desenvolvimento de ideias e projetos a nós sugeridos, com liberdade de execução por terceiros para aqueles projetos que beneficiam nossa comunidade, como recentemente o projeto de práticas integrativas e complementares em Saúde no SUS do município, que prevê melhoria de qualidade de vida e auxilio efetivo no cuidado do ser humano, que já está acontecendo e chega para fortalecer o nosso sistema municipal de saúde.

O então governador Marconi Perillo esteve em nossa cidade no dia 31 de agosto de 2017, me recordo bem, quando assinou ordem de serviços para Alto Paraíso na ordem de aproximadamente 20 milhões de reais. Infelizmente nada disso andou, e até hoje não colhemos um fruto daquilo que nos foi prometido.” 

Recursos do Goiás na Frente não foram repassados, paralisando a recuperação do asfalto urbano.

O VETOR – O senhor citou há pouco o fiasco também do Programa Goiás na Frente, que prometia asfaltamento urbano em Alto Paraíso. A comunidade questiona o porque do pouco de asfalto que pode ser feito, foi colocado em locais alternados, as vezes em pequenos trechos, com aquele acima do quartel, rumo a Garagem Municipal, e não se eliminou o problema em um bairro todo, por exemplo. Com a paralisação do Goiás na Frente, e com a prefeitura sem condições de recuperar o asfalto com recursos próprios, como fica essa que é uma das principais demandas da comunidade?

Martinho Mendes – Fomos muito criticados por alguns que não conhecem o sistema de convênios com estado, e por outros que conhecem mais preferem espalhar maldade e mentiras. Quando assinamos o convênio, uma equipe da Secretária de Planejamento do estado veio até Alto Paraíso e fez a medição dos lugares a serem recuperados, e o dinheiro foi liberado para fazer o asfalto naquele lugar onde foi medido. Na época da medição aqueles eram os lugares mais danificados, como demorou a liberação dos recursos, quando fomos efetuar o trabalho já haviam lugares em piores condições, mas nós, o município, não podíamos mexer no projeto já medido, então tivemos que cumprir e fazer onde já estava determinado, mesmo contra nossa vontade, mas esperávamos receber todo o recurso e fazer o trabalho por toda a cidade, infelizmente o dinheiro não veio como prometido.

Realmente não temos condições de recuperar o asfalto em toda a cidade com recursos próprios, no máximo uma operação tapa-buracos aqui e ali. Ao contrário de alguns prefeitos, nós não pedimos o cancelamento do convênio com o estado de Goiás sobre o  Programa Goiás na Frente. Nosso processo continua em vigor e depende do governo do estado se muda o nome, se continua, mas que mande os recursos para que possamos concluir as obras. Independente disso, entramos com outro projeto junto ao governo federal, para asfaltamento, calçadas e galerias pluviais, que inclui praticamente todos os bairros, inclusive parte do setor Novo Horizonte, Estância Paraíso e a avenida que liga a GO 118 até a Estação da Saneago, passando ali junto ao Posto de Gasolina.

As vezes o problema existe há décadas, com as pessoas fazendo suas casas abaixo do nível da rua, vem a chuva e leva água para dentro das casa, a culpa não é do prefeito, é da falta de planejamento em sucessivas gestões. Havia um problema crônico de uma enxurrada que transbordava ali de frente do CAT. Abrimos e trocamos toda a galeria, solucionando de vez aquele problema, mas como foi enterrado, poucos se lembram. Então vamos buscar solucionar esse problema da pavimentação em curto/médio prazo, mas fazendo um trabalho bem feito e duradouro.

O VETOR – O senhor vem fazendo adequações de pessoal, de materiais e insumos, buscando cortar gastos e gerar receitas desde o ano passado. Houve resultados para o município na visão econômica?

Martinho Mendes – Sem dúvidas. Acredito que esse ajuste feito por nós foi que deu condições para que o município pudesse ter todas as certidões em dias, permitindo que estejamos colhendo os frutos dessas conquistas que estamos agora entregando a nossa população. No próximo dia 23 de março estaremos fazendo uma grande entrega de máquinas, equipamentos, ônibus escolares e ambulâncias para atuar nas respectivas secretarias, alguns já estão inclusive sendo usados, trabalhando. Nunca, na história política de Alto Paraíso, houve uma substituição de frota veicular tão significativa como esta que estamos fazendo. Só na pasta da educação estamos substituindo seis ônibus da frota do transporte escolar, que compunham uma frota antiga e quase todos terceirizados.

