ENTREVISTA – Débora Domingues, prefeita de São João d’Aliança.

No segundo ano de seu segundo mandato consecutivo, a prefeita Débora Domingues fala, com exclusividade para o Jornal O VETOR, sobre parcerias que têm permitido investimentos em áreas básicas como saúde, educação e infraestrutura. Aponta a pujança do agronegócio e as potencialidades turísticas em São João d’Aliança, e cita as principais obras em andamento no município.

Roberto Naborfazan

Apesar de uma relativa evolução nas duas últimas décadas, a região nordeste do estado de Goiás continua com municípios entre os que têm o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em todo o País. De acordo com os dados de 2010, o município com o maior Índice de Desenvolvimento Humano no estado de Goiás era Goiânia, com um índice de 0,799 (considerado alto), e o município com o menor índice foi Cavalcante, com um índice de 0,584 (considerado baixo).

No entanto, São João d’Aliança, município localizado na região da Chapada dos Veadeiros, tem se destacado nos últimos seis anos pelas visíveis mudanças em todas as áreas, especialmente na infraestrutura, saúde e educação.

Essas mudanças têm acontecido graças as conquistas, planejamento e execução de importantes obras realizadas pela prefeita Débora Domingues Carvalhêdo Barros.

Em entrevista exclusiva ao Jornal O VETOR, Débora Domingues fala um pouco sobre essas conquistas e realizações, as dificuldades encontradas por sua gestão em seu primeiro mandato, as parcerias que a tem auxiliado no cumprimento de demandas da comunidade que lhe reelegeu, confiando-lhe um segundo mandato consecutivo, e das obras em andamento, frutos de recursos do próprio município, além daquelas realizadas com verbas oriundas dos governos do estado e federal.

Débora Domingues “Temos obras em todas as áreas e em todas as partes do município, umas em andamento, outras à serem iniciadas”.

Jornal O VETOR – Prefeita, encerrada as eleições do primeiro turno, parceiros de sua gestão no âmbito estadual, Issy Quinan, “afilhado” político do deputado Tião Caroço (Assembleia Legislativa) e federal, Magda Mofatto (Câmara dos deputados), além do governador Ronaldo Caiado, que também teve seu apoio, se elegeram com significativa votação em São João d’Aliança. Isso fortalece sua administração na manutenção da conquistas de obras e benefícios para o município?

– Débora Domingues:

Estou muito feliz por ver que a população de nosso município entendeu que, para continuarmos no caminho do desenvolvimento, são necessárias essas parcerias. Ao dar essa boa votação aos nossos parceiros, nossos munícipes compreenderam que para termos condições de investirmos em infraestrutura, educação, saúde, educação e em todas as áreas básicas, precisamos dos recursos enviados por esses parceiros, porque só com o dinheiro arrecadado no município, não temos condições de suprir todas as demandas de nossa comunidade.

A receita do município, quando tratada com seriedade e compromisso, dá para pagar em dia os salários de nossos servidores, dividas de previdência,  médicos, fornecedores e algumas outras despesas essenciais, mas dificilmente sobra. Durante a campanha, nossos aliados ouviram muito a pergunta, esse é o candidato da prefeita? quero votar no candidato da prefeita; isso mostra que nossa população está consciente de que, precisamos apoiar quem nos apoia. Isso é para mim um grande reconhecimento. Eu vejo que nossa força está ligada ao número de votos que damos aos candidatos. O candidato que não tem voto em um município, dificilmente destinará boas emendas para aquela localidade.Por isso tenho boas expectativas para esses próximos dois anos que ainda estarei a frente da gestão deste município.

Jornal O VETOR – Prefeita, na grande maioria dos municípios goianos houve uma pulverização de apoio aos deputados e senadores por parte de lideranças políticas, entre elas os vereadores. Dois apoiam um candidato, três apoiam outro e no final, a maioria fica sem um representante para os auxiliarem na solução das demandas. A senhora conseguiu, além de conscientizar o povo, aglutinar forças em torno das candidaturas em São João d’Aliança?

