DÚVIDAS DE PORTUGUÊS – “ESTE” ou “ESSE”? Como usar cada um dos termos?
As duas expressões possuem o mesmo significado?
No português, uma das dúvidas mais comuns envolve o uso correto dos pronomes demonstrativos “este” e “esse”. Esses pronomes demonstrativos, embora pareçam semelhantes à primeira vista, possuem usos distintos. Esta matéria do Pensar Cursos visa esclarecer as regras gramaticais e ajudar na distinção entre “este” e “esse”. Afinal, você sabe qual é a diferença destes termos?
O que são pronomes demonstrativos na língua portuguesa?
Pronomes demonstrativos são termos que mostram a localização de algo em relação ao falante e ao ouvinte. No português, os pronomes demonstrativos principais são “este”, “esse” e “aquele”, cada um utilizado em contextos particulares para indicar diferentes relações espaciais e temporais.
Este: Indica proximidade com o falante.
Esse: Indica proximidade com o ouvinte.
Aquele: Indica distância tanto do falante quanto do ouvinte.
Uso de “este”
O pronome “este” e suas variações (esta, isto) são utilizados para referir-se a algo que está próximo do falante ou que será mencionado. Em termos temporais, “este” é usado para eventos presentes ou que ainda não ocorreram.
Exemplos de uso de “este”:
Proximidade com o falante: “Este livro que estou segurando é meu favorito.”
Tempo presente ou futuro: “Este ano, a empresa espera crescer 10%.”
Uso de “esse”
O pronome “esse” e suas variações (essa, isso) são usados para referir-se a algo próximo do ouvinte ou já mencionado anteriormente. Temporalmente, “esse” é geralmente aplicado a eventos passados ou mencionados anteriormente.
Exemplos de uso de “esse”:
Proximidade com o ouvinte: “Esse livro que você está segurando parece interessante.”
Tempo passado ou mencionado: “Esse ano que passou foi muito desafiador.”
Diferença temporal e espacial
A distinção fundamental entre “este” e “esse” está na posição relativa ao falante e ao ouvinte, além da conexão temporal com o fato mencionado. “Este” é utilizado para referir-se a algo no presente ou futuro, enquanto “esse” é usado para situações no passado ou para algo previamente citado.
Para ilustrar melhor, vejamos alguns exemplos práticos:
Diálogo com referência espacial:
Pessoa A (falante): “Este relatório que estou lendo é muito complexo.”
Pessoa B (ouvinte): “Esse relatório que você menciona parece complicado mesmo.”
Referência temporal:
“Este ano, vamos lançar um novo produto”. (Referindo-se ao ano atual ou futuro próximo)
“Esse ano que passou foi desafiador”. (Referindo-se ao ano anterior)
Erros comuns e como evitá-los
Um erro comum é usar “este” e “esse” de forma intercambiável, sem considerar a proximidade ou o contexto temporal. Para evitar isso, é importante lembrar as regras básicas:
“Este”: Usado para proximidade com o falante ou eventos presentes e futuros.
“Esse”: Usado para proximidade com o ouvinte ou eventos passados.
Dicas para memorização
Lembre-se da posição: “Este” com “t” de “próximo” do “falante”; “esse” com “s” de “ouvinte”.
Tempo é chave: “Este” para presente e futuro; “esse” para passado ou mencionado.
Exemplos de erros e correções
Erro: “Essa semana vou viajar para o exterior.”
Correção: “Esta semana vou viajar para o exterior.” (semana atual, futuro próximo)
Erro: “Este é o problema que discutimos ontem.”
Correção: “Esse é o problema que discutimos ontem.” (algo já mencionado, passado)
Entender a diferença entre “este” e “esse” é fundamental para uma comunicação clara e precisa em português. Embora possam parecer sutis, as regras de uso desses pronomes demonstrativos fazem uma diferença significativa na clareza do discurso. Com prática e atenção às regras de proximidade e temporalidade, é possível dominar o uso correto de “este” e “esse”, evitando ambiguidades e melhorando a eficácia na comunicação. Portanto, ao escrever ou falar, lembre-se sempre de considerar a posição relativa do objeto ou evento em relação ao falante e ao ouvinte, bem como o contexto temporal. Assim, você estará mais preparado para escolher corretamente entre “este” e “esse”.
***Graduada em Serviço Social pela Universidade do Norte do Paraná (Unopar), Gorete Costa é especialista em comunicação, atuando como radialista em programas jornalísticos e de entretenimento, além de produção e revisão de textos informativos para sites e blogs.
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