Também estamos assegurando mais conforto e dignidade ao cidadão na área da saúde, com novas ambulâncias e uma nova unidade para o SAMU, indo ao encontro dos anseios da comunidade de Alto Paraíso e região.

Manutenção em estradas vicinais e recuperação de pontes são ações que têm recebido atenção da prefeitura.

O VETOR – As demandas vindas de todo o município, tanto na área urbana, quanto na área rural, estão sempre pedindo urgências. Na área rural, onde muitos dos que moram na cidade as vezes não vão, o que a prefeitura, com recursos municipais ou em parcerias, tem realizado?

Martinho Mendes – As principais demandas dos moradores na zona rural de nosso município são geralmente ligadas a manutenção de estradas vicinais, pontes e a assistência a agricultura familiar.

Nosso vice-prefeito, Marlon Bandeira, que é também secretário de meio ambiente e agricultura sustentável, tem buscado dar toda assistência aos nossos pequenos produtores com o maquinário que, graças a Deus e ao nosso intenso trabalho, temos conseguido para nossa frota.

No período chuvoso, principalmente, as demandas aumentam e chegam de uma vez. Então temos seguir um planejamento, atendendo por regiões as situações mais criticas, o que as vezes algumas pessoas não compreendem. Em 2017 fizemos um trabalho de grande magnitude, que nunca tinha sido realizado, na estrada que liga a GO 118 a Balsa do Rio Tocantinzinho, passando pela região das Cataratas dos Couros e também na região do Raizama/São Jorge.

No ano passado continuamos dando respaldo aos agricultores familiares, seja na manutenção e melhoria das estradas vicinais, seja na recuperação e construção de pontes e galerias.

Na GO 239, sentido Sertão/Core Marie, fizemos várias intervenções, mesmo sendo uma rodovia de responsabilidade do estado, mas quem mais utiliza são nossos munícipes e nós não podemos deixa-los sem assistência. Recuperamos, por exemplo, as pontes sobre o Rio São Bartolomeu na chegada do Moinho e também na chegada de Alto Paraíso e já autorizamos que o maquinário faça uma nova recuperação na estrada ainda neste mês de março.

O VETOR – O senhor tinha como compromisso de campanha reabrir o hospital municipal Gumercindo Barbosa, e o fez. A prefeitura está conseguindo manter o atendimento dentro das demandas da comunidade? Além da aceleração das obras da UBS no centro velho, o que de novidade aconteceu na área da saúde em sua gestão?

Martinho Mendes – A área da saúde segue um padrão e não há muito para ser modificando na questão de protocolos. O que a comunidade espera é que ao chegar ao hospital, se tenha um atendimento com médicos e profissionais qualificados. Nós tínhamos três médicos no Programa Mais Médicos, que infelizmente se foram como fim do programa. Mesmo assim continuamos buscando realizar um trabalho de atendimento com bons profissionais, dentro de uma unidade limitada como a nossa, se comparada aos grandes centros. Nossa população deve se lembrar que a área da saúde era uma das mais criticadas em gestões passadas, e hoje, raramente se ouve uma critica, ao contrário, recebemos até alguns elogios.

Conseguimos realizar muito nessa área da saúde, com a aquisição de ambulâncias e equipamentos hospitalares. Contamos para isso com emendas importantes de parceiros como as deputadas Flavia Morais e Magda Mofatto, deputados João Campos e Giuseppe Vecci, entre outros. A diferença que temos buscado fazer é exatamente a de manter o sistema funcionando o mais próximo possível dos anseios da comunidade.

Hoje nós temos dois fisioterapeutas atendendo com carinho e dedicação os pacientes que os procuram. Colocamos um novo veículo a disposição dos pacientes que fazem hemodiálise, porque sabemos do sofrimento em que vivem. Temos o caso especial do senhor Gerson, que tem que vir do Moinho para a sede do município e depois ir a Formosa, para fazer hemodiálise. Colocamos então um meio de transporte para o buscar e levar até sua casa no distrito do Moinho todas as vezes que precisa. Isso é atenção as necessidades de nossos cidadãos.