Débora Domingues:

Olha, nós tivemos seis, dos nove vereadores, apoiando a candidatura da deputada federal Magda Mofatto, um número bem relevante. Mas ainda existe muito a questão do vereador ou de uma forte liderança política querer apoiar o “seu” candidato. Alguns já querendo capitalizar dividendos políticos visando uma eleição própria futura, seja para prefeito, vice-prefeito ou vereador. E isso, na maioria das vezes, não é bom nem para a liderança, nem para o candidato, nem para o município, porque muitos dão votação tão inexpressiva para o candidato, que não rende frutos para ninguém. Porque se esse candidato se eleger, não sabemos qual interesse terá com o município que lhe deu tão poucos votos. Geralmente, como já disse, o candidato eleito vai destinar emendas para onde ele teve melhores votações. Então, quando nos unimos e damos votações expressivas, estamos fortalecendo o nosso município, que receberá maiores e melhores emendas.

Jornal O VETOR – A senhora mantém o apoio de dois importantes aliados, Magda Mofatto e Issy Quinan (que dá continuidade a parceria iniciada com Tião Caroço). A assembleia legislativa teve renovação de 56%, com a eleição de novos deputados. Esses novos deputados buscarão parceiros, até mesmo para fortalecer uma futura reeleição. Há espaço para novas parcerias em São João d’Aliança?

Débora Domingues:

Eu sempre digo que nosso município está aberto para aqueles que querem nos ajudar. Enquanto gestora, não posso negar receber benefícios de quem quer que seja. Nós queremos é aumentar nossos relacionamentos, estreitar laços com mais deputados. O município não dá conta de sobreviver só com emendas de um deputado estadual, por exemplo. Agora, o que eu sou contra, são aqueles candidatos que já têm mandatos e que nunca ajudaram o município. Aparecem aqui na época da eleição, derramam dinheiro para cooptar eleitores, e depois somem, só aparecendo novamente em período de eleição. Estamos abertos para conversar e, se investir no município, vai ter o respeito e a admiração do eleitor, porque daremos transparência ao eleitor de quem de fato trabalha por nossa população.

“Por termos governantes como Ronaldo e Gracinha Caiado, que têm tido um olhar especial para o nordeste goiano e para as comunidades quilombolas, isso nos traz mais benefícios que em outras regiões, o que é natural, pois nossa região tem municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)” diz a prefeita de São João d’aliança

Jornal O VETOR – Prefeita, recentemente a senhora voltou a dizer que encontrou um caos administrativo quando assumiu seu primeiro mandato em 2017, e que hoje São João d’Aliança é um município adimplente, com todas as certidões em dia, balancetes aprovados, o que permite receber emendas, indicações, fazer convênios e ter todos os benefícios de quem cumpre com as obrigações administrativas. Como está, nesse momento, a questão de obras, tanto de emendas, quanto de recursos próprios, no município?

Débora Domingues:

Continuamos avançando em ritmo acelerado. Nossa gestão é muito consciente, muito responsável, principalmente em termos de documentação. Aqui eu não deixo de pagar nada, tanto as dividas que são de minha gestão, quanto aquelas dividas de outras gestões, que passam a ser de minha competência também. Então tenho o cuidado de manter todas as certidões em dia, de fazer todos os pagamentos, até mesmo para mantermos nossa credibilidade e não perdemos obras. Todos os anos saem recursos extras, e aqueles que têm o CAUC em dias (O CAUC é um sistema que simplifica a comprovação do cumprimento dos requisitos fiscais necessários à celebração de convênios e contratos de repasse por estados, Distrito Federal e municípios, seus órgãos e entidades e por organizações da sociedade civil). Hoje não tem como um deputado ou um senador dizer que gostaria de nos dar uma emenda, mas não pode porque tem alguma documentação irregular. Quando assumimos, não tínhamos nada positivo no CAUC, a começar pela previdência. O Município não tinha a certidão positiva da previdência municipal e nem do INSS. Agora temos o CAUC positivo de ponta a ponta, com todas as certidões positivas.

Ainda hoje, em 2022, surgem dividas de outras gestões, e nós temos que pagar para não ficar inadimplente, então vamos negociando e pagando também essas novas dividas.

Jornal O VETOR – O dinheiro da previdência municipal é que garante a aposentadoria dos servidores municipais. Como estava esse caixa quando a senhora assumiu o governo, e como está agora?

