DURALEX ÂMBAR – Quem guarda pratos marrons em casa pode estar na mira de criminosos; peças chegam a R$ 50 mil.
Segundo especialistas, a febre se explica por uma combinação de nostalgia, estética retrô e lógica da escassez. O maior exagero é um kit completo — pratos, xícaras, pires e travessas — listado por R$ 50 mil.
Por Pedro Silvini*
O que antes era apenas um prato comum do dia a dia hoje virou artigo de luxo. A linha âmbar da Duralex, popular nas cozinhas brasileiras até o início da década passada, deixou de ser fabricada em 2012, mas voltou a atrair atenção por um motivo inusitado: a valorização no mercado de usados. Exemplares que custavam R$ 3 há pouco mais de dez anos agora podem ser encontrados na internet por mais de R$ 100 cada. Conjuntos completos chegam a R$ 50 mil em plataformas de revenda.
Resistentes e de tom marrom inconfundível, os pratos âmbar ficaram esquecidos em armários e depósitos, mas ganharam status de relíquia doméstica. “Minha mãe usava mais louça de porcelana. Os Duralex ficaram guardados e quase não tiveram uso. Acabamos vendendo e o dinheiro ajudou meu filho”, contou uma moradora que encontrou peças intactas em casa.
Segundo especialistas, a febre se explica por uma combinação de nostalgia, estética retrô e lógica da escassez. “Muitos associam esses pratos a memórias de infância e almoços em família. As redes sociais reforçam esse valor simbólico e transformam objetos esquecidos em itens de desejo”, analisa o consultor de marketing digital Lucas Taidson.
Pratos Duralex

Escassez e especulação
A Duralex surgiu em 1945, na França, com a promessa de durabilidade e resistência ao calor. No Brasil, a produção foi iniciada pela Santa Marina, mas a linha âmbar foi descontinuada após a aquisição pela Nadir Figueiredo, em 2012. Hoje, a marca comercializa apenas modelos transparentes e azuis, vendidos em lojas físicas e online a preços entre R$ 50 e R$ 109 por kit de seis peças.
No mercado paralelo, no entanto, os valores disparam. Há anúncios de quatro peças por R$ 2.890 e de seis pires por R$ 2.600. O maior exagero é um kit completo — pratos, xícaras, pires e travessas — listado por R$ 50 mil.
Alvo de criminosos
O interesse crescente tem, contudo, um lado negativo. Por serem valiosos e relativamente fáceis de identificar, os pratos âmbar podem atrair criminosos em busca de revender os itens raros. Especialistas alertam para cuidados na hora de negociar, sobretudo em plataformas online e redes sociais, onde golpistas aproveitam a alta demanda para aplicar fraudes.
Assim, o prato marrom, antes símbolo de simplicidade, tornou-se não apenas peça de colecionador, mas também objeto de cobiça — e de risco.
**FONTE: Diário do Comércio
Qual o nome tem que ter no prato
Como os pratos da coleção âmbar da Duralex são fáceis de reconhecer, o diferencial é o nome Made in Brasil na lateral interna