Apoiamos agora o projeto da medicina integrativa, que já está atendendo. Então, além do atendimento de urgência e emergência, o cidadão de Alto Paraíso ainda tem essa opção do tratamento alternativo.

Outro ponto importante é que, o hospital, que foi fechado porque nem planta de sua estrutura física tinha, nós reabrimos e já conseguimos viabilizar um projeto de toda a área do hospital, que permitirá, inclusive, uma ampla reforma. O projeto já está sendo analisado pela Caixa Econômica Federal e em breve nossa cidade terá um grande melhora na estrutura física do Hospital Municipal.

Vale destacar também, que a Unidade Básica de Saúde, no centro velho, que estava paralisada devido a entraves documentais, já está em fase de acabamento e em breve será mais um ponto de atendimento para nossa população e visitantes.

O que podemos dizer é que, quem olha com boa vontade e entendimento, nota que estamos fazendo sim, um trabalho sério e construtivo para o desenvolvimento de nosso município.

Renovação da frota do transporte escolar, onde seis novos ônibus foram adquiridos com recursos do município e também através de emendas de deputados parceiros.

O VETOR – O setor educacional, prioritário na formação do cidadão, precisa de um conjunto de ações para ser bem desenvolvido. Além de amparo aos professores e alunos, na melhor forma de atendimento, precisa de boas estradas, bons veículos para o transporte escolar, boa merenda, e boas condições salariais aos professores. O senhor conseguiu avançar nessa área?

Martinho Mendes – A área da educação é muito dinâmica e vem sofrendo alterações. Em passado recente o governo criou o piso nacional, nos adequamos e temos cumprido isso, com o importante respaldo dos vereadores.

Por outro lado, estamos chegando agora na faixa de professores que estão atingindo o período para aposentadoria, e nós temos o diferencial do Fundo de Previdência da prefeitura, que vejo como um ponto que exige muita atenção de nossa parte enquanto gestor, visto que um professor se aposenta com a faixa salarial de 3 a 6 mil reais mês. Com a média salarial baixa dos professores ativos, que são quem paga os inativos, através dos 11% descontados em salários, calcule quantos da ativa são preciso para pagar um inativo. É uma situação sensível que temos tratado com muita atenção e cuidado.

Volto a citar a renovação que fizemos na frota do transporte escolar, onde seis novos ônibus foram adquiridos com recursos do município e também através de emendas de deputados parceiros. Na sexta-feira, 15 de março, fomos receber um ônibus adquirido através de emenda da deputada Flávia Morais, que se junta aos outros cinco, que inclusive já estão rodando e atendendo nossa comunidade escolar.

Prefeito encabeçou a ideia da união de forças para conseguir entregar moradia a 96 famílias.

O VETOR – Alto Paraíso de Goiás tem fortes potencialidades turísticas, e caminho a passos largos ao encontro da excelência no recebimento do visitante. O que sua gestão tem feito para apoiar e incentivar tanto o turista, quanto quem investe no setor turístico do município? Fala-se muito das limitações com redes bancárias, há novidades para essa demanda?

Martinho Mendes – Esse é um setor que tem atraído investimentos e pessoas para nossa região. Cada vez mais notamos pessoas vindo atuar na área do turismo em nossa cidade. Fomos agraciados com belezas naturais impares, e a cordialidade e hospitalidade de nossa gente nativa foi um dos motores que impulsionaram o crescimento do setor turístico em seus vários aspectos.

De nossa parte, estamos trabalhando para a consolidação do Plano Municipal do Turismo, já com conversações adiantadas na captação de recurso para esse fim.

Em relação aos atendimentos bancários, sofremos com o ataque de bandidos em nossas agências bancárias, e em um dos ataques houve a destruição do prédio que abrigava o Banco do Brasil, o que causou e tem causado muitos transtornos para os empresários, moradores e visitantes. Não foram poucas as reuniões que fizemos junto aos altos escalões dessas instituições na busca de darmos solução para essa demanda. Estivemos em audiência com a superintendência da Caixa Econômica Federal, onde abrimos negociação para abertura de uma agência em nossa cidade.

Estamos agindo também para a instalação de um caixa eletrônico 24 horas, com pelo menos seis bandeiras bancárias.