Débora Domingues:

Quando assumimos o governo, havia uma divida de 9 milhões, e menos de 2 milhões de reais em caixa para ir custeando, em pouco tempo já não iríamos conseguir pagar. Hoje, nós renegociamos a divida, pagamos criteriosamente em dia as parcelas, e temos em torno de 20 milhões de reais em caixa, fora os rendimentos por aplicação. Isso dá ao funcionário público municipal a tranquilidade de saber que, se os próximos gestores mantiverem esse cronograma, suas aposentadorias estarão garantidas, sem nenhum contratempo.

Agora, falando em obras,  estamos com várias para serem entregues. Vamos fazer uma pavimentação asfáltica no valor de 600 mil reais, através de emenda do deputado Tião Caroço, vamos fazer a construção dos meios-fios, com recursos do município, nas ruas que receberam asfalto do Programa Goiás na Frente, porque o meio-fio é importante para a durabilidade do asfalto, manutenção de limpeza e escoamento de água. Em parceria com a Agehab, o município fez a doação do terreno, estamos construindo 50 casas populares, que serão entregues com custo zero para as famílias, estamos construindo uma Escola Modelo, no valor de 2 milhões e trezentos mil reais, através de emenda da deputada Magda Mofatto, que será referência para a educação na região. Essa Escola Modelo tem recurso aprovado e convênio assinado, mas, devido ao período eleitoral, esse dinheiro não pôde ser repassado para o município. Por isso, para que a obra não pare, com autorização e fiscalização de medição por parte do órgão gestor, estamos pagando o andamento da obra com recursos do município, economizando com muito sacrifício, que será ressarcido aos cofres municipais assim que efetivado o depósito pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), gestor da emenda encaminhada pela deputada Magda Mofatto.

No dia 16 de novembro faremos a licitação de outra obra de pavimentação asfáltica com meio-fio, sarjeta e construção de galerias pluviais em várias ruas da cidade, no valor de 7 milhões, sendo 2 milhões de recursos do município, e 5 milhões de operação de crédito. Outra obra que será iniciada ainda neste mês de outubro será a reforma do Ginásio de Esportes, com recursos do município, onde faremos a troca do piso e do telhado, e também a reforma da quadra poliesportiva na Boa Esperança.

Segundo Débora Domingues “Por fazermos uma gestão consciente, responsável e inovadora, as pessoas têm acreditado em nosso trabalho e procurado investir em São João d’Aliança, juntando o grande potencial turístico com a confiança na gestão eficiente”.

Estamos construindo mais 3 quadras poliesportivas, uma já esta em andamento no P. A Santas Maria, e as outras duas serão, uma no distrito do Forte e a outra na Escola Selesina. Todas com recursos próprios. Além disso, estamos reformando todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município, assegurando melhor atendimento aos nossos cidadãos o mais próximo possível de suas casas.

Publicamos também a licitação para construção de 04 poços artesianos, na Pedra de Amolar, na Vereda, e no Brejo da Onça, que fica no Vale do Paranã, para minimizar a escassez de água enfrentada pelos moradores daquela região. Dois desses poços serão construídos com recursos de emendas parlamentares e dois com recursos próprios. Enfim, temos obras em todas as áreas e em todas as partes do município, umas em andamento, outras à serem iniciadas.

Jornal O VETOR – Prefeita, iniciando o período chuvoso, aumentam as dificuldades para as prefeituras na questão de manutenção de pontes e estradas vicinais que permitam o trânsito do transporte escolar e também o escoamento de safra para pequenos e grandes produtores. Como estão os equipamentos e maquinários da prefeitura de São João d’Aliança?

