Eleição direta para diretor de escolas: Vereadores decidem arquivar projeto
Cinco dos nove vereadores de Campos Belos, cidade no nordeste de Goiás a 400 km de Brasília, votaram contra o povo da cidade e arquivaram um dos mais simbólicos projetos de lei deste ano.
De iniciativa do executivo municipal, o projeto de lei 028/2012 trata de estabelecer critérios para o processo de eleição direta para diretores de escolas públicas municipais.
Baseado em um “parecer” jurídico de um advogado da Câmara de Vereadores do município, a maioria dos parlamentares votou contra e arquivou o projeto.
Votaram contra o projeto e por seu arquivamento: o presidente da Casa, José Aires (DEM), e os vereadores Carlinhos do América (PV), Gilbertinho (Sem Registro), Zé Domingo (Sem Registro) e Tião do Crisa (DEM).
Os votos vencidos foram dos vereadores que desejavam a aprovação da nova lei municipal: Brasilino (PR), Juranda (PMDB), Sargento Abreu (Sem Registro) e Pedrinho do Sindicato (PSD).
Assim, o prefeito da cidade continuará a colocar apadrinhados na direção das escolas e das creches municipais.
A quem interessa esse tipo de procedimento, em que a meritocracia é colocada de lado e interesses pessoais são evidenciados?
O documento foi enviado pelo prefeito de Campos Belos, Neudivaldo Xavier Sardinha, dias antes das eleições, para apreciação do Poder Legislativo.
A intenção do prefeito era atender a um antigo pleito da comunidade, principalmente a escolar, à de promover a cultura da democracia desde o berço, ou seja, desde a vida escolar dos alunos.
E de quebra acabar com a detestável cultura do apadrinhamento, em que o prefeito escolhe, a seu bel prazer, os gestores de tão importantes instituições da sociedade.
Pelo projeto, ficariam instituídas eleições diretas para diretoras de escolas e creches municipais.
Poderiam participar das eleições, professores com pelo menos dois anos de comprovada experiência administrativa, regência de classe, formação pedagógica e que pertença ao quadro efetivo municipal. O mandato seria de dois anos, com a possibilidade de uma reeleição por igual período.
O Sindicato dos professores municipais (Sindibelo), educadores, alunos e a comunidade apoiam e desejam a mudança. Por que os parlamentares votaram contra este projeto essencialmente de interesse público?
É de estranhar. A maioria dos vereadores que votaram contra a comunidade estavam em palanque contrário ao do prefeito eleito e ainda perderam as eleições.
Não tenho outra resposta. Estão interessados em um pedacinho do nabo de apadrinhados quando o novo prefeito tomar posse.
É bom os cidadãos, os eleitores, a comunidade e a massa crítica da cidade começarem a anotar os nomes deste tipo de representante do povo, que vota contra quem os colocou, em detrimento de interesses pessoais.
E mais, eles estão completamente fora de sintonia com os anseios da cada vez mais exigente sociedade brasileira.
Vão contra o belo momento em que a justiça do país, com o histórico julgamento do mensalão, dá uma resposta positiva à sociedade, sedenta por mais moralidade, probidade, justeza e sensatez na organização e gestão da coisa pública.
Bola fora, caros parlamentares. Um verdadeiro gol contra.
(FONTE: Blog do Dinomar Miranda)