Somos gratos ao doutor Severo, proprietário do Chappada Hotel, que cedeu sem custos um espaço para a instalação de um posto do Banco do Brasil, que atende dentro dos limites de segurança, sem movimentação de dinheiro em espécie. Mas nossa meta sempre foi a reabertura da agência em sua plenitude. Muitos têm nos ajudado nessa empreitada, mas, por último, contamos com a intercessão do Ministério Público, através da promotora, doutora Úrsula Catarina Fernandes da Silva Pinto, que chamou os representantes do Banco do Brasil e cobrou deles datas para a reabertura das agências de Alto Paraíso de Goiás e Cavalcante, outra cidade que sofreu ataque de bandidos com destruição do prédio da agência. Esse posicionamento da promotora foi de extrema valia, tanto que as obras no prédio já estão bastante adiantadas e em muito breve teremos a reabertura da agência do Banco do Brasil com todos os atendimentos normalizados. Tudo isso forma um conjunto de ações que visam fortalecer o turismo local e regional.

O que podemos dizer é que, quem olha com boa vontade e entendimento, nota que estamos fazendo sim, um trabalho sério e construtivo para o desenvolvimento de nosso município.” 

Prefeito em audiência pública com representantes do Banco do Brasil – Agência será reaberta em breve.

O VETOR – Prefeito, nesse contexto de crescimento populacional, e consequentemente comercial, com mais pessoas e valores circulando, como está a questão da segurança pública em Alto Paraíso de Goiás?

Martinho Mendes – A questão da segurança pública tem sido preocupação em todos os municípios brasileiros, que exige providências e investimentos vigorosos por parte dos governos do estado e federal, dando aos municípios, principalmente os de pequeno porte, a oportunidade de entrar com contrapartidas, como doações de áreas para abrigar instalações de segurança militares e civil. Como já disse, fizemos em Alto Paraíso de Goiás a doação de áreas para abrigar, por exemplo, uma nova delegacia de Polícia Civil e uma unidade do Corpo de Bombeiros Militares. Queremos e precisamos dar a sensação de segurança tanto aos nossos moradores, quanto aos milhares de turistas que nos visitam. A prefeitura tem atuado no apoio possível aos Policias Militares da 14ª CIPM, atualmente comandada pelo Major Ferreira, e também aos Policias Civis, que atuam sob a liderança da Delegada Maria Isabel Pires Ramalho.

A atuação das quadrilhas especializadas em roubos a bancos e fazendas está espalhada pelo Brasil afora, como foi recentemente nas três agências bancárias em Campos do Jordão, no interior de São Paulo, e na fazenda Nova Era, na zona rural de nosso município, quando um bando fortemente armado fez diversos funcionários como reféns e roubaram maquinários, implementos e objetos pessoais.

Tenho buscado, junto ao secretário estadual da segurança pública, Delegado Rodney Miranda, que Alto Paraíso receba um olhar diferenciado, por ser um município que recebe pessoas de todas as partes do Brasil e do mundo.

Agora, não posso ser parceiro em ações que vão gerar mais transtornos para nossa sociedade local. Recebi há poucos dias um oficio pedindo auxilio para a colocação de um Container dentro da área da Cadeia Pública. Neguei o auxilio sem hesitação. Não posso compactuar para que nossa cidade seja um depósito de presos. Com as dificuldades de segurança que temos, fazermos um amontoado de presos no centro de nossa cidade seria gerar medo e perigo real para a população. Em minha visão, os presos que já estão condenados deveriam ser remanejados para presídios estaduais, deixando vagas aqui para os que aguardam julgamento. Tivemos uma onda de assaltos praticados por presos do semiaberto, que são de outras cidades, não têm como ir e vir no mesmo dia, são soltos sem comprovação de empregos e ficam o dia todo, a maioria deles, perambulando pela cidade, cometendo delitos como roubos e trafico de drogas.

Precisamos aqui de ações constantes como as realizadas no feriado de Carnaval, quando pedimos reforços ao secretário estadual de segurança, Delegado Rodney Miranda, e nos enviado reforço de agentes da Polícia Ambiental, Comando de Divisas, Patrulhamento Tático, que fortaleceram os Policias Militares e Civis que fazem trabalho efetivo em nosso município.

Martinho destaca seu apoio ao projeto de práticas integrativas e complementares em Saúde no SUS do município, que prevê melhoria de qualidade de vida e auxilio efetivo no cuidado do ser humano.