Débora Domingues:

Essa é uma luta a parte, porque é uma demanda muito grande; a extensão territorial de nosso município é quatro vezes maior que a de Goiânia, por exemplo. E nossas máquinas não param, pois nós ainda temos um diferencial em relação à alguns outros municípios, são seis grande serras para serem frequentemente trabalhadas. Tem a serra que divide o vale do Paranã, que é municipal, tem a serra na GO 236, que é a do morro do chapéu, onde estamos demandando junto a Goinfra para que eles deem melhores condições de trafegabilidade, temos outras serras dentro do município, que é a do Vãozinho, a do Mutuca, a da Cachoeirinha e tem o Bico da Candeia, além da região do Buraco de França. Nossa região é muito acidentada, com muitas serras. Estamos com três frentes de serviços, mas o maquinário quebra, e não tem como não quebrar, porque têm lugares que são muito difíceis de trabalhar. Estamos, atualmente, com maquinários trabalhando a 90 km da sede do município, na região do Gibão, no Vale do Paranã, fazendo levantamento de greid. Estamos com outros maquinários pra o lado do Barreirão, do Corrente, e outros maquinários estão trabalhando no P.A. Mingau, e vamos fazer algumas outras rotas. As demais, vamos continuar fazendo manutenção, fazendo aberturas para escoamento de enxurradas e encascalhando. Quando o período chuvoso se intensifica, não tem como fazer manutenção de estradas, então deixamos nossos maquinários de prontidão para atender eventuais emergências.

“Continuamos avançando em ritmo acelerado. Nossa gestão é muito consciente, muito responsável, principalmente em termos de documentação. Aqui eu não deixo de pagar nada, tanto as dividas que são de minha gestão, quanto aquelas dividas de outras gestões, que passam a ser de minha competência também.

Jornal O VETOR – Prefeita, na área da saúde, as comunidades do nordeste goiano cobram muito o atendimento para, ao menos, das situações de média complexidade, que já é muito difícil, pelo custo de manutenção, de ser realizado pelos gestores municipais, quem dirá de alta complexidade. Na prática, o Hospital Santa Madalena tem pessoal e equipamentos que permitam estabilizar um paciente em situação de urgência, dentro da média complexidade, para que ele possa ser encaminhado para Formosa ou algum outro centro de referência?

Débora Domingues:

Graças a Deus, além de investimentos em aparelhos de última geração para o nosso Hospital, nós temos médicos excelentes, entre eles o Dr. Cícero, Dr. Darlan, Dr. Estraker, Dr. Bernardino, Drª Elisa,  que, dentro de suas especialidades,  fazem atendimento em ortopedia, em psiquiatria, clinica médica e pediatria, dermatologia, ultrassonografia, ginecologia, inclusive, coloca DIU. Temos sempre dois médicos de plantão aos finais de semana e feriados, e temos também uma equipe auxiliar de altíssima capacidade que é referência em atendimento ao público na região. Temos ainda um atendimento odontológico móvel, que visita frequentemente, dentro de um planejamento, as famílias na zona rural, nos distritos e assentamentos. Tenho constantes reuniões com nossa secretária de saúde, Andréia Abbes, e com toda a equipe, alertando sempre para que não deixe faltar medicamentos, e que, em qualquer momento, se for preciso comprar equipamentos para o laboratório que permitam aumentar o número de exames que possamos fazer aqui mesmo em nossa cidade, sem precisar levar nosso paciente para outro município, vamos buscar meios para adquirir. Fazemos hoje uma enorme quantidade de exames que não se fazia antes, como, por exemplo, o coagulômetro e o D-dímetro, para saber se o paciente está em risco de trombose, entre outros. E isso que nos vamos continuar fazendo até o último dia de nossa gestão. Embora não tenhamos condições de manter um hospital de alta complexidade, já temos total capacidade de estabilizar pacientes aqui, e já estabilizamos vários, pois temos assistentes em retaguarda e semi UTI, mas quero ainda adquirir mais equipamentos laboratoriais e também equipar melhor nossa sala de urgência e emergência, para que possamos fazer algumas cirurgias de baixa complexidade, tirando o desconforto de paciente ter que ir para fora ou ficar esperando na fila do SUS.

Hospital municipal Santa Madalena, reformado e ampliado, é refereência em atendimento na região da Chapada dos Veadeiros.

Outra coisa, como estamos investindo muito em novos e modernos equipamentos para nosso hospital, inclusive, como já disse, na sala de urgência e emergência, já estamos economizando para comprar um novo e mais potente gerador de energia, evitando qualquer tipo de contratempo que comprometa a saúde dos pacientes e o trabalho de nossa equipe médica e de enfermagem.

