DO PÚLPITO À POLÊMICA – Bispo é flagrado de calcinha e peruca em Goiânia, vídeo viraliza e ele alega estar “em investigação pessoal”.
Imagens ganharam as redes sociais e geraram piadas e críticas; bispo afirma que foi vítima de chantagem. Religioso diz que estava apurando “questão pessoal” e que escolha do disfarce foi “erro”.
Roberto Naborfazan
Uma cena incomum e, para muitos, surpreendente, movimentou as redes sociais na noite de segunda-feira (11), em Goiânia, capital de Goiás. Um vídeo mostra o bispo Eduardo Costa — conhecido por suas pregações, palestras e vídeos no YouTube — andando pela rua, próximo a um bar, usando calcinha e uma peruca loira.
As imagens, de poucos segundos, foram publicadas pelo perfil Goiânia Mil Graus, no Instagram, e rapidamente se espalharam em grupos de WhatsApp, páginas de memes e perfis de notícias. Na gravação, o líder religioso aparece caminhando sozinho, olhando ao redor, aparentemente à procura de algo.

Segundo o relato da pessoa responsável pela filmagem, que preferiu não se identificar, essa não teria sido a primeira vez que o bispo foi visto na região.
“Ele usa o carro da mulher dele, é casado, é pastor, bispo, dá palestra, tem vídeo no YouTube, e usa o nome de Deus. Já vi ele pelo menos três vezes no mesmo local”, disse a fonte ao perfil.
A postagem gerou milhares de visualizações e uma enxurrada de comentários, alguns críticos e outros carregados de ironia.
“Assim como ele, tem vários. Vão à frente de igrejas, falam de família, de pecado e de homossexualidade, mas por trás aprontam muito”, comentou uma seguidora.
“Podia ter colocado ao menos uma saia, né?”, brincou outro internauta.
VEJA ABAIXO O VÍDEO COM AS IMAGENS DO BISPO DE CALCINHA E SEU POSICIONAMENTO.
A resposta do bispo
Diante da repercussão e da avalanche de comentários, o bispo Eduardo Costa decidiu gravar um vídeo de esclarecimento. Ao lado da esposa, ele contou sua versão do que teria motivado o episódio.
Segundo o religioso, tudo não passou de uma tentativa de se disfarçar durante uma “investigação pessoal”.
“Fui fazer uma investigação sobre uma situação pessoal e, de forma errada, acabei colocando a peruca, um short e realmente me vesti de uma forma inadequada para tentar localizar um endereço que eu precisava para fazer uma citação. E acabou que alguém, que eu não conheço, fez essa filmagem escondido, no momento em que eu saí do carro e fiquei aguardando, observando o local”, explicou.
O bispo também afirmou ter sido vítima de uma tentativa de extorsão logo após a filmagem.
“Infelizmente, essa pessoa tomou posse dessa imagem e, logo cedo, tentou me extorquir. Entrou em contato com minha esposa para cobrar um valor,
dizendo que eu teria até o meio-dia para pagar, senão iria divulgar o vídeo. Nós conversamos e decidimos não ceder à chantagem”, declarou.
Ele acrescentou que a esposa estava ciente de que ele faria uma investigação, mas não sabia detalhes sobre a forma que ele adotaria para realizá-la.
Repercussão e dúvidas
O caso levantou debates nas redes sociais sobre a conduta de líderes religiosos e sobre a linha tênue entre vida pessoal e imagem pública. Enquanto alguns defenderam o direito do bispo à privacidade, outros questionaram sua postura e o contexto da “investigação” mencionada.
Até o momento, não há registro oficial da ocorrência de tentativa de extorsão na polícia. Também não foi informado se o bispo pretende acionar judicialmente o autor da filmagem.
O episódio continua repercutindo e dividindo opiniões, sendo compartilhado não apenas em Goiás, mas em todo o país, com a velocidade típica de escândalos envolvendo figuras públicas.