 O VETOR – O desenvolvimento de um município, quando acontece dentro de um padrão que gera conforto básico ao cidadão, provoca o crescimento populacional e a consequente demanda por itens como moradia. O senhor está preparando Alto Paraíso para atender ao menos parte dessa demanda, com novas casas, terrenos, infraestrutura?

Martinho Mendes – Essa é uma de nossas grande preocupações, atender as demandas relacionadas a casa própria. Os municípios sofrem com a paralisação de dois em dois anos dos mecanismos burocráticos dos governos federal e estadual, devido as eleições. Sou da opinião de que tem que acabar com esse negócio de eleições de dois em dois anos, deveríamos ter apenas uma eleição para todos os cargos de seis em seis anos, porque isso para o País. A prova disso é que desde julho do ano passado nada caminhou dentro dos governos do estado e federal, ficam todos em função das eleições. São praticamente nove meses de paralisação de processos, convênios e tudo que pode gerar melhorias e benefícios para a população, principalmente os de menor poder aquisitivo.

Estamos focados em pelo menos concluir aquilo que foi iniciado. Na terça-feira, 13, a Câmara de vereadores abriu sua tribuna para ouvir o apelo de beneficiários de 96 casas populares de um programa do governo federal, onde doamos os terrenos, que estão semiprontas no Setor Cidade Alta, mas que estão com as obras paralisadas. Encabecei a ideia de pedirmos apoio a quem possa nos ajudar. Tanto o presidente da casa, vereador Tito, como todos os vereadores presentes se mostraram empenhados, ficando definido que eles, assim como nós da prefeitura, iremos procurar deputados e senadores que têm ligação com Alto Paraíso, para juntos buscar audiência com o governador Ronaldo Caiado, no intuito de pedir a autorização dos recursos complementares para a conclusão dessas 96 moradias. Por outro lado, estou trabalhando também um projeto de Lei, no sentido de buscarmos a regularização fundiária do município. Cito como exemplo a área da horta municipal, onde famílias que moram ali por mais de trinta anos e não conseguem resolver a questão de suas escrituras. Já fizemos a medição e logo estaremos com o projeto de Lei totalmente concluído. Junto com essa regularização fundiária, esperamos atender aproximadamente 80 famílias na sede do município e mais umas 30 famílias no distrito de São Jorge, beneficiando 110 famílias no total. Não com doações de casas, porque não conseguimos alocar recursos, mas fazendo a cessão ou doação dos lotes para que possam fazer suas casas.

Prefeito com uma das máquinas que serão entregues a população no próximo dia 23.

O VETOR – O senhor tem pela frente desafios como a aprovação do Código Tributário e o Plano Diretor, a população e seus representantes, os vereadores, tem sido parceiros?

Martinho Mendes – Posso afirmar com convicção que os vereadores têm sido responsáveis no sentido de entender a dinâmica do município. Sou cobrado, as vezes com muita veemência, para execução de algumas demandas, e essa é mesmo a função do vereador, fiscalizar e cobrar ações do gestor. Não fico, em momento algum, melindrado com essas cobranças, porque nossa função é a de fazer. Agora, cabe ao executivo encaminhar os projetos para a Câmara de vereadores, e cabe a eles, vereadores, fazer a análise e o burilamento desses projetos.

Nossa gestão tem enviado projetos de grande impacto positivo para o município, mas que causam algumas polêmicas. Nós, no entanto, tivemos a coragem que nenhum outro gestor teve, a de provocar o debate e buscar a aprovação desses projetos que em curto/médio prazo trarão melhorias para nosso município e para nossa população como um todo.

Em nosso Plano de Governo, onde apontamos,  no período de campanha eleitoral, as diretrizes que seriam tomadas em nossa gestão, está escrito sobre Ajuste da Legislação no município, e nesse tópico citamos o Plano Diretor, que tem necessidade urgente de uma revisão, pois está parado no inicio dos anos Dois mil, e já se passaram quase vinte anos, as demandas da cidade caminharam para outros rumos. Então é necessário que ele seja corrigido, ajustado e fiscalizado, e nada disso acontece há quase duas décadas.