Jornal O VETOR – No recém encerrado período de campanha eleitoral do primeiro turno, a primeira-dama do estado, dona Gracinha Caiado, esteve percorrendo a região nordeste, e se viu uma boa interação entre a senhora e ela. Isso reflete no atendimento para a área da assistência social do município, nas demandas junto a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG)?

Débora Domingues:

Com toda certeza. Primeiro porque temos uma secretária municipal da Assistência Social muito dinâmica e atuante, que é a assistente social Lilian Ferreira Graças, e também por termos governantes como Ronaldo e Gracinha Caiado, que têm tido um olhar especial para o nordeste goiano e para as comunidades quilombolas, e isso nos traz mais benefícios que em outras regiões, o que é natural, pois nossa região tem municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), e como são governantes muito humanos, nos permite esse estreitamento de laços que gera mais benefícios, não só para São João d’Aliança, mas para todo o nordeste goiano.

Jornal O VETOR – São João d’Aliança tem uma forte atividade do agronegócio, com grandes produtores. Essa movimentação financeira do agronegócio até gera benefícios para o município, mas também exige estradas e pontes com manutenções frequentes, porque o movimento de grandes caminhões é intenso, principalmente no período de escoamento de safra. Há uma compreensão por parte desses produtores de que o retorno financeiro para o município não é grande o suficiente para toda a manutenção e que é preciso, além dos pagamentos de impostos, uma parceria no apoio para que a administração municipal possa manter estradas e pontes em boas condições?

Débora Domingues:

O agronegócio é, com certeza, uma grande fonte de economia para nosso município. Mas muita gente não sabe como funciona essa questão do imposto, acham que entra muito para o município, mas a distribuição é muito desigual. Os problemas acontecem no município, estradas desgastadas pela intensa movimentação, pontes avariadas pelo peso frequente, mas na distribuição da receita dos impostos, o município fica com uma migalha, e o dinheiro acaba se concentrando nos cofres da união e do estado. Muita gente faz declarações dizendo que paga seus impostos e que quer os benefícios, e essas pessoas têm razão, mas o dinheiro que vem para o erário municipal é uma fatia muito pequena, que, mesmo fazendo uma administração séria e comprometida como a nossa, não é suficiente para a grande quantidade de demandas com estradas, pontes, bueiros e todas as necessidades para o bom atendimento aos pequenos e grandes agricultores. Fosse só o transporte escolar e os moradores fazendo os trajetos, seria mais fácil, mas com grandes carretas e maquinários pesados, as estradas e pontes se deterioram mais rápido.

Em um município como o nosso, em que o agronegócio é uma das grandes fontes da economia, é preciso sim, que possamos contar com parcerias, porque os recursos do município são pequenos, a administração pública é fraca para fazer, como já disse, o tanto de ponte que é necessário, o quanto de manutenção nas estradas que é necessário. Sempre faço questão de mostrar como está sendo gasto o recurso público, mostrando onde se está fazendo ou recuperando uma ponte, um bueiro, uma estradas, onde estamos levantando um greid, e todo e qualquer serviço.

É preciso que as pessoas compreendam que o dinheiro do imposto arrecadado não fica integral no município. O ICMS, por exemplo, é feito um bolão, e em seguida uma redistribuição, nem sempre chegando o valor referente ao que nosso município produz.

Sabemos do quão grande é a contribuição dos grandes produtores para a economia do município, na geração de empregos e na movimentação do comércio, mas a parceria no atendimento a essas demandas que citamos precisam, e devem ser intensificadas, para a gente conseguir manter as estradas em bom nível de trafegabilidade.

TRANSPARÊNCIA – “Sempre faço questão de mostrar como está sendo gasto o recurso público, mostrando onde se está fazendo ou recuperando uma ponte, um bueiro, uma estradas, onde estamos levantando um greid, e todo e qualquer serviço.”

