EDUCAÇÃO – A prioritária educação na primeira infância.

Estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra que investir no desenvolvimento da primeira infância, provendo saúde, nutrição, segurança e aprendizagem, contribui para a redução da pobreza, a um custo baixíssimo para os governos.

 

Vera Murányi Kiss*

Pedagogos e especialistas são unânimes em afirmar que a primeira infância, delimitada pelo período entre o nascimento e os seis anos de idade, é uma etapa fundamental para o aprendizado, formação do caráter e do universo cognitivo das crianças. Este é definido como o conjunto de referências com as quais o indivíduo percebe, reconhece e interpreta o mundo.

Numerosos estudos científicos, de múltiplas áreas, dentre elas a neurociência e a psicologia, classificam esse primeiro ciclo como o que apresenta as maiores possibilidades para a constituição das competências humanas. A primeira delas é o desenvolvimento da interatividade social, fator de imensa importância para as pessoas ao longo de toda a vida. Nesse aspecto, a educação na primeira infância é crucial, pois a criança passa a se relacionar com outras e com os professores, fora do ambiente de suas casas, percebendo que fazem parte de um universo mais amplo, com regras, direitos, deveres e necessidade de respeitar e ser respeitado.

“Investir na formação dos brasileiros desde o nascimento é uma prioridade que deve mobilizar o governo, o Terceiro Setor, as famílias e toda a sociedade. Cuidar das crianças e de seu futuro é uma ação decisiva para mitigarmos as desigualdades, promovermos a inclusão socioeconômica e construirmos um país melhor.”

Outra habilidade de alta relevância é a linguagem, em suas distintas expressões, como a oral, escrita, corporal, musical e em cada disciplina ou situação específica. O seu desenvolvimento é uma função primordial do ensino na primeira infância. Todos esses indicadores evidenciam como é prioritário o atendimento das crianças em creches e no ensino maternal.

Estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra que investir no desenvolvimento da primeira infância, provendo saúde, nutrição, segurança e aprendizagem, contribui para a redução da pobreza, a um custo baixíssimo para os governos. O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) também aponta que o estímulo e acompanhamento nessa etapa da vida podem quebrar ciclos de pobreza e vulnerabilidade.

Investir na formação dos brasileiros desde o nascimento é uma prioridade que deve mobilizar o governo, o Terceiro Setor, as famílias e toda a sociedade. Cuidar das crianças e de seu futuro é uma ação decisiva para mitigarmos as desigualdades, promovermos a inclusão socioeconômica e construirmos um país melhor.

**Vera Murányi Kiss é presidente da Fundação Péter Murányi.

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