Podemos citar como exemplo o distrito de São Jorge, onde pessoas vendem áreas de 600² (seiscentos metros quadrados), sabendo que não vão conseguir documentar, porque não é uma cidade, mas as pessoas insistem em vender. E o pior é que gente que se diz correta, que só age na correção, são as primeiras a comprar, sabendo da irregularidade. Mas o cidadão comum não pode, porque essas mesmas pessoas são as primeiras a jogar pedra e criticar. São pessoas metidas a bacana, a cheios de recursos financeiros, que fazem poço artesiano clandestino e abrem fossas na beira de rio, mas posam de defensores do meio ambiente. Só que os dejetos deles também contaminam os rios. Então temos que colocar o Plano Diretor para revisão e fazer com que ele esteja compatível com os novos tempos, servindo e fiscalizando a todos, sem distinção de classe social.

Nestes dois primeiros anos de governo nossa gestão conseguiu a aprovação de mais de cinquenta projetos de Lei, que foram analisados pelas comissões e aprovados no plenário da Câmara, e não foram aprovações a toque de caixa. Essas aprovações aconteceram porque todos esses projetos eram de interesse da população e da melhoria do município, e os vereadores, representantes do povo, souberam compreender isso.

Quero ainda enviar para aprovação da Câmara, além do Código Tributário que já está lá, também o Código de Posturas, muito importante para que a administração possa agir dentro da Lei. As pessoas da comunidade as vezes cobram por haver animais soltos pelas ruas da cidade, mas cadê a Lei para que a prefeitura possa autuar os responsáveis? E até pode ter a Lei, mas o animal vai ser preso onde? vai comer o que? Então o Código de Posturas nos dará força de execução para essas e diversas outras demandas cobradas pela comunidade.

Outro ponto é o Código de Obras, que é de extrema valia para a prefeitura, pois hoje, as pessoas vão construir, tiram o alvará, mas ninguém recolhe o Imposto Sobre Serviço (ISS), que seria usado para melhorar o atendimento ao próprio cidadão. Grandes obras aconteceram e estão acontecendo sem que se recolham o ISS.

Eu sei que são projetos que buscam arrecadar, e são utilizados como argumento negativo por aqueles que acham que podem cobrar tudo do município, mas não querem contribuir com nada. Gente que faz barulho por tudo, mas se esconde na hora de contribuir, de cumprir com seu dever de cidadão. Colhem os frutos do serviço público, mesmo reclamando, mas não contribuem com a vida pública.

Estamos tendo a coragem de enfrentar os que agem dessa forma, na busca de fazer mais e melhor pelos bons cidadãos.

“Com a regularização fundiária no município, esperamos atender aproximadamente 80 famílias na sede do município e mais umas 30 famílias no distrito de São Jorge, beneficiando 110 famílias no total. Não com doações de casas, porque não conseguimos alocar recursos, mas fazendo a cessão ou doação dos lotes para que possam fazer suas casas.”

O VETOR – O senhor disse que buscou sanear despesas, realizando o plantio para boas colheitas. Chegou o momento da comunidade ver os frutos desse trabalho?

Martinho Mendes – Nossa população pode ter certeza que 2019 será o marco de nossa gestão. Trabalhamos muito nestes primeiros dois anos de governo. Não foram raras as vezes que sai de Alto Paraíso duas horas da manhã, passar o dia inteiro trabalhando em Goiânia, buscando recursos e melhorias nos gabinetes e escritórios das autoridades do estado e federal, e ainda retorno para Alto Paraíso, chegando altas horas da noite. No outro dia cedo, sete horas da manhã já estou na prefeitura despachando com secretários e recebendo pessoas da comunidade, que são muitas. Algumas compreendem e esperam para serem atendidas, outras acham que devem ser recebidas quando chegam, mas temos que respeitar a todos. Nossa vontade é atender a todos, as vezes só consigo sair para almoçar as 14, 15 horas, buscando atender que está aguardando e resolver as demandas que nos apresentam.

Teremos sim um ano de boa colheita do trabalho que praticamos até aqui, e volto a dizer que no próximo dia 23 de março estaremos entregando veículos e maquinários para nossa frota municipal. Renovo o convite para que a população prestigie essa conquista que pertence a ela, comparecendo no estacionamento em frente a prefeitura, a partir das 9 horas da manhã, de onde sairemos em carreata pelas ruas e avenidas de nossa cidade, mostrando a toda comunidade o resultado das conquistas que pertencem a todos nós.

 

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