Jornal O VETOR – Perfeita, se fala muito que São João d’Aliança é uma espécie de novo “eldorado” para quem quer empreender no setor turístico, com novos e belos atrativos turísticos sendo abertos frequentemente, construção ou ampliação de hotéis, pousadas e campings, abertura de lojas, mercados e restaurantes, o que exige maior investimento em infraestrutura, principalmente. Em municípios vizinhos, com maior tradição no empreendedorismo focado no turismo, se viu, e se vê, empresários vindos de várias partes de Goiás, do Brasil e do mundo, constroem seus empreendimentos, começam a ganhar dinheiro, mas se omitem no pagamento da taxa do turista, se opõem a contribuir para o embelezamento da cidade, não investem nem mesmo em lixeiras para serem colocadas nas principais ruas e avenidas da cidade; donos de atrativos que só querem dinheiro entrando no caixa, e nada de melhorar os acessos aos seus patrimônios, ou seja, tudo de lucro para eles, e tudo de despesa para o erário municipal.

A senhora, seu secretário de turismo e a Câmara de vereadores têm planejado e trabalhado leis e regras para esse setor em crescimento?

Débora Domingues:

Sim, estamos agarrando com todas as forças essa questão do turismo. Potencial nós já temos com as obras de artes criadas por Deus. Por fazermos uma gestão consciente, responsável e inovadora, as pessoas têm acreditado em nosso trabalho e procurado investir em São João d’Aliança, juntando o grande potencial turístico com a confiança na gestão eficiente. No primeiro momento, buscamos trabalhar muito na divulgação de nossas potencialidades, mostrando que São João d’Aliança não é apenas um município de passagem, ao contrário, é um local para ser destino, pois temos atrativos turísticos belíssimos, como tem em outros municípios da Chapada dos Veadeiros, da qual somos o Portal de Entrada. Então estamos buscando trabalhar um turismo regionalizado. Mas é fundamental que os empresários que aqui estão estabelecidos, e os que se estabelecerão, entendam que é preciso que contribuam com o desenvolvimento.

Vejo falar muito que Alto Paraíso de Goiás, por exemplo, é um município com grandes potencialidades, com grandes investimentos empresariais, mas se pergunta, será que esse dinheiro é revertido para a administração pública? Na verdade, a administração pública tem é mais gastos, porque precisa estar constantemente arrumando estradas para dar acessos as cachoeiras, tem que se investir mais na saúde, porque pode haver emergência a qualquer hora, tem que ter ambulâncias a disposição, médicos a disposição, investir mais em segurança pública, e o retorno financeiro para o município é pequeno. É bom para o comércio, porque gera empregos e rendas, é bom para o empresário do ramo alimentício ou de hospedagem, mas para a administração pública, o retorno de imediato não existe, o que existem são os gastos para divulgar nossas potencialidades, para manter o município em pleno e bom funcionamento para que o turista seja aqui bem recebido. Por isso é preciso trabalharmos em legislações específicas, como nós já estamos trabalhando, algumas leis já existem, nós estamos trabalhando para conscientizar, demos um prazo para que os empresários tenham conhecimento dessa lei, e comecem a pagar os impostos que serão revertidos para a sociedade como um todo, mas que beneficiará, principalmente, o crescimento do fluxo de turistas. É preciso que se tenha essa conscientização que se deve conhecer, e cumprir essas leis, porque a educação fiscal é necessária, e ela deveria começar lá no ensino básico nas escolas, para que os alunos saibam a importância de que se pague os impostos, que quando se paga o IPTU a administração vai investir em asfalto, calçadas, pagando o ITU, vai investir em pontes, em bueiros.

Como vamos dar conta de fazer manutenção em uma estrada daqui para o Vão do Paranã, ou com uma multidão de turistas vindo do mundo todo indo visitar cachoeiras como a do Label, a prefeitura não tem como manter maquinário só cuidando da serra, porque tem várias outras partes do município que precisam ser cuidadas. Então, precisamos que as pessoas que aqui investem, ou vierem investir, tenham a consciência de que é preciso pagar o imposto. A lei já existe e nós estamos dando um prazo para que as pessoas se conscientizem.

Esperamos e acreditamos que as pessoas tenham esse discernimento de que cada um tem que contribuir com seus impostos, para que a administração pública possa investir, com zelo, com sabedoria e consciência em mais educação, infraestrutura, saúde e em todos os setores fundamentais para o crescimento socioecônomo de São João d’Aliança.

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